Header Ads

Feito com Visme

  • Últimas

    GRANDE AMBIENTE NO 3.º FESTIVAL TAURINO CERCIBEJA

    Fotografias de:
    Vitor Besugo
    Crónica de:
    Prof. Sebastião Valente (Cortesia Planície Taurina)




    Conforme largamente difundido teve lugar no passado dia 16 de Outubro o Terceiro Festival Cercibeja este ano tendo como parceiro beneficiário o Centro de Paralisia Social de Beja.
    Contando com a desinteressada participação de todos os intervenientes, incluindo a cedência gratuita, pelos Senhores Ganadeiros, das reses lidadas, é de realçar a extraordinária adesão do público que preencheu mais de ¾ da lotação da bem cuidada Varela Crujo.

    As nossas gentes sabem assumir vivamente o espírito de solidariedade sempre que sentem que as causas são justas e o trabalho dos seus promotores é honesto. Bem hajam todos os que a causas deste género dedicam grande parte do seu tempo. Afinal os homens dos touros, os aficionados e o povo anónimo que acorre, nestas ocasiões, ao espectáculo taurino não são assim tão insensíveis como muitos obcecados querem fazer crer.
    Mas, posto este preâmbulo que não podíamos reprimir, passemos então à análise do que se passou dentro da arena desde já referindo que o facto de se tratar dum festival com as características acima referidas me retira alguma autoridade para exercer alguma critica mais severa.

    No início das cortesias foi guardado um minuto de silêncio em memória do Cavaleiro Joaquim José Correia falecido, na arena do Campo Pequeno, quando actuava num festival com características idênticas fazia precisamente, naquele dia, 44 anos. Atitudes simpáticas que as gentes dos toiros sabem ter. Guardar na sua memória para, na altura própria, poder referenciar.
    Para Luís Rouxinol, que brindou ao seu filho, saiu, em primeiro lugar, um exemplar castanho de pelagem pertencente à novel Ganadaria de Sobral que cumpriu bastante bem e permitiu ao Ginete de Pegões, com o profissionalismo que lhe é apanágio, desenvolver lide movimentada com ferros de boa nota de que destacamos os segundos e terceiros curtos pelo primor de execução. Termina com a marca da casa, um violino, um ferro de palmo e um par de bandarilhas que aceitamos perfeitamente quando a lide teve a qualidade da de Rouxinol.

    O segundo da ordem, um novilho com um 8 na espádua, oriundo da ganadaria de Santiago coube em sorteio a Tito Semedo que desenvolveu a lide possível com pormenores de boa brega apontando os compridos da ordem com nota razoável e, nos curtos, depois de ter mudado de montada esteve em nível aceitável com terminando com um violino que chegou ao conclave.

    A Sónia Matias calhou um Veiga Teixeira mal intencionado, a cortar terrenos e a procurar colher em todas as suas investidas.
    A Cavaleira esteve corajosa, procurou ultrapassar as dificuldades que o oponente lhe punha constantemente com alegria e sentido toureiro. No final numa atitude que, já aqui o dissemos noutras ocasiões, só dignifica quem tem a honestidade de a praticar recusou a volta à arena. Parabéns Sónia.

    No intervalo viveu-se um momento verdadeiramente emocionante que devia ser presenciado por muita gente…, com grande parte dos utentes das instituições beneficiadas a distribuírem lembranças a todos os intervenientes e sendo revelado pelos organizadores que a receita de bilheteira havia atingido a quantia de Vinte Mil Setecentos e Vinte e Sete Euros e Vinte e Dois Cêntimos.

    Depois do intervalo teve lugar um momento da Arte de Montes protagonizado por Sérgio Santos "Parrita" que recebeu o exemplar dos herdeiros de Varela Crujo em dois vistosos quites de capote. Esteve bem com as bandarilhas e com a muleta toureou pela direita e por naturais experimentando algumas dificuldades em ligar faena pois o novilho saía frequentemente solto das sortes.

    Brito Paes que viu sair dos currais o exemplar oriundo da Casa, com um corno partido acabou por lidar o sobrero este também com o ferro Varela Crujo. Cumpriu a papeleta nos compridos e, depois de mudar de montada, apontou curtos de boa nota com entradas ao piton contrário. O novilho começa a defender-se procurando as tábuas e o ginete termina com mais um ferro em terrenos de dentro.
    Miguel Tavares a quem coube um Passanha de nota positiva demonstrou alguma falta de rodagem embora a lide que começou algo irregular tenha subido um pouco de tom no final.

    A jovem e simpática Maria Mira que ainda não tínhamos tido a oportunidade de presenciar deixou-nos impressão bastante favorável. Muito calma, sem pressas, aqui e acolá em cites com pormenores de alta escola, mostrou sentido de lide numa actuação que consideramos bastante meritória. Ao Santa Maria que lhe coube em sorteio deixou dois compridos à tira e nos curtos salientamos o segundo e terceiro pela boa execução.

    Os Homens das Jaquetas de Ramagens não tiveram tarde complicada tendo os Amadores de Cascais comandados por Pedro Marques tido como solistas Bruno Cantinho à primeira em pega à córnea, Luís de Camões também à primeira fechando-se igualmente à córnea e finalmente Hugo Bilro à segunda consumando à barbela.

    Pelos Amadores de Beja capitaneados por Manuel Almodôvar estiveram na cara Francisco Santos, Francisco Sampaio e Ricardo Castilho todos à primeira em pegas à Barbela. De realçar mais um momento especial em que Rui Saturnino despiu a Jaqueta como sinal significativo da sua retirada das arenas

    Um pormenor que não podemos deixar de realçar, dentro da boa organização do festival, foi o facto de todos os passos do espectáculo irem sucessivamente sendo anunciados através do sistema de som instalado na praça. Um exemplo a seguir por muitas empresas.

    Dirigiu a Corrida o Senhor César Marinho coadjuvado na parte técnica pelo Dr. João Infante e tendo como Cornetim o popular José Henriques.
    A embolação e ferragem estiveram a cargo do conhecido José Paulo.