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    Feira Taurina da Moita - corrida mista: “ Entrega, empenho e dedicação”

     



    Na arena, assim como na vida, a entrega, o empenho e a dedicação, devem ser consideradas máximas importantes. Na primeira corrida de toiros, de três, na Moita do Ribatejo, não faltou nenhum destes ingredientes.

    Cumprindo as recomendações da DGS, a praça de toiros Daniel Nascimento encheu para assistir à corrida mista composta por João Moura (substituindo António Ribeiro Telles), João Ribeiro Telles Jr, e o matador Morante de la Puebla, tendo ficado as pegas a cargo dos Amadores da Moita. Lidaram-se quatro toiros David Ribeiro Telles de bonita apresentação – os quatro de comportamento semelhante. Na lide a pé, foram lidados dois exemplares de Calejo Pires.

    Abriu a noite João Moura diante de um toiro de 530kg que não dificultou a tarefa ao cavaleio de Monforte. A lide pecou por falta de brega por parte do cavaleiro tendo sido, na sua maioria, sortes de praça a praça, cravando ao pitóncontrário. Infelizmente alguns ferros resultaram menos cingidos. Uma lide “limpa” mas sem grandes destaques. O segundo que lidou acusou 615kg mas transmitiu pouco. Maestro Moura cumpriu, a Moita aplaudiu, mas não ficou muita história para contar.

    João Telles Jr., depois de um triunfo em Lisboa, começou por lidar um exemplar de 625kg, o mais pesado da noite, e desenhou uma lide sem erros. Correto na cravagem dos ferros e grande destaque para a qualidade da brega. Telles Jr., esteve muito “metido” na faena e ligado com público – mostrou o bom momento que atravessa. Dizem que não há quinto mau e assim foi na Moita. João Telles Jr. esteve, de novo, correto e a fazer bem feito. Sentiu-se a gosto com o oponente e isso chegou às bancadas. São de destacar o terceiro e quarto curto e toda a arte que deixou na Moita quando montou o Ilusionista. Entregou-se, empenhou-se e citou, bregou, bateu ao pitón contrário e cravou com emoção. O segundo de Telles Jr. justificou, e bem, a presença do ganadero na volta de agradecimento.

    De Sevilha, chegou Morante de la Puebla que leva uma temporada de destaque, em boa forma física e mental (também muito necessária). Com o primeiro que lidou apenas deixou o perfume no ar e umas pinceladas de arte. O exemplar de Calejo Pires pedia tudo por baixo, mas por baixo perdia as mãos. Toiro violento e complicado. No segundo, a história foi diferente, Morante fez o que melhor sabe fazer: tourear. Esforçou-se para que o público não saísse defraudado e a faena do último da noite começou com assobios, mas terminou com o público a exigir uma volta ao “ruedo”. A faena foi de menos a mais somente por mérito de Morante de la Puebla. Toureou por ambos os pitóns com temple e suavidade. Se no primeiro toiro apenas ficou o perfume no ar, no segundo encheu a Moita com o aroma a pura arte. 

    No que toca a pegas, corre-se o risco de se ter assistido a uma das melhores pegas da temporada por intermédio do forcado David Solo que se fechou à primeira tentativa, tendo aguentado, com um belo par de braços, vários derrotes. João César concretizou ao segundo intento. Fábio Silva fechou-se corretamente à córnea efetivando à primeira e Filipe Correia também concretizou à primeira com uma boa primeira ajuda.

    Da Moita trazemos o empenho de João Telles Jr, a entrega de Morante de la Puebla e a dedicação de David Solo.

    Dirigiu a corrida de toiros Fábio Costa, assessorado por Jorge Moreira da Silva.

    Lisa Valadares Silva