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    Fin de temporada en Évora


    EVORA ( PATRICIA SARDINHA, textos, y JOAO SILVA, fotos, ENVIADOS ESPECIALES DE NATURALES, CORREIO DA TAUROMAQUIA IBERICA ).
    Creio que já repeti este título para o festival do ano passado, mas a verdade é que mais nenhum assenta como uma luva ao que se presenciou no passado sábado, dia 25 de Outubro, na praça de toiros Arena d’Évora. O festival, de cariz solidário, serviu de apoio à Associação Diferentemente, sem fins lucrativos, serve de apoio a crianças e jovens com perturbações de desenvolvimento na região de Évora.
    No cartel seis jovens cavaleiros, uma selecção de jovens forcados e seis novilhos gentilmente cedidos por várias ganadarias. Também o público compareceu em peso, preenchendo cerca de ¾ de casa, sinal da solidariedade dos aficionados, e também qe que ao contrário do que praguejam uns, a Arena d’Évora consegue boas entradas de casa sem ser necessária a presença de certos toureiros.
    António Maria Brito Paes abriu praça frente a um novilho de Ascensão Vaz (em substituição do novilho de Canas Vigouroux anunciado), que recebeu com um bom primeiro ferro comprido à porta gaiola, tendo o segundo resultado descaído. O toiro inicialmente tinha muita pata e Brito Paes ainda consentiu um toque forte na montada. Nos curtos a actuação foi a menos, com a rês a revelar falta de forças, sendo pouco colaborante. Cravou quatro ferros a custo e quase todos em tábuas, destacando-se o labor do jovem cavaleiro que no final entendeu na sua humildade não dar volta à arena.
    A Manuel Lupi coube em sorte o novilho de seu pai, Samuel Lupi, a quem deixou dois bons compridos. Teve toda uma noção de lide, parando a rês nos terrenos, preparando as sortes e alegrando-se nos remates. O novilho foi colaborador e permitiu a Lupi a colocação correcta de três curtos e um palmito, chegando a sua actuação facilmente às bancadas. Lupi esta temporada, a da sua alternativa, evidenciou um toureio mais maduro, com cabeça, tronco e membros, e isso verificou-se na boa actuação em Évora.
    João Telles Jr. recebeu o novilho de Passanha, com a garrocha. Cumpriu com a ferragem comprida, e nos curtos andou muito vistoso, com alegria, com muita conexão com o público mas também algum exagero na velocidade do seu toureio, e principalmente no número de ferros cravados. Depois de quatro ferros no sítio, tenta cravar um violino que cai, logo de seguida deixa um palmito e finaliza com um par de bandarilhas. Fez vibrar com os bons ferros mas também com os modos com que se recorta na cara da rês.
    O cavaleiro praticante Francisco Palha teve pela frente o novilho de Murteira Grave (cuja herdade se situa na freguesia da Granja, concelho de Mourão e não Montijo como anunciado na propaganda!), na minha opinião o com melhor apresentação e qualidades, que contudo não foi entendido pelo jovem cavaleiros, que não andou inspirado nesta tarde. Recebeu a rês à porta dos curros, levando-o em boa brega. Parou-o no centro e cumpriu com os compridos. Nos curtos sofre ligeiro toque, efectua algumas passagens em falso, e dos seis ferros da ordem que cravou, só o segundo se destaca por resultar no sítio e de boa execução. No final, também Francisco entendeu não dar volta.
    João Soller Garcia, cavaleiro amador, lidou o quinto novilho pertencente à ganadaria de Assunção Coimbra. Esteve bem nos dois ferros compridos que deixou. E nos curtos demonstrou ter disposição e sentido de lide, escolhendo bem os terrenos para efectuar as sortes, com a rês a fechar-se em tábuas e a ser pouco colaboradora, teve o jovem cavaleiro que estar por cima do oponente, deixando no sítio quatro curtos e um palmito.
    A Manuel Vacas de Carvalho, outro jovem amador, coube em sorte o novilho de Pégoras. O jovem revelou ainda muita verdura e inexperiência, querendo arriscar demasiado, entrando nos terrenos do novilho que se fechava em tábuas. E entre ferros descaídos, falhados e alguns toques, salientou-se a vontade do jovem cavaleiro que porventura com o tempo melhorará bastante o seu toureio.
    Da selecção de jovens forcados, efectuaram as pegas, Luís Sepúlveda, dos Amadores de Santarém, à primeira numa pega tecnicamente correcta com o forcado a recuar; José Pires da Costa, do Aposento da Moita, que se aguentou bem à primeira; Ricardo Tavares dos Amadores de Santarém e Francisco Godinho dos Amadores de Montemor numa pega de cernelha; António Garcia dos Amadores do México brilhante à primeira frente ao toiro de Grave; Francisco Borges pelo grupo de Montemor à segunda numa boa pega onde pecou a carência de ajuda; e Bernardo Mesquitela, do Aposento da Chamusca, à primeira, fechando-se muito bem.
    No final, foi considerada como a melhor pega a de Luís Sepúlveda, presenteado com o livro Forcado de Francisco Romeiras e Dr. Joaquim Grave. Dirigiu o agradável espectáculo o Sr. Júlio Gomes, assessorado pelo veterinário Matias Guilherme.
    Louva-se a boa vontade de todos os intervenientes, não só em participarem sem qualquer remuneração mas também nas ganas que demonstraram ter, assim como a gentileza dos ganadeiros em ofertarem as suas reses.
    E assim se findou a temporada 2008 na Arena d’Évora. Para o ano há mais.