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    JOSÉ FALCÃO E ÓSCAR ROSMANO UMA PARELHA DE SUCESSO

    por Prof. Sebastião Valente


    O panorama taurino nacional foi sacudido, na década de sessenta do século passado, por uma parelha de novilheiros que tantas e tantas tardes de glória alcançou por quase todas as praças do país onde actuaram fazendo renascer, em muita da aficion da altura, a esperança de que uma nova dupla Diamantino Vizeu, Manuel dos Santos estava ali a despontar.

    Tratava-se de dois jovens um, Ribatejano, natural de Povos concelho de Vila franca de Xira e o outro, Alentejano nascido em Évora e que davam pelo nome, respectivamente de José Falcão e Óscar Rosmano.

    Mas, o homem põe e Deus dispõe, e o destino não quis que essas fundadas esperanças se concretizassem embora por razões um pouco distintas apesar de algo interligadas.

    José Falcão que veio ao mundo em 31 de Agosto de 1942 apresentou-se pela primeira vez em público a 20 de Maio de 1962 na praça de touros do Montijo rumando de seguida a Espanha, debutando com picadores a 15 de Maio de 1967 em Mérida alternando com Gabriel de la Casa e Juan Carlos Beca Belmonte na lide de novilhos da ganadaria de José Escobar.

    1968 é o ano em que este diestro concretiza dois grandes sonhos , a apresentação em Las Ventas a 19 de Março alternando com Bienvenido Luján e Gregório Lalanda e a alternativa em Badajoz a 23 de Junho por alturas da tradicional Feira de S. Juan, com as bancadas repletas de compatriotas nossos e tendo como padrinho o sublime Paco Canino e como testemunha o famoso Paquirri na lide toiros da Ganadaria portuguesa de Cunhal Patrício.

    Com um toureio poderoso e completo pois executava com rara perfeição os três tércios Falcão conquista rapidamente o público nosso vizinho vindo a confirmar a alternativa em Madrid a 27 de Julho de 1969 desta vez, com toiros também nacionais de Murteira Grave, e apadrinhado por Vicente Puzón e testemunhado por Aurélio Garcia. No México tem idêntica cerimónia a 13 de de Dezembro de 1970 recebendo os trastes das mãos de Joaquim Bernardó e sendo testemunha António Lomelín.

    Infelizmente tão promissora carreira foi, súbita e brutalmente, interrompida por fatal cornada infringida pelo Cucharero com ferro de Alípio Perez-Tabernero a 11 de Agosto de 1974 na Monumental de Barcelona.

    Óscar Rosmano, que nasceu a 18 de Setembro de 1940, depois de ter feito o mesmo percurso nacional que o seu amigo e companheiro e ter debutado com picadores a 10 de Maio de 1964 na vizinha cidade espanhola de Mérida, por sua vez, preferiu as terras Aztecas onde se radicou em 1968, para desenvolver a sua carreira que foi recheada de êxitos.

    A 29 de Novembro de 1970 ascende ao Doutoramento em Aguascalientes apadrinhado por Raul Garcia e compartilhando ainda cartel com o matador Jesús Solorzano e o cavaleiro Gastón Santos.

    Ao ter conhecimento do infausto acontecimento ocorrido com o seu grande amido e companheiro de tantas tardes de glória e ilusão corta a coleta, abandona os ruedos e procura outra actividade, permanecendo, até hoje, naquele distante país da América Latina.

    Duas vidas, dois percursos, dois destinos diferentes.