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    Entrevista a los que empiezan : las ilusiones de quienes quieren llegar muy lejos


    LISBOA-PONTEVEDRA (NATURALES, Correio da Tauromaquia Ibérica).- Tiempo de esperanzas ante el año nuevo, tiempo de despedidas y balances del año que se va. NATURALES ha querido pulsar la tecla de los más jóvenes, de los que empiezan. Es así cómo nuestra subdirectora Patrícia Sardinha llamó a la puerta del prometedor Mateus Prieto.
    MATEUS PRIETO: Gostava de tirar a prova de praticante para poder entrar em cartéis de maior importância.”


    Mateus Prieto foi uma das grandes revelações da temporada 2009, tendo triunfado em quase todas as praças por onde passou, o que lhe valeu alguns prémios de Cavaleiro Revelação ou Melhor Cavaleiro Amador. A pouco mais de um mês de se iniciar a próxima temporada, o Naturales falou com o jovem cavaleiro que apesar da sua juventude, se revelou muito sensato, com os pés bem assentes na terra e a desejar crescer na carreira.


    Naturales: Como surgiu a sua afición e essa vontade de querer ser cavaleiro tauromáquico?
    Mateus Prieto: A minha família, quer do lado materno, que são ribatejanos, quer do lado paterno, o meu bisavô era espanhol, sempre tiveram grande afición. Desde os cinco anos de idade que monto a cavalo, inicialmente como cavaleiro de obstáculos, tal como o meu irmão que é um excelente cavaleiro e equitador. Depois comecei a tourear por intuição. Mas o toureio não é um título que se adquire, nasce-se ou não com ele, trabalhando e arriscando muito.
    Naturales: A temporada que agora terminou, serviu bem como rampa de lançamento pelos muitos triunfos que conseguiu e que vão de certeza abrir portas na próxima temporada. Quer destacar alguma actuação com a que mais tenha desfrutado?
    Mateus Prieto: Sim, é verdade, foi uma temporada muito importante a todos os níveis. Gostei bastante de todas as actuações que tive até agora, mas houve sem dúvida três que me marcaram mais. A “Corrida Lux” nas Caldas Da Rainha, a ‘Espora de Prata’ em Montemor onde fui o vencedor e o Festival que encerrou a temporada em Évora.
    Naturales: Quem são as pessoas que estão por detrás da sua carreira, que o ajudam e transmitem o que tenta por em prática em praça?
    Mateus Prieto: Começando pela responsabilidade de apoderamento, se assim se pode chamar, essa responsabilidade pertence à Toiros & Cultura do Paulo Pessoa de Carvalho, sendo o Bernardo Mesquitela a presença mais visível no acompanhamento em praça, ficando como meu representante. No aspecto técnico, o Rogério e o Cláudio Travessa têm sido e são um grande apoio. A quadrilha não é fixa sendo que o Marinho é o meu peão-de-brega de confiança, e que alternando com outros meus amigos têm completado a quadrilha, sendo com mais regularidade o Ricardo Raimundo. Também o meu pai é uma presença constante e muito importante para a minha tranquilidade, se bem que na praça seja muito discreto e me deixe encontrar, com a minha própria decisão, o que fazer em cada momento. As conversas com ele são antes e depois, nunca durante a lide. Para este ano que vai entrar, a minha carreira será definida com maior rigor, mas posso acrescentar que se manterá dentro desta linha e que não haverá alterações de maior, apenas alguns acertos naturais.
    Naturales: Como se definiria enquanto cavaleiro? E que figuras admira?
    Mateus Prieto: Penso que pratico um toureio frontal, alegre, moderno, mas sem nunca perder o sentido do toureio clássico. Sou intuitivo e quando estou em praça quero entender o toiro, senti-lo e lidá-lo bem. Existe um elevado número de bons toureiros e tento tirar um bocado de cada um, dentro daquilo que me define como toureiro. O João Moura, António Telles, Joaquim Bastinhas, Diego Ventura … são todos grandes figuras.
    Naturales: Suponho que ser cavaleiro de alternativa é uma ambição, no entanto tem noção que é um caminho difícil, principalmente para quem não tem antecedentes familiares neste meio. Está disposto a enfrentar essas dificuldades?
    Mateus Prieto: Espero que o meu futuro seja grande nesta arte. Tenho sonhos com certeza e o maior deles é ser uma primeira figura. Sei que não é fácil, mas vou trabalhar muito tal como tenho feito até agora, para poder chegar o mais longe possível. Desejo ter sempre a humildade e a consciência de ser capaz de avaliar o que sou e do que sou capaz, para poder agir em conformidade. Se for bom e merecer, quero sempre ir mais longe, se vir que cheguei até onde me propunha mas que não sirvo para isto, então vou-me embora.
    Naturales: E conciliar os estudos com o toureio é fácil?
    Mateus Prieto: Não, pois ambos ocupam muito tempo e precisam de muito trabalho. Tenho sempre o toureio à frente da vida escolar, o que me vai causando algum mau desempenho escolar, mas com muita dedicação penso que se consegue fazer tudo o que se quer. Há tempo para tudo.
    Naturales: Fale-nos das suas montadas?
    Mateus Prieto: Neste momento tenho 6 cavalos a tourear e tenho a maior confiança em todos eles, cada um com o seu sítio. Conto com dois cavalos de saída, um com 8 anos e outro com 4 anos. Um cavalo com ferro Nuno Casquinha de 7 anos para as bandarilhas, um de ferro Menezes de 13 anos também de bandarilhas, um árabe puro de 13 anos de bandarilhas e para finalizar um cavalo de 8 anos de bandarilhas e de matar.
    Naturales: Que podemos esperar do Mateus na próxima temporada?
    Mateus Prieto: Tourear acima de tudo espectáculos dignos, se possível experimentar o mercado espanhol, alternando com espectáculos em Portugal, não tenho ambição desmedida e quero que a temporada seja proporcional aos êxitos que for conseguindo alcançar, isto é, que seja tão mais preenchida quanto mais eu o merecer.
    Para o início da temporada gostava de tirar a prova de praticante para poder entrar em cartéis de maior importância, é um assunto que está a ser pensado. Mas trabalha-se principalmente, para que na próxima temporada possa haver um Mateus Prieto forte e com ganas de triunfar.
    TEXTO e FOTO : PATRÍCIA SARDINHA