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    ENTREVISTA a Paco Velásquez: "Um triunfo no início da temporada é um excelente cartão de apresentação para novos contratos"

    É exemplo do espírito de sacrifício que a profissão exige. A alternativa tirou-a em Março de 2014 no México, e desde então, tem imposto o seu toureio e o seu valor por forma a justificar os compromissos que vão surgindo. Em 2015, foi líder de escalafón numa categoria em que escasseiam oportunidades no nosso país. De hoje a uma semana, ele será o segundo matador de toiros português a inaugurar a Temporada Taurina de 2016

    Paco Velásquez actuará no próximo domingo, dia 1 de Fevereiro, em Mourão no segundo Festival que compõe a I Feira Taurina de Nª Sra das Candeias naquela vila alentejana.

    Numa breve conversa, o NATURALES foi conhecer as expectativas do jovem toureiro não só para o compromisso que se avizinha como para toda a restante Temporada que agora se inicia.


    PACO VELÁSQUEZ: "Sou dos poucos matadores, senão o único português, que nunca toureou em Mourão"


    Tem, a par com o Manuel Dias Gomes, o privilégio de ser um dos dois matadores portugueses presentes na I Feira Taurina da Sra das Candeias a realizar dia 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro em Mourão. Esse facto torna mais motivante a sua presença nesses festejos? 
    Paco Velásquez: Para mim é sempre motivante ver-me anunciado, seja em que praça for e em que cartel for. É sinal que existem empresários a acreditar em mim. Mas sem dúvida alguma que é uma motivação extra poder estar presente no primeiro grande acontecimento do calendário taurino onde, em dois dias, vão estar presentes grandes nomes do panorama taurino e ao qual nenhum aficionado vai querer faltar. 

    Mas que importância tem para um toureiro estar nos primeiros festejos da Temporada? Crê que Mourão se tornou numa praça e numa data onde todos querem estar? 
    P.V.: Eu penso que a importância é enorme pois, para nós toureiros, é sempre positivo tomar o mais rápido possível o contacto com realidade que é a corrida de toiros em si, a pressão da actuação, o público, o próprio toiro... Para além disso, faz com que haja alguma facilidade em delinear a temporada, pois um triunfo no início da temporada, é um excelente cartão de apresentação para novos contratos e sem dúvida que Mourão é o local ideal para isso acontecer. Mourão é neste momento um local com importância o seu Festival é uma data tradicional, que tem sido bem cuidada, e é claro, um local onde todos os toureiros querem ir... E eu não sou excepção, sou dos poucos matadores, senão o único português, que nunca lá toureou mas este ano reuniram-se a condições, graças a Deus. 

    Na Temporada passada foi líder do escalafón com 6 festejos. Ainda assim, muito pouco quando verificamos que se realizaram 233 espectáculos taurinos em 2015. Continuam a fechar-se portas ao Toureio a Pé em Portugal e mais concretamente aos matadores portugueses... Na sua opinião, porque isso acontece e o que pode um jovem como o Paco fazer para contrariar essa tendência? 
    P.V.: Eu na realidade não posso estar triste com o toureio a pé em Portugal... Eu cheguei a Portugal em 2014 e toureei três corridas e fui líder do escalafón. Na temporada passada, voltei a liderar mas desta vez com seis corridas! Tenho a perfeita noção que existiram outras corridas mistas onde entraram outros companheiros de profissão e penso que isso reflecte que estamos atravessar uma época de mudança na Tauromaquia em Portugal. O toureio a pé, e mais concretamente a corrida mista, voltou a ser apreciada pelo público em geral e pude constatar isso pelos aficionados que se deslocaram às praças onde toureei! Aconteceram sempre boas entradas, o que demonstra que algo está a mudar... De um jovem matador de toiros como eu, podem contar com a vontade de triunfar para que o toureio a pé saia dignificado, pois só assim o público voltará a sentir-se atraído pelo toureio a pé e os empresários com uma maior vontade em organizar corridas com matadores.

    E como tem sido a sua preparação neste defeso? 
    P.V.: Este defeso tem sido sem dúvida o mais produtivo desde que tirei a alternativa de matador de toiros. Tenho uma equipa em quem confio e sei que confiam em mim... Sei que houve alturas em que não dei o passo em frente, pois não estava preparado para tal, erros que se cometem quando a idade não é a melhor conselheira mas agora não... Estou mais maduro e sei que não se pode deixar passar nem mais uma oportunidade! Estou mais forte fisicamente, pois tenho-me preparado todos os dias a nível taurino e para isso tenho uma pessoa ao meu lado, que muito me tem apoiado, o matador Vicente Bejarano, que tem um toureio com o qual me identifico bastante e tem o dom de me transmitir ensinamentos e sensações que muito me vão servir. 

    Expectativas para a Temporada 2016 que agora começa? 
    P.V.: Com toda a preparação que tenho levado a cabo durante este defeso, sinto que pode vir a ser uma temporada bonita, onde espero encontrar-me com o toureio que ambiciono e se possível entrar em Espanha, isso é algo que me faz muita ilusão.









    Fotografias: Florindo Piteira 
    Texto: Patrícia Sardinha