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    Entrevista a Ricardo Levesinho

    Depois de 3 anos à frente da Palha Blanco, a empresa Tauroleve viu agora a decisão da Santa Casa da Mesericórdia de Vila Franca de Xira, em levar a praça a concurso, contrariando o que se falava na 'família taurina', de que a praça se mantería sob gerência da empresa da qual Ricardo Levesinho é a cara. Numa breve entrevista ao Naturales ficámos a conhecer o estado de espírito do jovem empresário e os seus desejos futuros.


    "Era uma grande honra a Palha Blanco não ir a concurso e ser a nós entregue por convite."



    1- Consta que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira, contrariamente ao que se esperava, não vos entregou este ano a Palha Blanco, praça que a vossa empresa, Tauroleve, já geria há 3 anos. Estavam à espera disto ou foi um presente envenenado?
    Sempre soube que o contrato existente era de 2 anos (2008 e 2009) com possibilidade de accionar o direito de adopção para mais uma temporada (2010). Os contratos existem como são devidamente formalizados. Logo entendo que não se pode falar em presente envenenado já que não houve, por parte da Santa Casa, nada que ferisse o relacionamento contratual existente, nem muito menos existiu algum facto que colocasse em causa o respeito mútuo desde sempre existente.


    2- Mas sente que de alguma maneira, o vosso esforço e sacrifício por 'erguer' a Palha Blanco e a afición vilafranquense, não foi justamente valorizado?
    Se o que me quer perguntar era se eu gostava que me convidassem directamente sem a necessidade de concurso, eu com muita sinceridade, respondia-lhe claramente que sim, pois era uma grande honra a Palha Blanco não ir a concurso e ser a nós entregue por convite, o que não me recordo alguma vez ter existido.


    3- Se a Praça for agora a concurso, pretendem concorrer?
    Em principio a decisão já está tomada e a resposta é sim. Mas temos as nossas ideias e a nossa forma de gerir e o que teremos de analisar é a compatibilidade entre o caderno de encargos e o caminho que, entendemos ser num futuro próximo, o mais indicado para a Palha Blanco. Se tenho que contratar os melhores artistas e as ganadarias que me ajudam a criar bons espectáculos não posso pagar um valor de concessão demasiado elevado, porque os meus compromissos e acordos com toureiros, ganaderos, forcados e demais agentes da Festa têm que ser todos respeitados. Refiro-lhe o seguinte exemplo: eu procuro Ganadarias pela fiabilidade de bom espectáculo que podem proporcionar e assim defendo a Tauromaquia, os aficionados e o público que me honra com a sua presença. E depois dessas ganadarias estarem identificadas discuto o preço. Nunca comprei por ser em primeiro lugar barato e depois grande, já que aí estava a criar espectáculos nos quais não sentia a magia necessária. E esta situação limita-me claramente perante quem não trabalhe desta forma (e assim pode pagar mais pelas concessões) que eu considero a mais correcta. E se eu tenho a felicidade de estar a ter o raciocínio mais correcto esta é a única forma de defender o futuro da Tauromaquia e salvaguardar todos os proprietários de praças de toiros para além do momento presente pouco sorridente.


    4- Como classificaria o vosso trabalho à frente da Palha Blanco ao longo deste 3 anos e como foi a vossa relação com a Santa Casa e Câmara Municipal de Vila Franca durante este tempo?
    Foram 3 anos de muito trabalho e porque não dizê-lo de muito sacrifício pessoal de todos os que compõem este projecto. Tentámos sempre dar o nosso melhor para estarmos aqui de forma honrada e procurando ir sempre pelo caminho da criação de bons espectáculos. A relação com a Santa Casa pode-se considerar de abertura total e de trabalho de forma muito colaborante. Com a Câmara Municipal sempre tivemos uma relação institucional respeitosa e de cooperação.


    5- E agora que futuro para a Tauroleve?
    O que Deus queira e nada mais do que isso. Conseguimos nestes três anos entendermos o negócio e mantermo-nos fiéis à nossa maneira de pensar como homens e aficionados de sempre e isso a mim deixa-me extramente satisfeito. Confesso-lhe que sinto que podíamos ser mais úteis emprestando a nossa vontade e gosto pela Festa a projectos nos quais pudéssemos aplicar a nossa forma de ser e estar e dar o máximo por contribuir positivamente para o desenvolvimento de algumas praças. Ao dia de hoje e devido à exigência enorme pela responsabilidade que é a gestão da Palha Blanco, temos edificada uma estrutura que, entendo ser capaz, de absorver um aumento de trabalho sem diminuir a exigência. Logo penso estarmos preparados para expandir o nosso projecto. Se por acaso entendermos e/ou entenderem que não reunimos condições para continuar na gestão seja da Palha Blanco ou de outros projectos possíveis, remetemo-nos à nossa condição de aficionados presentes e decerto que não será nenhum drama para ninguém já que sairemos como entrámos, ou seja, com um sorriso nos lábios e a nossa honra devidamente fortalecida.