Temas de actualidad

O Papel Social e Cultural
da Empresa Taurina

Por PATRICIA SARDINHA, subdirectora de NATURALES

A Tauromaquia é uma forma de arte, representativa da tradição de um povo e por conseguinte uma manifestação cultural enraizada na nossa História. As corridas de toiros são o exemplo mais visível do rol de evidências culturais que a Tauromaquia sustenta, mas existe toda outra panóplia de formas artísticas como livros, pintura, fotografia que também são imprescindíveis para a boa formação de um aficionado.

As grandes Empresas Taurinas, aquelas que têm à sua mercê uma Praça de Toiros e uma temporada com um considerável número de espectáculos, deveriam ser as principais fomentadoras da Cultura Taurina, promovendo entre outras sugestões, Colóquios, Exposições, Mini-Cursos, Workshops, no entanto a maioria limita-se a contribuir com a organização das corridas, esquecendo-se que muitas vezes nem sempre esse é o melhor exemplo para uma boa educação taurina, mas talvez seja aquele que mais lhes confere proveito e isso é quanto baste à maioria dos empresários, o lucro. Deveria ser uma obrigação de qualquer Empresário Taurino para além de fornecer a Obra de Arte, informar sobre o Estado de Arte. Provavelmente teríamos aficionados mais e melhor informados.

Já diz a máxima “Temos a Festa que Merecemos” e se calhar muito à custa da má formação dos aficionados que toleram mau toureio, pelos toureiros que se acomodam com triunfos que não o são, pela crítica pouco entendida que bajula tudo o que toureia, pelos toiros cada vez com menos qualidades mas também por culpa dos empresários. Os métodos de “marketing” que muitos usam podem passar pelo ‘convívio’, pela ‘tecnologia’, pela ‘palavra fácil que chega à juventude’, mas faz perder credibilidade e a meu ver não contribuem em nada para um indivíduo ser mais bem formado em termos taurinos. Mas penso que isso reflecte bem a verdadeira essência de cada um, há os que são aficionados e os que são da ‘afición’…

Outra vertente em que Empresas Taurinas também deveriam apostar é no Apoio Social. Deveria ser obrigação de toda a Empresa contribuir anualmente com um valor simpático a uma qualquer associação. A organização de Festivais Taurinos de Beneficência é sem dúvida um trunfo de algumas (poucas) empresas, um acto que, para além de ficar bem, espelha o sentido humano e generoso dos aficionados ao contrário do que dizem os anti-taurinos.

Ser Empresário Taurino é muito mais do que montar corridas, é também ser promotor de Cultura, de Formação e de Civismo. Ou pelo menos deveria sê-lo…