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    Un interesante artículo de nuestra subdirectora para poner los puntos sobre las ies...

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    A INVASÃO
    Não, não são extra-terrestres, nem tão pouco me refiro à bíblica praga de gafanhotos ou de uma invasão de formigas. Incrivelmente, os invasores de que vos falo são toiro bravos de ganadarias espanholas e o local da ocorrência as praças de toiros portuguesas.
    Por acaso, já alguém se deu conta que a temporada começou a 1 de Fevereiro em Mourão, que estamos a meio de Abril, desde então já se realizaram cerca de vinte espectáculos taurinos, sendo que meia dúzia deles com reses de ganadarias espanholas e que já outra meia dúzia de corridas estão previstas com toiros do país vizinho até inicio de Maio?
    Ninguém estranha? Ninguém se manifesta? Não há toiros em Portugal?
    Uma coisa é certa, tal como algumas ganadarias portuguesas lidam em Espanha, concordo que haja algumas ganadarias espanholas a lidarem em Portugal. Mas fazer disso uma bandeira já me parece grave.
    Confesso que desconheço o preço a que anda um toiro bravo em Portugal e em Espanha, mas consta, e a ver pela quantidade de empresários que aderem aos ‘caramelos’, que os espanhóis são mais baratos. Mas isso é de longe sinónimo de qualidade, é sim sinal que os ganadeiros espanhóis têm ‘material’ de sobra para dar e vender, ou será coincidência que a maioria do gado que vem para Portugal traga o 5 na espádua?
    No entanto, face a este ‘ataque’, os nossos ganadeiros são os primeiros a não se manifestarem. Para variar, esta gente que vive da Festa, é a que menos actividade demonstra, quando toca a defender a Tauromaquia. Nem quando lhes toca a eles…
    Os toureiros desde que recebam o deles, pouco lhes importa. ‘Marcha’ tudo desde que os seus nomes apareçam nos cartéis e quanto menos incómodos (leia-se bravos) forem os toiros melhor. A maioria até os exige assim, porque se lhes aparecer um bravo, o grau de dificuldade aumenta e a ‘lide’ será impossível.
    Os empresários muito menos terão a dizer para criticar esta tendência. São eles que se aproveitam das ‘rebajas’ espanholas, interessando-lhes o lucro em detrimento da qualidade do espectáculo. Sim, porque ao menos os toiros fossem bravos, mas não o são e isso é um facto nas corridas onde têm sido anunciados, para mansos já nos bastam alguns toiros portugueses e se é para ajudar a economia, que seja a nossa que bem necessitados de um acréscimo andamos nós portugueses. Ainda assim os empresários insistem em corridas com reses espanholas, muitas delas ganadarias que a maioria dos aficionados nunca ouviu falar. Compram toiros ao preço da uva mijona, mas do espectáculo pouco ou nada fica para contar. Bem certo é o dito "o barato sai caro", mas eles não crêem nisso.
    E os aficionados que dizem? Nada. À maioria só importa os nomes dos toureiros e dos grupos de forcados. Num cartel, o nome da ganadaria resulta para eles, como as letras pequeninas de um qualquer contrato: invisível. Portanto, serem espanhóis, portugueses ou romenos...desde que haja um 'bicho' preto, não interessa a nacionalidade. Até porque a maioria dos aficionados de hoje em dia, quer é ver o número do cavalinho e para isso muitas vezes estar um toiro ou estar um bloco de cimento dá no mesmo. Se eles até aplaudem e vibram com ferros falhados e/ou descaídos...
    Os da imprensa taurina, alguns há que fora de praça até comentam a ‘invasão’, mas falam pouco e baixinho, não vá algum senhor empresário ouvir e sair ofendido mostrando-lhes o cartão vermelho e impossibilitando-os de entrarem na(s) sua(s) praça(s). E nas respectivas crónicas...a benevolência de sempre!
    E com isto tudo pergunto, qual a justificação da APET (Associação Portuguesa de Empresários Taurinos) sobre esta ‘invasão’ espanhola?
    E os ganadeiros nacionais que esperam? A vinda de uma segunda Padeira de Aljubarrota?

    PATRICIA SARDINHA
    Foto de DAVID CORDERO : 
    toros portugueses de la ganadería de VALE SORRAIA,
     fotografiados esta pasada Semana Santa