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    La crónica siempre esperada -en los grandes acontecimientos- de Patrícia Sardinha : esta vez en Évora y su Festa do Forcado

    ÉVORA (Crónica de PATRICIA SARDINHA, subdirectora de NATURALES, Correio da Tauromaquia Ibérica, enviada especial) .-


    FESTA DO FORCADO abafa CAVALEIROS
    Arena d’Évora, 27 de Março, 2010

    A data que já marcou posição no calendário taurino português e que dá pelo nome de “Festa do Forcado” concentrou 42 dos 43 grupos de forcados nacionais em praça e voltou a ser um sucesso de público com muita gente a acorrer à Arena d’Évora durante a tarde para assistir ao desempenho dos rapazes das jaquetas de ramagens. Do concurso de pegas de cernelha disputaram a final o grupo da Póvoa de S. Miguel e o grupo de Alter-do-Chão, tendo este último, e sob protesto de algum púbico, sido declarado vencedor e que, consequentemente, obteve o direito a estar presença na corrida nocturna onde já estava assegurada a presença do grupo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, vencedores do ano passado.

    Mas se de tarde a afluência e a animação foi grande, à noite na corrida, o mesmo não se verificou. A começar uma hora depois do inicialmente anunciado (uma vez mais a tauromaquia a subjugar-se ao futebol) a praça de toiros Arena d’Évora apenas registou cerca de 1/2 casa. A verdade é que a empresa Terra Brava tem conseguido enchentes durante a dita ‘Festa do Forcado’ pela tarde, mesmo custando este ano a entrada 2 euros (noutros anos era gratuita). Tem ainda conseguido arrastar muita gente para as ‘festas em discotecas’ pós-corrida, mas não tem convencido os aficionados a estarem presentes na ‘Festa dos toiros’. Mesmo agora com uma ‘revisão’ dos preços de bilheteira e com um cartel muito atractivo, Évora não correspondeu às expectativas. E creio que aqui poderá estar implícito o factor ‘novo público’, que muitos tanto criticam no Campo Pequeno, mas que afinal existe em muitas outras praças. A verdade é que parece que se está a habituar o público a um novo conceito de se ser aficionado, transformando-os em aficionados da festa social, da cerveja (e como foi isso visível na Arena d’Évora), verificando-se pouco nas bancadas o conceito do respeito pelos artistas e da verdadeira aficion aos toiros. Concordo que é necessário atrair a juventude às praças, mas para isso não se pode descurar o adubar da cultura taurina, o lado mais sério da Festa Brava e que se calhar a muitos aborrece. E com esta lenga-lenga pretendo chegar ao ponto de como em Évora parece que já não se sabe ver e apreciar toureio a cavalo.

    Para a corrida que marcou a abertura da temporada eborense foi enviado um curro de toiros de Pégoras de excelente apresentação, com desempenho desigual mas que no geral foram todos bastante maneáveis.

    António Telles abriu a noite frente a um toiro com 510 kg tendo desenvolvido uma lide correctíssima. Brilhante na brega com que recebeu a rês e parando-a no centro da arena, o cavaleiro partiu de tábuas para os três ferros compridos que deixou bem. Já nos curtos e a menor distância, evidenciou toda a sua classe, sem enganos, sem artes circenses, aproveitando as boas qualidades do toiro que perseguiu sempre a montada e cravando correctamente a ferragem. Surpreendentemente e perante uma actuação deste calibre o público reagiu com frieza. O segundo toiro do seu lote com 540 kg, mais complicado, de menor transmissão, foi daquele tipo de toiro que serve para revelar que os verdadeiros toureiros são os que entendem e lidam os toiros, e não os que se limitam a ‘espetar’ ferros. António soube escolher os terrenos, soube entender o oponente e acabou por ter uma actuação de menos a mais, em que a ferragem voltou a sair certeira.

