Juli, Perera e Talavante cortam 6 orelhas na penúltima de Badajoz
Badajoz, 23 de Junho, 2010
Crónica
Por Prof. Sebastião Valente (Cortesia Planície Taurina)
Crónica
Por Prof. Sebastião Valente (Cortesia Planície Taurina)
Realizou-se entre 19 e 24 deste mês de Junho a tradicional Feira de S. Juan na vizinha cidade fronteiriça de Badajoz. Cartéis fortes a convidarem a boas assistências. Na impossibilidade de mais presenças elegemos o dia 23 para dar um saltinho ao outro lado da fronteira e assistir à penúltima corrida dos festejos.
Compunham o cartel Julian Lopez “El Juli”, Miguel Angel Perera e Alejandro Talavante frente a toiros de Daniel Ruiz, divisa amarelo e verde, que cumpriram de uma maneira geral embora um pouco escassos de forças principalmente os lidados em segundo e sexto lugar.
Saiu em primeiro lugar um castanho escuro nascido em Fevereiro de 2006 e com 501 Kg de peso que Juli recebeu por verónicas rematadas com uma meia. Depois de uma vara ligeira completa o tércio com uma série de chicuelinas.
Inicia a faena de muleta pela direita, por alto, a aliviar um pouco devido à falta de força do oponente que, no entanto, se revela nobre. Continua por naturais e mais uma série pela direita rematada com um passe de peito. Termina pela direita em circulares invertidos e finaliza de estocada inteira o que lhe valeu o corte da primeira orelha. O toiro foi aplaudido no arrasto.
No seu segundo, também castanho igualmente de 2006 e com 520 Kg de peso, o diestro de Madrid esteve bem no capote, por verónicas, bordando depois arte com a muleta em séries tanto pela direita como pela esquerda ao som da música. Mata à segunda de estocada a molhar a mão. Faena premiada com duas orelhas. Toiro que depois de um pino se mostrou algo escasso de forças acabou por recuperar e cumprir sendo aplaudido no arrasto.
Para Perera saiu em primeiro lugar outro castanho escuro também de 2006 e com 502 Quilos.
Denota deste início acentuada falta de força o que leva o público a pedir a sua substituição o que não foi atendido pelo Presidente.
O diestro de Puebla del Prior está esforçado toureando em redondo mas não conseguindo o luzimento pretendido dada incapacidade do oponente. Mata de estocada inteira.O público compreendeu o seu esforço premiando-o com ovação que o diestro agradeceu nos tércios.
No seu segundo Miguel Angel Perera vem com ganas de triunfar e, ante um tostado com 530 Kg de peso , põe os joelhos em terra e recebe-o com uma série de quatro afaroladas desde logo muito aplaudidas.
Com a muleta firma os pés no centro da arena e inicia uma série de passes com o toiro que se arrancava de largo a passar alternadamente pela frente e por trás. Puxa pelos galões tira do oponente tudo o que ele tem para dar em séries pela direita, por naturais em redondo e finalizando por manuletinas. O público pede insistentemente o indulto para o toiro mas o director não acede, acabando Perera por consumar a sorte suprema com boa estocada. O toiro é premiado com volta à arena e o diestro com duas orelhas.
Para Talavante é o terceiro da ordem negro listão com 500 quilos e como os outros nascido em 2006 . O diestro recebe-o por verónicas rematadas com uma meia. Depois da vara recreia-se por gaoneras muito bonitas e passa, depois do tércio de bandarilhas executado pela quadrilha, à faena de muleta toureando pela esquerda no centro da praça , seguida de uma série de ajudados por alto. Muda para a direita rematando com mudança de mão e mais um mulinete. Desenvolve faena artística que termina com uma série por manoletinas. Mata à segunda com boa estocada. Toiro aplaudido no arrasto e Talavante premiado com uma orelha.
A encerrar praça vem um outro castanho com 525 Kg e este nascido em Dezembro de 2005 que se revela muito fraco de mãos. O diestro, a jogar em casa, procura o troféu que lhe permita acompanhar os seus alternantes na saída pela Porta Grande mas a falta força do hastado não lhe permite ir mais além.
Com o capote toureia por verónicas e com muleta inicia pela direita em redondo. Muda para esquerda, encurta distâncias, procura sacar faena novamente pela direita mas pouco mais há a fazer. Mata de meia estocada com petição de orelha que o presidente recusa.
Corrida que se saldou por um bom nível artístico com a sombra a mais de três quartos mas o sol a ficar por pouco mais de um quarto de casa provavelmente motivado pelos 37 graus que se faziam sentir à hora de início do espectáculo.