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    "5ª Feira Nocturna": Espaço de Opinião

    Tem saudades das corridas de toiros às quintas-feiras no Campo Pequeno? 

    Pois agora que estamos no defeso, iremos colmatar essa saudade com os artigos de opinião de Pedro Guerreiro. 

    Sempre frontais e pertinentes...para um defeso a dar que pensar!!








    'O lencinho da botica!'
      
    A discórdia, polémica e frustrações que ocorrem no seio taurino, são (e serão) sempre motivo contundente a abordar. Mais que não seja para expressar uma opinião, ou 'clarear' situações a tender para o 'preto e branco'.

    'O lencinho da botica...' canção (jogo/brincadeira) tão usual em infâncias passadas, ganha relevo numa estrutura atual, suportada  por bases nem sempre fiáveis e que quase de forma pontual colocam à prova (e a nu) as fragilidades do meio: A cabana brava Nacional.

    2015 revelou-se, em meu entender, um ano parco no que diz respeito aos domínios da bravura, segundo cada criador de toiros. Obviamente, e felizmente, houve exceções que se demarcaram de uma tendência leviana e 'comercial' alarmante. Registos que se alongam a terras de 'hermanos', que por cá são vistos como modelo a seguir, mas que afinal de contas... Ser figura (hoje em dia) é ter poder, é ter domínio, é ter vontade e supremacia. Então, que é ser figura do Toureio?

    Imperar, cá ou lá, é o 'mandamento' dos súbditos dos figurões, que para exultarem com a 'magia' dos espetáculos, esquecem a 'magia' que a arte detém. Para manter postos, somar créditos, alcançar patamares... A pé ou a cavalo. Hoje manda o público, manda o 'espetáculo' (sentido figurado de espetacular), manda o leigo... Ou os leigos já seremos nós?!

    Aparte destas (im)posições expostas acima, importa elucidar e criar ideia do momento atual das nossas Ganadarias, e, o seu relacionamento com o regulamento em voga desde o transato ano de 2014.
    Os efetivos das Ganadarias que compõem 'o setor bravura' do nosso Portugal Taurino estão a diminuir, a realizar cortes internos e a ter contenções cuidadas e extremamente necessárias. Quantas e quantas vezes se ouve falar em 'negócio nada rentável'; 'romanticismo ao toiro e ao campo'; 'capricho e afición, pois é um ramo complicado e de pouco ganho', tanta vez... As camadas tendem a ser  mais curtas em relação à procura, embora se tenham verificado melhorias (paulatinamente) no setor da importação, já a exportação... A progressão registada neste ano, bem como a repercussão que teve, poderá 'abanar' as fronteiras, e dar uma imagem renovada e destacada ao 'ganado' português.

    Mas, há um lencinho da botica a ter em conta: o Azul.
    Justo, injusto, merecido ou simplesmente apregoado em escritos 'valiosos'. A formação de opiniões deve advir da formação de boas condutas e entendimento base do que se trata, do que se vê e fomenta. A panóplia de encastes existentes permite uma conjugação de fatores que importam reter: seleção; morfologia; tipologia e diferenciação temperamental. Uma das questões mais apregoada está diretamente relacionada com a apresentação dos animais nos espetáculos taurinos. O seu padrão genético determina de forma importante este aspeto relativo à estrutura animal. Apresentar pesos, fotos e dar títulos aos curros ('Seis bombas da Ganadaria x!!!') vende, e por vezes revela-se determinante nas afluências de público às Praças de Toiros. Estamos na era do 'boi', grande e gordo, e 'ai daquele' que não apresente Toiros grandes... O problema é que o desconhecimento acerca de toda a envolvente da raça  faz ecoar o desconhecimento e ignorância acerca da arte, ocasionando 'pseudo-decepcões próprias', sem sentido e que muitas vezes tiram público aos tendidos.

    Creio que o lenço foi banalizado, pelas vezes que foi utilizado (algumas injustificadamente, outras pela falta de ser mostrado, e outras até pelo costume da malta já ir reclamando para o ver), e que ocasionou 'aulas de comportamento do Toiro Bravo' nem sempre profícuas, nem sempre certas... De norte a sul, e com o decorrer da temporada foi-se 'assomando' e tornado rotineiro nas praças de Toiros. É extremamente necessário manter uma regularidade criteriosa e exigente (mas com sentido) e não comparar 'lenços' e 'lencinhos'.

     À semelhança do lenço, 2015 foi o ano do 'indulto'. Os padrões com que cada Ganadeiro rege a sua divisa vão de encontro às qualidades evidenciadas pelos seus produtos, e o seu indulto provará que o trabalho e seleção em prol da melhoria do comportamento animal tem fundamento e é proveitoso. Neste campo o destaque dividir-se-ia por várias divisas que mantiveram uma estabilidade de salutar, obtendo distinções e mérito pela sua notabilidade.

    É importante não 'deitar à sombra da bananeira', não cair no desleixo e manter com aprumo os padrões pelos quais se mantém uma Ganadaria Brava. Porque acima de tudo, por mais que querem contrariar, todos sabemos quem continua a ser o Rei deste meio...


    *Botica – Casa de venda a retalho/ Casa sem ordem



    Autor: Pedro Guerreiro