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    OPINIAO : As Evidências



    Um-artigo-de-Patrícia-Sardinha

    Enquanto no país vizinho se discute a razão pela qual o matador de toiros José Tomás não consta dos cartéis da Feria de Abril de Sevilha, atribuindo o matador a culpa à empresa, e esta por sua vez, a culpa ao toureiro, nós por cá, andamos sossegados face a situações idênticas.
    Com a temporada do Campo Pequeno a pouco mais de um mês do seu início, se assim se confirmar a tendência de iniciar por altura da Páscoa, aumenta a curiosidade e a ânsia de se conhecerem os cartéis da temporada 2009 na principal Praça de Toiros do país, quando quase são certas as exclusões de João Moura e família, assim como do rejoneador luso descendente Diego Ventura.
    No caso de João Moura, a sua vontade foi exposta publicamente pelo próprio, revelando uma certa implicância, a meu ver precipitada, em relação à empresa que gere o Campo Pequeno. E digo precipitada, porque esta declaração surgiu numa altura em que se apregoava um certo cartel para a corrida da inauguração e do qual não contava o cavaleiro de Monforte. Moura, sentindo-se figura máxima do toureio em Portugal, viu nisto, um afronto à sua reputação e terá entendido que se não fazia falta na primeira, não faria em mais nenhuma, assim como os restantes membros do clã Moura. Com isto perdemos todos, os aficionados, a empresa, mas também o próprio cavaleiro. João Moura tem 30 anos de alternativa que lhe dão todo o mérito, no entanto este tipo de atitudes parecem-me um pouco imaturas e desnecessárias. E a verdade é que Moura tem muitos partidários na capital que se este ano o quiserem ver terão de se deslocar a outras praças, tudo porque das contendas entre cavaleiro e empresa nascem estas “birras”. Desconheço até que ponto a empresa tentou remediar esta situação, mas na minha opinião o correcto é não ceder a enredos e vedetismos. No entanto, questiono-me, será que o cavaleiro João Moura, ao tomar esta decisão demonstra algum respeito pela afición de Lisboa?
    E por falar em vedetismos, o namoro entre a empresa do Campo Pequeno e Diego Ventura já vem de trás. Contudo este arranjinho não tem nenhuma compatibilidade para que finde em casamento. Sabe-se que a empresa fez de tudo (ou quase tudo) para trazer esta temporada Ventura a Lisboa, mas este parece que impôs condições, como tourear a primeira corrida, um cachet elevadíssimo, os alternantes, os toiros, tudo o que uma figura máxima, na sua auto-avaliação, merece e tem direito a exigir. A empresa, segundo Rui Bento, acordou em tudo menos no cachet, um exagero. Nem uma lotação esgotada suportaria tal condição. Ventura por seu lado, sente-se merecedor de tal quantia, exprimiu vontade em tourear no Campo Pequeno, mas nunca desarmou. Ora para quem se diz com tanta vontade em actuar em Lisboa, o não facilitar à empresa só demonstra que afinal esse desejo, não passa de pura ficção. Já o desmesurado honorário a mim pessoalmente e como aficionada ofende-me, pois que em tempo de crise, andamos todos a apertar o cinto, a contar os tostões, para vir o Ventura ganhar desmedidamente. Não lhe nego o mérito ou valor e até o quanto seria importante que se apresentasse no Campo Pequeno, mas das duas uma, ou ele tem ganas de vir a Lisboa mas não com a gerência actual e por isso apresenta estes obstáculos ou simplesmente é-lhe indiferente a afición da capital portuguesa e como tal reage com vedetismos.
    Mais uma vez friso, o correcto é não ceder a enredos e vedetismos. Graças a Deus que os empresários já não vão nessa dos ditadores da Festa, assim como nós aficionados vamos aos poucos deixando de dar crédito a tudo o que nos impingem, escolhendo aquilo que queremos ver, ouvir, ler, opinar e ter os nossos próprios gostos, para mal de alguns. Basta para isso ter-se o mínimo de bom senso e não se ceder a pressões. Quanto ao Campo Pequeno, “só lá estará quem faz falta”.