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    20 anos já... e a lembrança do inesquecível Júlio Robles permanece



    O lendário toureiro Júlio Robles deixou-nos há 20 anos.

    Este fim de semana passado, em Salamanca, a "sua" Salamanca, foi lembrado, como todos os anos, com uma homenagem floral e algumas palavras diante da sua estátua, muito perto da grande praça de touros salamantina.

    Robles foi um toureiro fino, clássico e sóbrio, mas ao tempo poderoso em sua especial técnica, toureiro de grande profundidade e sentimento em seus lances, marcou um tempo importante, porque encarnava uma certa renovação do Toreo na Espanha. Até que a desgraça, reiterada e sucessiva, primeiro levou-o dos ruedos e depois da grande praça da Vida.

    Julio Robles nasceu em Fontiveros (Ávila) em 4/12/1951.

    Passou a infância em La Fuente de San Esteban, rodeado de manadas de toiros.

    O seu primeiro mentor foi Paco Pallarés, que o ajudou no seu início.

    Toureou sua primeira bezerra em 1965 e vestiu-se pela primeira vez de luzes em Villavieja de Yeltes (Salamanca) em 28-08-1968.

    Desde que era novilheiro sem picadores, Julio Robles manteve uma grande rivalidade na arena com El Niño de la Capea, chegando a pendurar o cartaz de "não há bilhetes" em Madrid (Las Ventas) como novilheiros. Logo, junto a El Viti, já então um grande consagrado, protagonizaram a idade de ouro do toureio salmantino.

    Robles tomou a alternativa em julho de 1972 na Monumental de Barcelona, das mãos de Diego Puerta com Paco Caminho de testemunha, com o touro "Clarinero" de Pérez Tabernero.

    A confirmação chegou em 22 de maio de 1973, em Madrid, com Antonio Mejías como padrinho e Palomo Linares como testemunha.

    Foi em 1978, uma faena em San Isidro a um touro de Lázaro Soria, lançou-o definitivamente à fama. Começou então Julio Robles o melhor momento de sua carreira. De Madrid saiu aos ombros em 1983, 1985 e no outono de 1989.

    Na praça de Salamanca, a Glorieta, os números de Julio Robles foram espetaculares: 43 corridas de toiros, cortou 49 orelhas e abriu 15 portas grandes.

    Em Sevilha, em 1989, roçou a Porta do Príncipe após uma memorável faena com um touro de Sánchez Dalp (foto de Arjona mostra o "toureio de verdade" característico de Julio Robles, aquela data de 1989, na praça da "Real Maestranza de Caballería", em Sevilha).

    Em 1990 Robles estava em seu melhor momento profissional quando em 13 de agosto, em Béziers (França), enfrentou o touro "Enganador" de Cayetano Muñoz. Lá se acabou tudo como toureiro, gravísima colhida... invalidez, cadeira de rodas, a tragédia.

    Tratou de refazer-se mentalmente, mas nunca foi o mesmo.
    Passados os anos, refugiado sempre em sua casa e propriedade no campo salmantino, resultou que o azar da França tinha marcado sua vida para sempre.

    Em 13 de janeiro de 2001, Robles deu entrada de emergências no hospital da Santíssima Trindade de Salamanca e foi operado de uma perfuração intestinal. O seu estado agravou-se após a intervenção, até que no dia 14 de Janeiro de 2001, às 17h05, faleceu devido a uma paragem cardíaca.

    Texto: Eugénio Eiroa
    Fotografia: Arjona/Arquivo