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    Crónica: Tarde de sol na inauguração da temporada na Monumental Amadeu Augusto dos Santos


    Tarde de sol na inauguração da temporada na Monumental Amadeu Augusto dos Santos.

    Neste dia 7 de Maio de 2017, a corrida homenageava as Tertúlias Tauromáquicas da Terra bem como Albino Bruno. Homem bom desta cidade e impulsionador da construção desta praça, menina dos seus olhos, com quem tive o prazer de me cruzar numa corrida numa praça desmontável no Pinhal Novo e daí para cá foram várias as vezes que partilhámos boas conversas, quer na praça da Moita, quer na do Montijo. No intervalo foi descerrada uma placa, no átrio da praça, em sua homenagem.

    A Rui Salvador, só as suas ganas o salvaram. O seu primeiro durou nos compridos, com arreões, tendo-se encrençado junto ao sector 1 quando chegou aos curtos e dali só com sesgos, sendo o último ferro, no centro da praça, a excepção e o melhor da lide.
    No seu segundo a sorte não foi melhor; o artista tentava de todos os modos, mas quando as coisas não correm bem até os ferros caem, justificando o apodo que tinha “do cavaleiro dos ferros impossíveis” terminando com um curto cheio de garra junto às tabuas; pelo meio ficaram alguns encontrões com violência, sendo por uma vez, quase desmontado.

    Marcos Bastinhas também não teve sorte no seu lote. Muito complicados, só com muito querer e fazendo uso de todos os seus recursos lá deixou a ferragem da ordem. No seu último, com a ânsia de agradar ao público que lhe exigia um par de bandarilhas, meteu-se em terrenos tão apertados que foi desmontado contra a trincheira. Num gesto de vergonha toureira foi ao centro da praça, de cabeça baixa, para ouvir a bronca que o público lhe dava. Este gesto de bom profissional transformou a bronca em aplausos.

    Luís Rouxinol Jr., em especial no primeiro do seu lote também não lhe assentou mal. Ferros bem preparados, alguns com ida lenta à cara do toiro, ficaram bem no alto do morrilho. O seu segundo, talvez o melhor da corrida, permitiu-lhe uma lide vistosa e por vezes empolgante quando sacou o Douro. Cites picados, fazendo parecer que o toiro era fácil. Mas este acabou antes da lide terminar e o final já teve menos brilho, não acedendo ao expectável pedido final do público. Bom sentido de lide e saber quando se deve dar por terminada a função. Vê-se pouco por aí…

    Quanto aos forcados, quer os da Tertúlia Tauromáquica do Montijo de Márcio Chapa, quer os Amadores do Montijo de Ricardo Figueiredo, tiveram que ter muita vontade e alma de forcado para se haverem com este curro de toiros Sommer d’ Andrade que não tinham condições nem para cavaleiros nem para forcados brilharem.
    Em primeiro lugar coube a Luís Carrilho da Tertúlia Tauromáquica do Montijo abrir a contenda. Teve pela frente o que já tinha quase desmontado Rui Salvador e só à quarta tentativa, a sesgo, com ajudas carregadíssimas conseguiu o desiderato a que se propunha.

    Pela T.T. Montijo pegaram ainda Márcio Chapa, o cabo e Ruben Durães.
    Márcio Chapa foi o único a concretizar a pega à primeira tentativa, no primeiro toiro que coube a Rouxinol Jr. bem a citar, a aguentar e a reunir, tendo o grupo feito o resto.
    Rúben Durães concretizou à terceira tentativa depois do toiro bater com força não permitindo que o forcado se fechasse. À terceira, com o grupo num caxo lá se deu por finda a função.

    Por banda dos Amadores do Montijo pegou primeiro Hélio Lopes, à segunda, depois de na primeira tentativa o toiro ter arrancado inopinadamente, Hélio ainda tentou ficar mas um derrote forte desfeiteou-o. À segunda, e já sem que o toiro arrancasse para os capotes e numa sorte de recurso, conseguiu uma pega rija e vistosa.

    José Pedro Suissas saltou para pegar o quarto da ordem mas depois de na primeira tentativa ser atingido com um piton no peito e na segunda e terceira ter sido descomposto com derrotes violentos, pegou a sesgo com o grupo bem fechado.

    A João Paulo Damásio calhou-lhe o último da tarde que mal acabou a lide de Rouxinol Jr. deitou-se no chão e dificilmente dali saiu. Nas primeiras duas tentativas saiu ainda com o que restava de forças e foi o suficiente para não permitir que o forcado se fechasse. À terceira tentativa e a muito custo lá se compôs o morlaco e se consumou a pega.

    Dirigiu a corrida e senhor Pedro Reinhardt, que escutou tamanha bronca por não ter consentido que Rui Salvador cravasse o ferro que o público pedia.
    Assessorava a direcção do espectáculo o senhor médico veterinário, Dr. Carlos Santos.
    Esperamos que para a próxima haja mais sorte com os hastados. Estes, não fizeram jus ao nome que carregavam.

    Rui Loução