Contagem decrescente... Joaquim Brito Paes será cavaleiro de alternativa daqui a três dias: "O dia está cada vez mais próximo e por isso os dias têm sido vividos com grande intensidade, com grande ilusão e com muito trabalho para que tudo corra o melhor possível num dos dias mais importantes da minha vida."
Será também a abertura de temporada (finalmente) na Praça de Toiros do Campo Pequeno e com um cartel de luxo, com a presença de duas das dinastias de maior peso na nossa Tauromaquia, os Telles e os Salgueiro, e ainda do irmão de Joaquim, António Brito Paes, pelo que "A responsabilidade é a máxima por ser onde é, na catedral do toureio a cavalo, o Campo Pequeno, mas com este cartel tenho ainda mais ganas de fazer o toureio que gosto e sair triunfador".
Sendo de uma família com grandes ligações à tauromaquia, a Brito Paes, era quase impossível que o Joaquim não seguisse uma carreira também no meio taurino: "Nunca decidi que queria ser toureiro. Antes de montar sozinho, o sonho era tão grande que, tenho tardes e tardes em que os toiros eram os cães que andavam pela quinta. Quando comecei a montar sozinho, tinha sempre que passar pela tourinha ou pela vaca mansa, sempre. Acho que exatamente por fazer parte de uma família tão taurina, o desejo de ser toureiro nasceu mesmo comigo!".
Mas no próximo dia 21, o seu pai, Dr. António Raúl Brito Paes, além de ter a motivação do Joaquim se tornar cavaleiro profissional, e de ter dois filhos a actuarem como cavaleiros no Campo Pequeno, tem também a responsabilidade de ser o ganadero da corrida. "Acho que mais orgulhoso o meu pai não pode estar, por ter dois filhos a tourear e pelos seus toiros na primeira praça do país. Peso, logicamente leva, mas também tem a sensação de dever cumprido, como pai, como ganadero e como bom aficionado".
E tendo o Dr. António Raúl também sido cavaleiro tauromáquico, haverá algum conselho especial para essa noite? "Os conselhos são os mesmos para todas as corridas... como diz sempre “ tourear devagar sem perder sequência na lide”."
Sobre o oponente para essa noite, partilham dias de campos, já que pastam na ganadaria do pai pelo que "Já os vi algumas vezes, é uma corrida muito bonita no tipo dos toiros cá de casa. Logicamente que gosto mais de uns do que de outros mas o sorteio é que dita a regra. Se Deus quiser vai sair um toiro a investir para eu transmitir o meu toureio a todos os aficionados".
E para que essa noite corra de feição, Joaquim Brito Paes conta com bons parceiros: "Actualmente acho que tenho uma quadra segura, muito toureada, e por isso preparada para a grande corrida de abertura da temporada na emblemática Praça de Lisboa".
Na perspectiva de alguém ainda tão jovem, como se lida com essa ‘oposição’ e que motivação se encontra para se profissionalizar na Tauromaquia? "Infelizmente os tempos não estão fáceis para a Tauromaquia, e esta arte tem sido alvo de muitas perseguições por parte dos que querem impor os seus gostos/preferências aos outros. A união da Tauromaquia e as sensações que me transmite não me deixam desistir do meu sonho, e acima de tudo tenho muita fé numa reviravolta positiva para a Festa. Como sou jovem acho que faz parte do papel da minha geração garantir o futuro da festa e não baixar os braços".
Joaquim, será depois de dia 21 de Julho, mais um dos novos toureiros a dar cartas, que prometem e devem, criar rivalidades para que se refresque a Festa: "Penso que a concorrência é forte, todos com ganas de saírem triunfadores em todas as corridas. Logicamente que está, com vários estilos diferentes, mas todos a quererem deixar a sua marca no mundo tauromáquico".
E depois da alternativa, o que espera o jovem cavaleiro, Joaquim Brito Paes? "Espero estar em todas as corridas ao mais alto nível, com categoria, com classe, com determinação, para que um dia o Joaquim Brito Paes seja um marco nesta tão bonita arte que é o toureio".