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    Mirada retrospectiva : la temporada 2008 en la "Catedral do Forcado"

    Depois do sucesso que foi a temporada de reabertura em 2007, a praça de toiros Arena d’Évora teve em 2008 uma maior responsabilidade no sentido de apresentar motivos de interesse que cativassem os aficionados a irem aos espectáculos taurinos. E conseguiu.
    - 29 de Março: Abriu a temporada fazendo jus ao título de “Catedral do Forcado” com que é apodada, com um dia dedicado aos homens das jaquetas das ramagens. Depois de uma tarde de demonstração de sortes antigas efectuadas por elementos da maioria dos grupos de forcados portugueses, seguiu-se à noite uma corrida de toiros com a presença dos cavaleiros João Salgueiro, Victor Ribeiro e Manuel Lupi, os grupos de forcados de Montemor e Évora, e toiros de Manuel Coimbra que complicaram a vida aos cavaleiros, destacando-se pela positiva o lidado em quinto lugar. Já os forcados brilharam nas suas intervenções, dando assim continuidade à festividade do dia.
    - 17 de Maio: Sendo Évora terra de tradições, houve estranheza quando a empresa Terra Brava, que gere a praça eborense, apostou num cartel diferente para o 49º Concurso de Ganadarias, o mais antigo de Portugal, apresentando não só ganadarias portuguesas como espanholas a concurso.
    A verdade é que esta corrida resultou e é considerada por muitos como uma das melhores a que se assistiu esta temporada em Portugal. Poderá algué
    m esquecer o toiro de Palha lidado por Victor Ribeiro, um bravo como há muito não se via numa praça portuguesa? Ou o belíssimo exemplar de Murteira Grave, também ele bravo, e que foi vencedor justíssimo do troféu apresentação? Com o anúncio de ‘lotação esgotada’, estiveram em praça para além de Ribeiro, os cavaleiros António Telles, Luís Rouxinol frente a toiros das ganadarias de Miura, Palha, Partido de Resina (ex-Pablo Romero), Victorino Martin, Murteira Grave e Passanha e ainda os grupos de forcados amadores de Montemor e Évora que voltaram a efectuar grandiosas pegas, sendo que a Arena d’Évora é das poucas praças em que realmente se faz silêncio durante a preparação da pega.
    - 28 de Junho: Também tradicional é a corrida de S. Pedro, este ano marcada pela transição de cabo do grupo de Évora que pegava em solitário, passando João Pedro Rosado o testemunho a Bernardo Patinhas. No entanto, os toiros de Passanha, que não tinham patenteado alguma escassez de forças nas lides a cavalo, foram duros para os forcados, destacando-se o jovem Francisco Garcia que acabou por vencer o prémio em disputa para a melhor pega. Também a praticante Isabel Ramos, se destacou nessa noite dos seus alternantes, nomeadamente Rui Fernandes e Moura Caetano, pela regularidade nas duas actuações.
    - 12 de Julho: Os 25 anos de alternativa de Joaquim Bastinhas foram motivo de comemoração a par com a XI Tourada Real na praça de Évora. Para além do cavaleiro de Elvas, foram também intervenientes na corrida António Telles, Rui Salvador, João Moura Caetano, Marcos Tenório e Tiago Carreiras, os grupos de forcados de Santarém e Évora, frente a toiros de Murteira Grave. Foram aliás os cavaleiros mais jovens que se destacaram nessa noite, Marcos porque vinha embalado do sucesso da sua alternativa em Lisboa e demonstrava uma maturidade no seu toureio, e Tiago Carreiras porque juntamente com o cavalo craque, Quirino, empolgou pelo risco imprimido nos ladeios e recortes na cara da rês, tendo ganho o troféu para a melhor lide. As pegas voltaram a resultar bem, com o cabo do grupo de Évora, Bernardo Patinhas, a ser vencedor do troféu em disputa pela perfeita pega concretizada.
    - 13 de Setembro: Também João Moura e António Telles tiveram uma corrida comemorativa respectivamente pelos seus 30 e 25 anos de alternativa. O cartel de luxo que juntou dois dos maiores ícones do toureio a cavalo nacional, contou ainda com a presença uma vez mais, dos Amadores de Montemor-o-Novo e de Évora, e reses de Herdade de Pégoras. No entanto o luxo da corrida ficou-se muito pelo peso dos nomes dos intervenientes, e apesar da corrida ter decorrido em bom ritmo, não foi grande em termos artísticos com toques, quase quedas e ferros falhados pelo meio, para não falar da escassez de trapio das reses. As pegas pareceram fáceis, sem qualquer complicação de maior para ambos os grupos. E a noite só foi salva pelo amador Miguel Moura que da ternura da sua tenra idade, cativou os aficionados presentes com as ganas que tem em ser toureiro.
    - 26 de Setembro: Quando a Arena d’Évora já se aproximava do seu final de temporada, realizou-se a Corrida dos Triunfadores com a presença de Luís Rouxinol, Victor Ribeiro e Tiago Carreiras, os forcados da casa em solitário e um imponente curro de toiros de Herds. de Fernandes de Castro. Com os cavaleiros a não sobressaírem, foram os forcados uma vez mais, e a comprovar que aquela é realmente a Catedral do Forcado, quem se evidenciou, pois com os volumosos toiros a imporem respeito, sacaram-lhes eles emotivas pegas.
    - 25 de Outubro: Também como já nos tem habituado a empresa Terra Brava, a temporada na Arena d’Évora encerrou oficialmente com um festival de beneficência de cariz solidário a favor da Associação Diferentemente, sem fins lucrativos, e que serve de apoio a crianças e jovens com perturbações de desenvolvimento na região de Évora. O cartel contou com seis jovens cavaleiros, uma selecção de jovens forcados de vários grupos, e seis novilhos gentilmente cedidos por diversas ganadarias. Luís Sepúlveda do grupo de Santarém arrecadou o prémio da melhor pega. Houve boa vontade por parte de todos os intervenientes e o espectáculo decorreu agradavelmente.
    - Foram assim sete os espectáculos esta temporada na praça de toiros de Évora. Não é fácil agradar e cativar os aficionados, que em tempos de crise têm tendência para se afastar das corridas de toiros, mas a verdade é que na Arena d’Évora verificaram-se sempre boas entradas de público, sinal de que a montagem dos cartéis resultou, mas também pelo peso que as datas tradicionais têm junto dos aficionados alentejanos.
    PATRICIA SARDINHA
    Subdirectora de NATURALES, CORREIO DA TAUROMAQUIA IBERICA