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    600 Anos do Cabo Espichel : Câmara e Confraria apresentam propostas para recuperação do monumento


    SESIMBRA/LISBOA/PONTEVEDRA (NATURALES, Correio da Tauromaquia Ibérica)
    Durante a apresentação do programa de comemorações dos 600 Anos do Cabo Espichel, foi feita uma retrospectiva do processo e foram apresentadas propostas para recuperação do monumento.
    Conceder temporariamente parte das hospedarias do Santuário do Cabo Espichel a promotores privados para instalação de projectos ligados ao comércio e turismo, e aproveitar as contrapartidas dessas concessões para intervir no conjunto arquitectónico e na área envolvente é uma das propostas que a Câmara Municipal e a Confraria de Nossa Senhora do Cabo vão apresentar numa reunião agendada com a Direcção Geral do Património, entidade proprietária da Ala Norte, no final de Abril.
    A intenção foi anunciada durante a apresentação dos 600 anos do Culto de Nossa Senhora do Cabo, que decorreu hoje e contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Augusto Pólvora, do responsável pela Confraria de Nossa Senhora do Cabo, padre Francisco Mendes e do fotógrafo sesimbrense Carlos Sargedas.
    Consciente de que no actual contexto socioeconómico muito dificilmente se encontrarão apoios financeiros para reabilitar este importante monumento, há vários anos ao abandono, o presidente da Câmara Municipal mostrou disponibilidade e interesse para, em conjunto com a Confraria, prosseguir com o papel de mediação entre os proprietários e possíveis investidores.
    Augusto Pólvora reafirmou o empenho da Câmara Municipal em recuperar e valorizar o património municipal, em especial o Cabo Espichel, por tudo o que representa. Fez uma retrospectiva do processo lembrando, sobretudo, o acordo de 1995, em que o Estado tomou posse da Ala Norte comprometendo-se a intervir em todo o edificado, o que nunca chegou a acontecer e deu como exemplo o caso da Fortaleza de Santiago, na vila de Sesimbra, que, depois de décadas de persistência, está finalmente na posse do município. O presidente da Câmara transmitiu também aos presentes que a Câmara Municipal está a avaliar a hipótese de recuperar um conjunto em ruínas à entrada do Santuário, que se situa dentro dos terrenos doados à autarquia em 2008, para instalar um centro de apoio e interpretação do local. Numa fase posterior, pretende-se que a própria Casa de Ópera possa também voltar a receber espectáculos.
    O padre Francisco Mendes, responsável pela Confraria do Cabo, centrou a sua intervenção na importância religiosa do Culto e do lugar. «Trata-se do santuário mais antigo no Sul do País onde o Culto permanece ininterruptamente de forma viva e devota», referiu. «Para terem uma ideia, o Cabo Espichel representou, de certo modo, aquilo que Fátima representa nos nossos dias», disse. «Há poucos lugares, mesmo na Península, que se possam comparar ao Cabo». Para Francisco Mendes e para a confraria a associação a estas comemorações serve sobretudo para olhar o futuro e para tentar alterar o actual estado do monumento.
    Carlos Sargedas apresentou algumas das iniciativas que propôs e que acabaram por incluir o programa oficial das comemorações. Destaque para o ciclo de exposições que se inicia no dia 17, sábado, e que se prolonga até Novembro e envolve mais de 50 artistas profissionais e amadores. O fotógrafo sesimbrense e apaixonado pelo Cabo deu a conhecer os projectos que tem desenvolvido no local no campo da fotografia aérea e do vídeo e mostrou o vídeo recentemente premiado num festival na Grécia.
    Assinalam-se este ano seis séculos do início do culto de Nossa Senhora do Cabo Espichel. 2010 é o ano de referência para as comemorações, visto que a Ermida da Memória, em torno da qual gira toda a lenda do Cabo, foi edificada com a descoberta da imagem em 1410. Todavia, por sugestão da Confraria de Nossa Senhora do Cabo, e com base em documentos que referem um culto anterior a essa data, as comemorações oficiais iniciaram-se em 2008, com as Jornadas Etnográficas do Cabo Espichel e prosseguiram em 2009, com as Jornadas Históricas. Ambas as iniciativas, organizadas pela Câmara Municipal e Confraria, incluíram espectáculos de música clássica, um dos quais gravado pela a Antena 2, debates, apresentações, lançamentos de livros e recriação dos percursos dos círios. Nestes dois momentos estiveram em Sesimbra alguns dos maiores estudiosos do Cabo Espichel nas mais diversas áreas, que partilharam os seus conhecimentos com plateias bastante interessadas. Destaque para o lançamento de duas obras de referência no âmbito das jornadas: O Paraíso no «Fim do Mundo», de Luís Marques e Nossa Senhora do Cabo, Um Culto nas Terras do Fim, de Heitor Pato, ambas apoiadas pela autarquia. Para além disso, nesse período foi também editado um número da colecção Patrimónios, com fotografias de José Arsénio, dedicado ao Cabo, e um CD-ROM, da autoria de António Proença. Pela sua importância cultural importa referir a organização da Temporada de Música da Casa de Ópera do Cabo Espichel, criada para promover o valor histórico-cultural do espaço. Tanto por parte da Câmara Municipal como da Confraria, o objectivo destas comemorações tem sido claro: divulgar este valioso património, com potencialidades únicas, e alertar o Poder Central e a opinião pública para a urgência da recuperação do conjunto dos edifícios e de toda a zona envolvente, no contexto das candidaturas da jazida da Pedra da Mua e da da Serra da Arrábida a património mundial, que estão em curso. Por esse motivo, paralelamente às comemorações, a autarquia continuou a desenvolver contactos institucionais, tanto com o Estado, proprietário da ala Norte, como com o proprietário dos terrenos na envolvente do Santuário e com potenciais investidores, na esperança de conseguir encontrar uma solução para a requalificação do edificado. Embora não tenha havido qualquer resposta do Estado nem de privados, o município conseguiu tomar posse dos terrenos junto ao Santuário e da Mãe de Água, doados pelo proprietário, o que permitiu que se conservação urgentes, que incluíram a iluminação do terreiro e o ordenamento do estacionamento. Este ano, pela importância simbólica da data, as comemorações iniciam-se mais cedo, em Abril, com um conjunto de actividades que se prolongam até final do ano, como palestras, espectáculos e exposições. Ao programa preparado pela autarquia e Confraria, e que dá continuidade às jornadas dos anos anteriores, juntam-se um conjunto de actividades propostas pelo fotógrafo Carlos Sargedas, sesimbrense apaixonado pelo Cabo Espichel, das quais se destaca um ciclo de exposições de vários artistas sobre o Cabo