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    Tarde FRIA e DURA na V Corrida do Tomate em Salvaterra de Magos

    SALVATERRA DE MAGOS (Crónica de Patrícia Sardinha, enviada especial de NATURALES).- Se há tradição que ainda transmite muita emoção e risco é a pega numa corrida de toiros. No passado domingo, em Salvaterra, viveram-se bastantes momentos de perigo durante as actuações dos dois grupos de forcados em praça. Toiros duros, violentos e dois grupos de forcados com algum desarranjo e falta de sorte, deu numa constante ida à enfermaria, e se mais lides houvesse, provavelmente chegaríamos ao final sem elementos suficientes para a execução da sorte.
    O vento forte e frio que se fez sentir todo o fim-de-semana, não foi impeditivo para que quase ¾ de casa se preenchesse. A apresentação em Portugal da ganadaria espanhola Arucci deixou algo a desejar. Os toiros de boa apresentação foram no geral de mais a menos nas lides a cavalo e violentos nas pegas. Foram intervenientes na corrida, os cavaleiros João Salgueiro, João Telles Jr e Francisco Palha e os forcados amadores da Azambuja e Salvaterra.
    João Salgueiro teve pela frente o primeiro toiro com 560 kg. Assentou actuação em ladeares por ambos os lados, cites arrojados, e piruetas no remate dos quatro curtos que cravou. A rês acabou por ir a menos, mas o cavaleiro esteve com muito arrimo e sempre por cima do oponente. No seu segundo, com 615 kg, a actuação teve menos transmissão, mas foi asseada. Esteve bem nos dois compridos que cravou, andou regular na cravagem de cinco ferros curtos, tendo sofrido toque na montada depois de cravar o terceiro.
    João Telles Jr teve como primeiro do seu lote um toiro com 580 kg, tardo de investida, que depois de dois compridos, viria a exigir muita entrega ao ginete, pisando-lhe os terrenos para deixar a ferragem da ordem. A rês tinha arrancadas bruscas mas João Telles Jr andou superior ao oponente, chegou facilmente às bancadas e encerrou função com um ferro violino e um par de bandarilhas. No segundo do seu lote, com 610 kg, esperou-o à porta gaiola para depois o levar em brega que foi curta porque a rês se distraíu. Cumpriu com a ferragem comprida, deixou um segundo curto ligeiramente traseiro, e teve que se impor novamente face a um toiro com pouca mobilidade, adornando o término da actuação com um ferro violino e um palmito no final do agrado do público.
    Francisco Palha teve em sorte um toiro com 585 kg, que tal como os irmãos do curro, saiu bem mas acabou por ir a menos. Depois de cumprir com a ferragem comprida, sentiu algumas dificuldades nos curtos. Preparou bem as sortes, parando-o no centro da arena, tirando-o de querências. No entanto, pecou por algumas passagens em falso, e um terceiro curto que caiu. No segundo do seu lote, com 570 kg, cravou o primeiro ferro comprido à porta dos sustos. Voltou a cravar bem um segundo, mas na ferragem curta o toiro revelou-se distraído e muito limitado na bravura, tendo o cavaleiro que entrar muitas vezes no terreno da rês o que acabou por prejudicá-lo pautando a actuação por alguma irregularidade, entre toques, passagens em falso e um ferro caído.
    Mas se nas actuações a cavalo os toiros se deixaram lidar, nas pegas foram animais com génio e sentido. Pelo grupo da Azambuja, pegou o primeiro toiro da tarde André Miranda à primeira tentativa; o terceiro toiro não foi pegado, depois de quatro tentativas de pega de caras e até de cernelha, onde incorreu falta de ajuda, derrotes violentos e que resultaram entre idas para a enfermaria, com um forcado inclusive muito mal tratado depois de ter sido violentamente colhido contra as tábuas, muito em culpa da desorganização dos elementos do grupo que não tiraram o toiro dali, assim como dos bandarilheiros em serviço que se limitavam a presenciar a cena; e o quinto toiro, pegado por António Lourenço à primeira tentativa.
    Pelo grupo de Salvaterra, a prestação foi muito idêntica. No segundo toiro da tarde pegou Pedro Silva à primeira tentativa com boas ajudas; o quarto toiro também foi devolvido aos curros sem ter sido pegado, depois de mais uma cena violenta, várias tentativas falhadas, demoras na realização da cernelha, incluindo um forcado a ser literalmente atropelado por um cabresto, com ordens do director de corrida para recolha do toiro, protesto por parte dos forcados, enfim, cenas cada vez mais habituais nas praças portuguesas; à cara do sexto toiro foi Manuel Oliveira que pegou à terceira, mas talvez a única pega rija da tarde.