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    Entrevista con el Cabo del Grupo de Forcados de Évora : "tenho um desafio constante e uma missao ingrata"


    PONTEVEDRA/LISBOA/MOURAO (PATRICIA SARDINHA / NATURALES).-
    1- Cabe-lhe a honrosa missão de comandar um dos Grupos de Forcados com mais prestígio e tradição do nosso meio taurino. Qual é o estado de espírito de se ser cabo dos Forcados Amadores de Évora?
    É um desafio constante e uma missão ingrata. Desafio precisamente pelo peso que tem a instituição, 47 anos, mais de 300 forcados desfilaram nas suas fileiras. Missão ingrata porque não são tolerados erros às figuras e o grupo de Évora situa-se no plano de figura, logo se o sucesso nos acompanha o mérito é de todos e assim deve ser, se o fracasso nos visita o mérito é do cabo e das suas decisões, é ingrato mas é incontornável e prefiro até que assim seja, costumo dizer aos elementos do Grupo de Évora que os seus fracassos como grupo e como forcados correspondam sempre aos meus erros como cabo.
    2- Calculo que a honra, mas também a responsabilidade, seja ainda maior por orientar o grupo cujo cabo fundador foi o seu pai, João Nunes Patinhas?
    É de facto muito gratificante e tenho a certeza que mais será para o meu pai, pois os pais querem sempre o melhor para os filhos e este era um dos sonhos do meu pai. Para mim é muito mais exigente, tenho esse factor que sempre condicionará a minha actuação, não da minha parte, não me afecta, até me ajuda, tudo o que vi e aprendi tento por em prática, mas condiciona os seguidores e aficionados ao nosso grupo que associam e sempre associarão os dois Patinhas, compete-me a mim arranjar uma imagem própria. É mais um desafio, mas gosto de desafios.
    3- A praça de toiros Arena d’Évora, é considerada como a Catedral do Forcado. É um orgulho para um grupo de forcados representar a cidade cuja praça assim se intitula?
    Sem dúvida, fora de facciosismos e bairrismos desnecessários, Évora sempre foi muito exigente para o forcado e com o toiro. É uma praça de toiros de forcados e o público vai para ver toiros grandes e pegas. Catedral será pelo silêncio quase eclesiástico que se vive no momento da pega, enche-me de orgulho.
    4- Na sua opinião, o que leva um grupo de rapazes, em pleno século XXI, a enfrentar de caras um toiro bravo?
    É o desafio que estabelecem a si próprios, é uma medição interna de capacidades e de limites, exaltação de sentidos e viver a vida ao limite, no mundo em que vivemos em que todos os dias nos entram em casa notícias de desgraças, aqueles dois ou três minutos enchem-nos profundamente, dão a sensação que tudo se resume àquilo e que o mundo é perfeito na cara de um toiro.
    5- Acha que o Forcado tem o destaque e o respeito que merece dentro do actual panorama taurino?
    Julgo que está a melhorar, o forcado sempre foi (des)considerado o parente pobre da tauromaquia, se fizermos inclusive uma busca no Google ou no Wikipedia, por definição o forcado vem das classes mais baixas, é uma figura rural, rústica, o que não é verdade. Estamos no bom caminho, os meios de comunicação actuais dão mais importância e respeitam cada vez mais o forcado. E tenho a certeza que se a figura do forcado desaparecesse a corrida de toiros desapareceria em Portugal.
    6- Sente que a Associação Nacional dos Grupos de Forcados, a que pertence o vosso grupo, e existindo já desde 2001, tem tido realmente um papel preponderante na defesa dos interesses do Forcado Amador?
    Defende sem dúvida os nossos interesses. As intenções são as melhores e embora por vezes possa ser incompreendida, representa uma união de esforços tendo em vista a salvaguarda e respeito do forcado amador.
    7- Se estivesse na sua mão decidir, que alterações efectuaría nas corridas de toiros em Portugal?
    Seria perfeitamente meticuloso nos horários dos espectáculos, se uma corrida está marcada para as 17h, deverão iniciar-se as cortesias ás 17h, reduziria o período de intervalo para não alargar excessivamente a duração do espectáculo, introduziria legal e obrigatoriamente as bandarilhas denominadas “à espanhola”, as enfermarias e apoios médicos seriam fiscalizados no máximo rigor, como aficionado “tourista” imporia mais exigência nos toiros, no peso, trapio e apresentação, investir, nunca saberemos se o farão, mas pelo menos que tenham apresentação. Resumidamente aprovaria novo regulamento taurino e faria revisão dos diversos estatutos (ambos obsoletos e com lacunas) com previsão de todos estes pontos e mais alguns vitais para o avanço da tauromaquia em Portugal.

    DADOS do GRUPO DE EVORA :
    DATA DE FUNDAÇÃO: 11 de Agosto de 1963
    ESTREIA: Praça de Touros de Redondo, 11 de Agosto de 1963, Ganadaria Lampreia
    CABOS do GFA Évora:
    1. João Nunes Patinhas, de 11/08/1963 a 17/05/1989
    2. João Pedro Oliveira, de 17/05/89 a 14/09/2001
    3. João Pedro Rosado, de 14/09/2001 a 28/06/2008
    4. Bernardo Salgueiro Patinhas de 28/06/2008 – […]

    Nota: todas as mudanças de cabo se realizaram na Praça de Toiros de Évora, a primeira no Tradicional Concurso de Ganadarias, a segunda numa corrida própria para o efeito e a terceira na tradicional Corrida de Toiros de S. Pedro, feriado municipal em Évora.

    Actuais Elementos do GFA de Évora:
    Bernardo Salgueiro Patinhas (Cabo); Carlos Sequeira Guerreiro; Rui Sequeira; Gonçalo Mira; Francisco Garcia; Manuel Silveira; Guilherme Oliveira; Manuel Rovisco Paes; Miguel Cabral; Frederico Macau Pereira; Jorge Vacas; Gonçalo Pimentel Serra; Diogo Cabral; António Alfacinha; Ricardo Casas Novas; Nuno Lobo; Francisco Alves; Gonçalo Pires; Cláudio Carujo; António Moura Dias; Francisco Abreu; José Miguel Guerra; Manuel Sousa Dias; Vasco Fernandes; Luis Filipe Enjeitado; José Maria Meneres; José Vacas; João Pedro Oliveira; Miguel Saturnino; Luís Vilhena Nobre; Rui Nobre; Gonçalo Guerreiro; Gonçalo Ornelas; Duarte Tirapicos.

    (Texto e fotos gentilmente cedidos por Bernardo Patinhas e adaptado por Patrícia Sardinha)

    Saiba mais em:
    www.gfaevora.blogspot.com
    http://forcados-evora.planetaclix.pt/
    http://www.cazalis.org/photo/essays/forcados/index.html / www.cazalis.org