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    La emotiva -y lamentable- historia de un torero portugués que tuvo que instalarse en Estados Unidos para seguir siendo cavaleiro...

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    NATURALES- Como surgiu a vontade de seres cavaleiro tauromáquico?

    PAULO JORGE FERREIRA- Bem a vontade de ser cavaleiro tauromáquico já vem desde muito miúdo, sempre tive o gosto pelas corridas de touros e tudo que envolvia a Festa Brava. A Azambuja, de onde sou natural, tem por tradição a sua Feira de Maio e com isso tive a oportunidade de conhecer muitos campinos que tinham a bondade de me meter em cima do cavalo por uns breves minutos o que para mim era um sonho.

    Recordo-me perfeitamente do Sr. Joaquim Carlos, hoje maioral da ganadaria Palha, me ir buscar ao café do meu pai em Azambuja e meter-me na garupa do seu cavalo e levar-me para o campo quando eles iam fechar o gado. São pormenores que ficam na minha memória para sempre e são todos eles que me fizeram sonhar em um dia poder vir a ser cavaleiro tauromáquico.

    N. - Dadas as dificuldades que existem para alguns cavaleiros singrarem no panorama taurino, hoje se pudesses voltar atrás, voltavas a optar por ser toureiro?

    P.J.F.- Sim sem dúvida alguma, pois ao fim destes dez anos de toureio continuo com a mesma força e com a mesma garra que quando comecei e sinto-me uma pessoa muito feliz por poder fazer aquilo que mais gosto, montar a cavalo e tourear.

    N.- A tua carreira teve essencialmente duas fases, uma até à tua alternativa em que toureavas muito em Portugal e outra fase em que tiveste que ir para a Califórnia para puderes continuar a desfrutar do teu sonho. Que te levou a abdicar de tudo e ires para a Califórnia?

    P.J.F.- Acho que não se tratar de abdicar porque vim para a Califórnia fazer o mesmo que fazia em Portugal e Espanha, vim para cá preparar uma coudelaria e tourear. Agora esta minha opção talvez se tenha devido à falta de oportunidades que existe em Portugal. Mas em boa hora vim para a Califórnia pois aqui continuo a fazer o que mais gosto e tive também a oportunidade de conhecer pessoas sérias que respeitam e que sabem dar valor a quem de direito.

    N.- Achas que as empresas em Portugal não dão muitas oportunidades a cavaleiros que como tu, não têm antecedentes familiares no meio?

    P.J.F.- Isso é um facto real. Vamos ver os cartéis dos últimos anos e vamos ver os toureiros novos que entraram e que têm tido oportunidades, e ou são filhos de toureiros ou dos donos de uma praça ou duas e vão trocando entre eles.

    Hoje em dia em Portugal já não toureia quem tem valor ou quem triunfa tarde após tarde, hoje é tudo um jogo de interesses o que leva os cartéis a repetirem-se vezes sem conta e a maioria das praças não metem ninguém. Há muitos cavaleiros em Portugal com valor que estão em casa por falta de oportunidades. Infelizmente é a Festa que temos e que iremos ter por muitos anos.

    N.- Que momentos realças como os mais marcantes até agora na tua carreira?

    P.J.F.- Isso é uma pergunta difícil, mas talvez o ter tido a oportunidade de aprender com Manuel Jorge de Oliveira, pois hoje aqui nos E.U.A. estou a tirar partido desses ensinamentos todos que ele me deu e também claro o dia da minha alternativa pois é uma data que fica para sempre na minha memória.

    N.- Como te está a correr a actual temporada?

    P.J.F.- A minha actual temporada está a correr bem. Este ano irei fazer 15 corridas aqui nos E.U.A. e mais uma vez serei o cavaleiro com mais actuações o que me deixa bastante satisfeito, pois numa temporada com um máximo de 25 corridas, eu realizar 15 delas e ser durante 5 anos o primeiro do escalafón, acho que é bastante gratificante e sinal que as pessoas gostam do meu trabalho e que me têm reconhecido.

    N.- Como descreves o teu estilo de toureio?

    P.J.F.- Eu procuro tourear de maneira a que o público saia satisfeito da praça, mas levo o toureio frontal dentro de mim e é esse que procura fazer todas as tardes.

    N.- Que ambições tens para o futuro?

    P.J.F.- As minhas ambições para o futuro passam por continuar a montar a cavalo e tourear pois é isso que me faz realmente feliz, de resto Deus irá dar-me aquilo que eu merecer.

    N.- Tens vontade de regressar a Portugal e fazeres por cá uma temporada inteira?

    P.J.F.- Vontade de regressar a Portugal tenho sempre, pois é o meu país e onde tenho a minha família, os meus amigos, onde tenho tudo. Mas gostaria de voltar um dia não para fazer uma temporada inteira mas para fazer uma dúzia de corridas para me divertir pois a minha vida passa nos próximos tempos pelos E.U.A.

    N.- Quem gere actualmente a tua carreira?

    P.J.F.- A minha carreira actualmente é gerida pelo meu apoderado George Martins aqui nos E.U.A., foi ele quem me deu a mão quando mais precisei e continuará ele a ser o meu apoderado. Para além da relação profissional mantemos uma amizade de enorme relevo.

    N.- Como está a tua quadra? E quais as estrelas?

    P.J.F.- Actualmente possuo uma quadra de cavalos extraordinária, ao fim de 5 anos aqui finalmente posso afirmar que tenho uma quadra que pode corresponder à de qualquer cavaleiro que venha de Portugal. Possuo dois cavalos de saída o Red Bull e o Canário, e 6 cavalos de bandarilhas, o Pirata, o Rouxinol, o Caetano, o Sagres, o Açoreano e o Mantorras. As estrelas da quadra para mim são todos eles.

    N.- Tens agora a oportunidade em Setembro de participares nas corridas de Las Vegas. Como surgiu esse convite?

    P.J.F.- Estes cavalos que estão à minha responsabilidade foram contratados em Maio, pois têm correspondido e proporcionado triunfos às figuras do toureio de Portugal quando aqui vêm tourear. Já tourearam com eles Joaquim Bastinhas, João Salgueiro, Filipe Gonçalves e Rui Fernandes, este último o ano passado esteve fenomenal aqui e vai ser repetido este ano. De modo que a quadra está em grande forma e desde então foi logo contratada para as corridas de Las Vegas para outros cavaleiros que virão cá tourear. Sendo eu o cavaleiro da casa e que conheço os cavalos como ninguém foi-me proposto também o convite não só para ‘emprestar’ os cavalos como para tourear, o que aceitei com todo o agrado e garanto já que irei lá estar para dar o meu melhor e sair em plano de triunfo.