    Vítor Ribeiro a cada temporada relança a esperança de se afirmar definitivamente como figura do toureio a cavalo. Em Évora, teve primeiro pela frente um toiro com 600 kg, imponente, mas algo justo de forças, que recebeu com boa brega, parando-o no centro e partindo depois de tábuas para lhe cravar o primeiro comprido. Soube preparar as sortes, pôs mando na voz, citou de largo e deixou ferros de boa nota. No entanto, a actuação foi a menos, com dois ferros falhados, numa altura em que o toiro já não tinha muito para dar, terminando com um quiebro mais bem sucedido junto às tábuas. No seu segundo toiro, mais colaborador, Vítor tentou sacar proveito das montadas para chegar ao público mas sem sucesso. Esteve correcto na ferragem comprida e os dois primeiros ferros curtos foram irrepreensíveis. Andou arrimado, tentou arriscar e acabou por sofrer dois toques ao deixar a restante ferragem.

    O praticante João Salgueiro da Costa teve primeiro pela frente um toiro com 495 kg e começou logo por cravar o primeiro comprido na barriga do animal. Melhorou nos dois seguintes. Nos curtos partiu de frente para cravar bem o primeiro, falhou o segundo, mas depois arrimou-se e foi a mais, aproveitando as qualidades das montadas, deixando dois bons ferros rematados com piruetas na cara do toiro. No final o jovem cavaleiro teve humildade suficiente para achar que não merecia dar volta. No segundo do seu lote, um toiro bonito com 515 kg, andou com mais cabeça, com a lide a ir de menos a mais. Cumpriu na ferragem comprida, soube escolher os terrenos, partiu de frente e cravou no sítio o primeiro curto. Depois, com a montada a aguentar, deixou o toiro arrancar e cravou bem o segundo ferro, rematando com ladeios, o que daqui em diante passou a ser constante nos remates das sortes. Apesar da sua actuação ter sido superior à primeira, Salgueiro da Costa optou por não dar novamente volta à arena. Talvez pela frieza do público que nem tão pouco se importou em exigir a presença do cavaleiro.

    Toureou ainda o cavaleiro amador Mateus Prieto que esteve longe da sua prestação em Outubro do ano passado aquando do Festival de Beneficência de Évora, tendo pela frente um novilho da mesma ganadaria, com 410 kg. Andou acelerado, sem se fixar, cravando com algum desacerto, passagens em falso e ainda um toque na montada. Depois achou a galinha dos ovos de ouro na cravagem de ferros violinos e desembolsou logo três, sendo que com isto finalmente parece que acordou o público. Termina com um palmito deixando muitos aficionados a saírem da praça consagrando-o triunfador da noite. Enfim…

    E sendo a Festa dos Forcados, foi aqui que houve mais emoção, ainda assim longe dos silêncios de outros tempos que elevaram a Arena d’Évora a “Catedral do Forcado”. Pelo grupo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense pegaram Marco Sousa à primeira com uma boa pega; Álvaro Dentinho que podia ter consumado à primeira não fosse ter escorregado na hora da reunião e ainda que se tivesse tentado aguentar, não suportou os derrotes só consumando à segunda e sendo recomposto pelo grupo; e José Vicente à primeira com o toiro a arrancar antes do cite e sem complicações. Já pelo grupo de Alter-do-Chão pegaram Pedro Saldanha à terceira com as ajudas carregadas; Sílvio Andreia também à terceira e com muitas ajudas; e Nuno Basso à primeira a aguentar praticamente sozinho a investida do toiro

    Dirigiu a corrida o Sr. Lourenço Luzio assessorado pelo veterinário Dr. João Infante numa noite longa em que os cavaleiros intervenientes foram abafados pela indiferença do público, principalmente por aqueles que desde a tarde se ‘fizeram acompanhar’ pelo álcool acabando alguns por dar espectáculo extra durante a corrida. Já lá vai o tempo em que havia seriedade na Festa…


    NOTA BENE .- La DIRECCION de NATURALES informa que no pueden publicarse fotos de esta corrida porque un indivíduo afecto a la empresa de ÉVORA acabó por humillar con su mal trato a nuestro jefe de fotografía, PEDRO BATALHA, imposibilitando su trabajo (ver la información inmediata que ofrecemos)