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    Reportagem Colete Encarnado

    Vila Franca de Xira, 4 de Julho, 2010

    Crónica
    Por: Patrícia Sardinha

    Em Vila Franca faltou mais para além do público...

    Dizem de Vila Franca que é a Sevilha portuguesa, onde a Festa não é melhor nem pior, é simplesmente diferente. E por ocasião do Colete Encarnado, as ruas atafulham-se de gente para viverem as festas maiores da Cidade, com as suas homenagens aos campinos, as esperas de gado…No entanto, quando toca à hora da Corrida de Toiros, negam-se os vilafranquenses à Palha Blanco. A verdade é que Vila Franca mantém a traça, com uma afición exigente e purista, mas ao longo dos anos perdeu um punhado de aficionados e os que restam já não são suficientes para encher a praça de toiros. E às vezes, como compreendo esses aficionados faltosos…

    Este ano, a tradicional Corrida que encerra as festividades, despertava bastante interesse, mas ao ‘tira-teimas’ entre João Moura e António Telles faltou tempero e ao matador de toiros Ruben Pinar faltou mais alma. Os toiros de Oliveira Irmãos foram sérios, deixando-se lidar os da lide a cavalo, nobres e bastantes colaboradores os de a pé. Honra aos heróis da terra, os Forcados de Vila Franca que realizaram pegas valentes.

    João Moura nem sabe onde se meteu quando fechou contrato para ir a Vila Franca. O Maestro não esteve nos seus dias e não se entendeu com os oponentes (496 e 545 kg respectivamente) com duas actuações desconcertantes que as bancadas brindaram com assobios. Escusou-se e acertadamente de voltas à arena.

    António Telles teve mais engenho para estar por cima dos seus hastados. Primeiro frente a um toiro com 567 kg a quem cravou o primeiro comprido à porta gaiola. E apesar de alguma irregularidade na ferragem, a entrega do cavaleiro mascarou as carências da lide. No seu segundo, com 555 kg, teve que sacar-se dos galões para ganhar ‘pata’ à rês que se adiantava e que quase punha o cavaleiro da Torrinha no chão. Cumpriu com os ferros da ordem e ainda que nem sempre as reuniões tivessem sido ajustadas também em parte devido às condições do toiro, António Telles saiu da Palha Blanco sob ambiente de triunfo.

    No que toca às pegas, pegaram, o cabo Ricardo Castelo à segunda tentativa depois de numa primeira não se ter fechado bem; o irmão Pedro Castelo também à segunda, não suportando os derrotes do primeiro intento; Ricardo Patusco à terceira, depois de na primeira tentativa o toiro lhe ter posto um piton no peito e à segunda passando-lhe ao lado; e Márcio Francisco muito bem à primeira com uma pega vibrante.

    O matador Ruben Pinar no seu primeiro toiro andou pouco confiado e subaproveitou um belíssimo animal, com 490 kg, não se impondo o espanhol, levando-o para fora com a muleta tendo inclusive sofrido aparatosa voltareta. No seu segundo pôs mais sal na faena, frente a outro bom animal, com classe e de 460 kg, com um piton direito extraordinário e um esquerdo mal desfrutado e por conseguinte pareceria que por naturais não funcionaria. Mas a sua segunda actuação teve bons pormenores.

    Dirigiu a corrida sem problemas o sr. Ricardo Pereira, assessorado pelo Dr. Salter Cid. As bancadas da Palha Blanco tiveram cerca de meia casa preenchida, pouco para o empenho da empresa, pouco para a cidade de Vila Franca…mas muito se tivermos em conta o resultado artístico da corrida…




    Em breve a reportagem fotográfica de Pedro Batalha.