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    A Palavra à...

    O Naturales colocou 5 questões aos principais empresários taurinos do nosso país.
    Hoje: Carlos Pegado/Terra Brava

    Depois de uma série de mini-entrevistas aos empresários que mais se destacaram esta temporada, chegamos hoje ao fim com a última "A Palavra...à Empresa!".
    Para encerrar, conversámos com um dos empresários que mais se preocupa em apresentar toiros sérios nos seus espectáculos, mas também daqueles que mais pagou a factura da crise económica que o país atravessa. A empresa que representa, gere uma das Praças com maior tradição taurina, mas da qual o público se tem desapegado, muito por culpa dos preços dos bilhetes. E aí, o empresário garante de futuro tudo fazer, para baixar os preços das entradas, sempre mantendo a qualidade dos espectáculos. Falamos de Carlos Pegado:

    "Foi uma época importante pela seriedade dos curros de toiros que sempre apresentámos."

    1- Que praças empresariou nesta temporada que agora terminou e que balanço faz da sua gerência?
    As praças que estiveram este ano debaixo da gestão da empresa Terra Brava foram as de Évora, S. Manços, Alter do Chão (em parceria com a JC Toiros) e uma data em Elvas. Organizámos ainda uma corridas que considero das mais importantes da temporada - a Corrida do CDS - que por minha iniciativa se realizou na Praça de Toiros das Caldas da Rainha e que efectuámos em co-produção com a empresa Toiros e Cultura, do meu amigo e colega empresário Paulo Pessoa de Carvalho. O balanço que fazemos é sempre positivo pela experiência adquirida. Em termos artisticos foi uma época importante pela seriedade dos curros de toiros que sempre apresentámos o que contribui fortemente para que a emoção possa estar presente na arena.


    2- Dos espectáculos que montou qual destaca pela positiva e qual pela negativa?
    Julgo que a Festa do Forcado é apontada como um dos momentos altos de toda a temporada em Portugal pelo forte simbolismo que encerra e pelo espírito singular que é vivido por todos nesse dia. Também a corrida de Palha, em Évora, resultou numa grande corrida, onde se viu um curro de toiros com a seriedade e a importância que eu desejava que pudesse sair sempre. Pela negativa destaco o mau comportamento de parte da corrida de António Ordoñez, em S. Manços, onde de facto aconteceram coisas, que para nós empresários são imprevisiveis, que nunca gostamos que possam acontecer. Mas como disse, há sempre o lado positivo que deveremos procurar em todas as situações e mesmo nos maus momentos poderemos assimilar conhecimento e experiência, que nos irão permitir melhorar em termos profissionais. A nossa conduta é sempre no sentido positivo, mas da máxima exigência connosco próprios.


    3- Quais as estratégias que adoptará para combater a insistente crise económica na próxima temporada?
    Criar motivos de interesse para atrair os aficionados. Irei tentar sensibilizar os artistas e ganaderos para o actual momento de crise financeira no nosso país de modo a poder reduzir custos na montagem dos espectáculos, para que isso se venha a reflectir no preço dos bilhetes, ou seja na redução dos preços dos mesmos. Julgo ser importante reduzir custos, sem baixar a qualidade. Vai ser difícil, mas será esse o nosso grande objectivo. Acho que neste momento difícil todos devemos fazer um esforço adicional e procurar estar em sintonia para que este momento se possa ultrapassar sem que a Festa e o público saiam prejudicados. Mais do que nunca é importante encontrarmos soluções.

    4- No próximo ano pretende manter, diminuir ou aumentar o número de praças sob gerência da sua empresa?
    Sempre que um projecto nos pareça viável, é sempre interessante para a nossa empresa. Depende da circunstância. Neste momento é cedo para abordar esse assunto.

    5- Como definiria o estado da Festa actualmente?
    Actualmente vivemos um momento único e que pode ser muito favorável à imagem da Festa. O actual laureado com o Prémio Nobel da Literatura, Mário Vargas Llosa, é um grande aficionado, a Ministra da Cultura, pessoa de rara sensibilidade, reconhece a importância cultural da nossa tauromaquia e apoia-a publicamente juntamente com o seu Secretário de Estado, que é mesmo um excelente aficionado. O Dr. Moita Flores puxou a si a iniciativa de mobilizar todos os amantes da Festa e conseguiu unir de uma forma única muitos profissionais e aficionados, dando o mote para aquilo que deverá ser o futuro. Ao mesmo tempo que alertou "este mundo" para os perigos que nos rondam e que são reais, pondo em causa a sobrevivência de muitas das nossas referências culturais. Estes aspectos são altamente positivos e deverão ser, na minha opinião, aproveitados para potenciar a imagem pública da Festa. Quanto ao espectáculo em si vivemos ainda uma fase de transição com tudo de bom e de mau que daí possa advir. Um facto importante é que se está a verificar uma renovação em todos os aspectos. A falta de profissionalismo nalguns agentes da Festa mantém-se, mas verifica-se noutros casos o contrário. Vive-se, de um modo geral, um bom ambiente taurino, mas falta disparar uma figura com aquela força que permita arrastar multidões apaixonadas.