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    Lisboa : la última crónica de la temporada sigue teniendo la firma -siempre autorizada- de Patrícia Sardinha

    Dado o sucesso que foi a temporada 2009 no Campo Pequeno, deliberou a empresa do coso lisboeta brindar-nos com uma corrida extra-abono para encerrar em definitivo e por este ano, os espectáculos taurinos. E a aposta voltou a saldar-se positiva. Se houvesse uma receita mágica para como encher praças de toiros, atrever-me-ia a dizer que essa tinha sido este ano encontrada pela empresa do Campo Pequeno. Talvez os cartéis, as Figuras espanholas, a boa promoção e divulgação das corridas, ou simplesmente por ser o Campo Pequeno. A verdade é que quase podiam alterar o lema “Campo Pequeno de novo em grande” para um “Campo Pequeno com pelo menos ¾ de casa” tal as boas presenças de público registadas esta temporada. Mas se a quantidade de público foi perfeita, já que dizer da qualidade?!
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    Agora Campo Pequeno -toiros-, só para o ano...
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    A praça de toiros do Campo Pequeno voltou a conquistar as noites de quintas-feiras e isso foi chamariz para um público diverso, desde o mais entendido aquele que apenas quer aparecer em público. Mas será que realmente deixa de ser válido o sucesso de uma empresa/praça de toiros só porque o público não é o mais entendido? Não creio. Mas se me perguntarem se o pouco entendimento das bancadas condiciona o desempenho dos artistas e vice-versa, isso sem dúvida. E na corrida que encerrou a temporada isso voltou a ser visível.

    O cartel tinha como atractivo principal a estreia dos toiros de Conde de la Corte em Lisboa, o que evidencia que o Campo Pequeno esteve realmente na moda, pois seguiu a tendência deste ano, as ganadarias espanholas. O curro não defraudou de todo, primou pela apresentação, nobreza e mobilidade apesar de alguma escassez de forças. E mesmo os que deram algum sinal de mansidão, não complicaram, servindo no geral para o desempenho dos toureiros.
    Luís Rouxinol teve duas lides discretas. Primeiro, frente a um toiro com 586 kg, andou longe da exuberância da sua última actuação em Lisboa e que lhe valeu a presença nesta corrida, não conseguindo de todo impor o seu estilo alegre. Ainda deu ar de sua graça com os recortes na cara da rês, mas que também lhe custou alguns toques na montada. No seu segundo toiro, com 568 kg e mais reservado, o cavaleiro esteve mais “a gusto”, recreando-se em bons pormenores de brega, apesar da colocação da ferragem nem sempre ter resultado correcta. Terminou a sua actuação com o habitual palmo e par de bandarilhas a duas mãos.
    João Salgueiro é cavaleiro que tem a lição sabida na ponta da língua, bastou que lhe tocasse um oponente com qualidade para que disso sacasse partido. Frente ao seu primeiro toiro, que pesou 548 kg, realizou uma brega inteligente, colocando sempre a rês nos terrenos adequados, o que lhe permitiu a cravagem de alguns ferros de inegável valor. Houve contudo algum entusiasmo da parte do cavaleiro e de algum público, não de todo justificado. E as duas voltas à arena deixam a dúvida do ‘até que ponto legitimas?’. Já no segundo, com 608 kg, de excelente apresentação e que se arrancou sempre de largo, a lide prometia, mas ficou condicionada por uma lesão do toiro tendo terminado ao primeiro ferro curto.
    João Telles Jr com o terceiro da ordem com 592 kg, desenvolveu boa brega mas terá em certas ocasiões exagerado na marcação da sorte ao piton contrário de que resultaram algumas passagens em falso desnecessárias, assim como alguns toques na montada. Sem ter rompido, a sua actuação acabou por ser positiva. No que encerrou a corrida, com 550 kg, João Telles Jr e apesar do bom gosto com que bregou e de ter elegido bem os terrenos, cravou de forma aliviada, o que não impediu que o público o aplaudisse com entusiasmo. Terminou actuação com um ferro de violino e um de palmo.
    Maior brilho, tiveram os dois grupos de Forcados Amadores presentes, os de Coruche e do Aposento da Moita. E foram os respectivos cabos, Amorim Ribeiro Lopes e Tiago Ribeiro, que pegaram os dois primeiros toiros, sem problemas e ambos à primeira tentativa. Ricardo Dias, pelo grupo de Coruche e também à primeira, pegou com técnica e braço forte o terceiro da ordem; Nuno Carvalho do Aposento da Moita, fez a melhor pega da noite, aguentando fortes derrotes e sendo bem ajudado pelo grupo; o quinto toiro recolheu sem ser pegado por se ter inutilizado durante a lide; e o último toiro foi pegado por Nuno Inácio do Aposento da Moita, à terceira tentativa. Esta pega, por convite de Tiago Ribeiro, foi executada por quatro elementos do grupo de Coruche e outros quatro do Ap. da Moita.
    Numa noite em que pairou no ar o ‘aroma’ de dever cumprido, ficou a faltar mais arrimo e disposição por parte dos cavaleiros, para que o resultado fosse realmente digno de se fechar em grande a temporada lisboeta. Houve também quem embarcado pelo ambiente de festa, tivesse esperança num sobrero para compensar o quinto perdido, mas assim não aconteceu. Mas já se sabe que nestas coisas, é-se ‘preso por ter cão e não ter’. No entanto e a meu ver, há que se louvar quando o Regulamento se faz cumprir.
    Dirigiu a corrida o Sr. Pedro Reinhardt, assessorado pelo veterinário Dr. Ferrão Lourenço. Agora Campo Pequeno, só para o ano.