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    Corrida de Toiros da TVI no Campo Pequeno

    Campo Pequeno, 8 de Julho de 2010

    Fotos de:Pedro Batalha





    Crónica:
    Por Patrícia Sardinha

    Quando há toiros…


    Quem não deve não teme. E graças a Deus que ainda há toureiros que não temem os verdadeiros toiros bravos, estando, para o bem e para o mal, dispostos a toureá-los, sem imporem ganadarias daquelas que lhes permitem fazer o número do triunfo e que de verdade no toureio têm muito pouco.

    Ainda pouco refeitos de recentes triunfos frente a toiros amestrados, na semana passada (quinta-feira, 8 de Julho) no Campo Pequeno pudemos desfrutar do inverso, e apesar de não se ter verificado a abertura da Porta Grande, nem que tenha sido propagandeada como corrida de triunfo, foi por certo espectáculo de muito mais qualidade que o anterior.

    Sendo que a corrida foi televisionada e poucos terão sido os que não a acompanharam pela televisão e como por motivos de força maior, me foi faltando o tempo, adiei a escrita desta crónica, mas ainda assim decidi não deixar de dar a minha impressão sobre aquela que foi a Corrida de Toiros da TVI, apesar de agora não pretender esticar-me muito no paleio.

    Os toiros de Pinto Barreiros, de apresentação desigual, foram cumpridores, não deram facilidades mas permitindo-se a quem com eles se aguentasse.

    Rui Salvador é tido como o cavaleiro dos ferros impossíveis, talvez por isso tenha tido a sorte, ou falta dela, com o lote que lhe tocou. Primeiro frente a um toiro com 628 kg, a quem Rui Salvador esteve por cima, ainda que nem sempre a ferragem tenha resultado certeira e a actuação resultado morna. No segundo do seu lote, com 564 kg, andou mais esforçado para conseguir deixar a ferragem da ordem, com o toiro a fechar-se em tábuas e ter o cavaleiro que se valer da ‘fama’ para conseguir cravar.

    João Salgueiro teve pela frente em primeiro lugar, um toiro que em termos de apresentação deixava a desejar, com 488 kg, mas que de certeza o cavaleiro de Valada do Ribatejo desejou em sonhos poder lidar, citando-lhe, deixando-o arrancar e depois partindo para cima dele com toda a garra e cravando certeiro. Brilhou principalmente pelos dois últimos curtos que deixou, ferros de génio, dos melhores que se viram esta temporada na Praça do Campo Pequeno. Merecidas duas voltas. No seu segundo, a sorte ‘morreu solteira’. O toiro com 612 kg, preferiu dedicar-se aos quiebros, levando o toiro para fora da sorte, o que muitas vezes resulta em passagens em falso. Ainda deu ar de sua graça, mas não foi suficiente para que bisasse nas voltas.

    Tiago Carreiras teve duas actuações muito similares. No seu primeiro, com 554 kg, pôs mando na voz para que o toiro se fixasse nele, destilou uma exuberância excessiva e esqueceu-se do resto. Cravou algumas vezes com o toiro sem estar enquadrado na sorte, resultando as reuniões desajustadas. No seu segundo, com 514 kg, esteve fatal com os compridos e nos curtos sacou do Quirino para brilhar, mas por melhor que seja o cavalo, quando falta a cabeça e a temperança, nem sempre os resultados são os desejados, abrindo muito a sorte, perdendo o mérito que pudesse existir na cravagem dos ferros.

    Paras as pegas os grupos de Forcados do Barrete Verde de Alcochete e os Amadores das Caldas da Rainha. Pelos de Alcochete pegou João Salvação à segunda com o grupo a ajudar; Diogo Timóteo que se aguentou à primeira mesmo com o toiro a baixar muito a cabeça; Carlos Neves à segunda, depois de na primeira não ter suportado os fortes derrotes. Pelo grupo das Caldas pegou Francisco Rebelo de Andrade à primeira sem problemas; Óscar Carvalho também ao primeiro intento a aguentar bem; e Mário Cardeira à terceira tentativa depois de numa primeira ter caído mal e de uma segunda o toiro sair da rota.

    Dirigiu a corrida o sr. Ricardo Pereira assessorado pelo veterinário José Luís Cruz numa noite em que a praça registou ¾ de casa e ainda que a Porta Grande não se tenha aberto…tenho a certeza que a grande maioria saiu de lá com a certeza de que assistiu a uma Corrida de Toiros.