Homenagem a Mário Coelho, Armando Soares, José Júlio
Em primeiro lugar quero prestar a minha sincera homenagem a estes três Magos da Arte de Montes que protagonizaram, entre outros, a época de ouro do toureio a pé em Portugal. Na arena, embora com estilos e personalidades diferentes eles personalizavam uma técnica, uma beleza que mais parecia um bailado mágico nem sempre perceptível, mas que sempre lá estava em cada passe quer fosse de capote ou de muleta.
Na vida, nunca deixaram de estar presentes em festivais e outros eventos para ajudar instituições ou pessoas singulares que estivessem a viver momentos difíceis pondo em risco desinteressadamente a sua própria vida.
Eles, que para perseguirem o seu sonho, comeram o pão que o diabo amassou, que não receberam de mão beijada o lugar a que se alcandoraram e que foi com muita luta perseverança que o alcançaram.
Em poucos meses partiram os três silenciado o seu desaparecimento por uma comunicação social arregimentada a uma cultura urbana dominada por uma minoria que persiste, a coberto de uma democracia que é só deles, em impor as suas ideias.
Esquecem-se que há um mundo rural e como disse, ainda muito recentemente, a Senhora Presidente da Junta da Azambuja, é simples mas não é bárbaro. E que esse mundo é aficionado, tem a Festa de Touros integrada na sua cultura e não pode nem deve ser privado dos seus elementos culturais. Terminadas as labutas campestres de Fim de Verão não há festividade religiosa que não tenha a sua componente pagã e que nessa não esteja incluída a Festa de Touros. Respeitemo-la pois ela representa uma boa percentagem da nossa população.
Não podemos pois estar sujeitos aos gostos daqueles que, nos seus gabinetes, se dizem representantes dum povo que não conhecem, não ouvem e acabam por não representar.
Depois do que virem não se admirem…
Sebastião Valente
31/01/21