Reportagem da 4ª corrida da Feira da Moita 2010
Moita, 16 de Setembro, 2010
Crónica
Por: Patrícia Sardinha
A Lâmpada Mágica
Crónica
Por: Patrícia Sardinha
A Lâmpada Mágica
Na história do Aladino, sempre que se esfregava a lâmpada mágica surgia um génio capaz de conceder desejos. Na tauromaquia, também há por aí um ou outro génio, que quando lhes dá realmente na gana, passam as mãos pelo cabelo, esfregam…e rasgos da genialidade do seu toureio surgem.
Na corrida de quinta-feira passada na Moita do Ribatejo, os toiros de La Dehesilla e um de José Luis Pereda, de boa apresentação, tiveram bom desempenho no geral e proporcionaram um espectáculo agradável.
João Moura na sua primeira actuação com um toiro com 543 kg, apostou no toureio dos ladeios, ainda sofreu um toque mas lá foi deixando a ferragem no sítio, sendo o quarto curto pescado. De mais qualidade a sua segunda actuação, com um toiro com 560 kg, que veio a mais com o cavaleiro a entende-lo, a saca-lo das querências, com cabeça, com mais verdade no seu toureio e a ferragem a resultar certeira.
João Salgueiro teve pela frente um toiro com 515 kg que saiu com pata e onde o cavaleiro teve uma actuação que subiu de tom a meio da lide, quando na tal passagem das mãos pelo cabelo, extravasou a genialidade chegando facilmente às bancadas, com ferros cingidos e piruetas na cara do toiro para rematar as sortes. No seu segundo, com 605 kg, ainda falhou um segundo ferro, mas quando recompôs, fê-lo como poucos, aguentando as investidas do toiro e a cravar em cima do toiro.
Rui Fernandes não caiu no goto do director de corrida que não lhe concedeu música na sua primeira actuação talvez fruto do desajuste das reuniões frente a uma rês com 625 kg, distraída, mas que depois se adiantava nas investidas e em que as batidas não foram melhor opção. No seu segundo com 490 kg, com algum problema de mobilidade, a actuação foi de menos a mais. Sem o toiro ser devolvido, teve Rui que se contentar em toureá-lo e a puxar dos galões para ir acima do toiro, com disposição para deixar a ferragem e ter algum brilho na sua passagem pela Moita.
Quem muito brilhou nesta Feira Taurina foi o Aposento da Moita, que pela segunda vez nesta semana, se apresentavam a pegar sozinhos na praça da sua terra. E mais uma vez que pegas, com o grupo a funcionar como um todo, com muita coesão e um exemplo para todos os outros grupos. Pegou nesta noite, José Maria Bettencourt à primeira, que se fechou muito bem com o toiro a levantar a cara e o grupo a ajudar bem; Pedro Brito de Sousa também à primeira com o grupo muito coeso; Diogo Gomes enorme a aguentar bem e a consumar à primeira; José Henriques à quinta tentativa com um toiro que tirava a cara e que derrotava muito; Nuno Inácio com um pegão, onde houve braços até dizer chega para se aguentar na cara do toiro; e Francisco Baltazar à terceira muito bem com o toiro violento, depois de num primeiro intento o toiro lhe passar ao lado e no segundo faltar ajudas e ele não suportar os derrotes.
Dirigiu a corrida o sr. Ricardo Pereira assessorado pelo veterinário Carlos Ferreira numa noite de bons pormenores!