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    Crónica da Corrida de Gala no Campo Pequeno: “A Última”


    A última no Campo Pequeno é sempre a de Gala. Uma corrida que, pela sua diferença ao início do festejo, acrescida do facto de geralmente ser televisionada, atrai muito público.

    A última foi também a primeira, e única este ano, a esgotar o Campo Pequeno (finalmente!!). E a última, decorreu como a maioria das outras corridas na praça lisboeta, com grande animação nas bancadas, gente de todos os quadrantes, muita palma e emoção. Uma Festa.

    Após a encenação das cortesias à antiga portuguesa, por entre clarins e timbales, com os velhinhos mas bonitos coches e a presença da, sempre desejada pela assistência, mula que acompanha os Forcados, seguiu-se a entrega do Galardão Prestígio 2019 a António Telles, bem como a uma singela homenagem a um grupo de participantes nas corridas que há 50 anos se realizaram em Jacarta, Indonésia.

    Da corrida em si, direi que resultou a favor dos intervenientes: Fácil! Pelo que houve triunfo para todos os gostos e dentro dos registos de cada um.

    Debutava pela primeira vez em Lisboa com um curro completo, a ganadaria alentejana do Dr. António Raul Brito Paes que primou pela excelência da apresentação, animais com peso, alguns em excesso, bem armados, e talvez por isso, ainda que já tivessem estado ‘pensados’ para anterior corrida com figura espanhola, acabassem relegados para a última da Capital. Em boa hora! De comportamento os toiros “deixaram-se’. Tiveram nobreza e mobilidade, não apresentaram grandes dificuldades, à excepção de um ou outro mais distraído ou de menor transmissão. Foi bom o segundo e codicioso o terceiro.

    Coube a António Prates abrir turno, confirmando assim a sua profissionalização em Lisboa, numa actuação de menos a mais, expondo-se com os quiebros do agrado das bancadas, perante um toiro algo distraído; António Telles deu “aula” aos demais a lidar de forma sóbria, destacando-se os dois primeiros curtos e o quinto da ordem; Rui Fernandes, em versão triunfalista, sacou partido das boas virtudes do toiro, numa lide com eco nas bancadas mas a pecar por algum pouco ajuste nas reuniões; João Moura Caetano cumpriu de forma asseada perante uma rês que transmitiu pouco nas reuniões; a jovem Ana Rita demonstrou o muito toureada que está (em Espanha, já que por cá escasseiam oportunidades) e, desembaraçada, deu a volta ao paradote oponente; Luís Rouxinol Jr. voltou a provar capacidades lidadoras e de entrega, perante um imponente e pesado toiro, com a actuação a resultar eficiente. 

    Nas pegas, grandes desempenho dos Forcados Amadores de Montemor e Aposento da Chamusca e até (alguns) os toiros se mostraram mais prontos e com ‘fiereza’ na investida às pegas.

    Pelos de Montemor abriu praça Francisco Calçada Pina que consumou bem à primeira; João da Câmara, também à primeira, esteve eficiente e aguentou a velocidade do toiro; e se momento com verdade houve naquele festejo, o mesmo aconteceu pelo valor e raça de Francisco Borges, que aguentou por três vezes a dureza do toiro que se defendia e o despejava a ele e aos restantes elementos da fardação que representa. Enorme, valente, consumou à terceira. 

    Pelo Aposento da Chamusca pegou Francisco Barreiros d’Andrade, que efectivou à primeira sem problemas; João Saraiva consumou à primeira uma pega rija; e João Salgueiro viu um ‘avião’ arrancar-se a ele, acabando por consumar à segunda com decisão.

    Dirigiu de forma assertiva, o delegado técnico Tiago Tavares, assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva, numa noite de casa esgotada, festa…e que foi a última. 

    Para o ano haverá mais, se Deus quiser, e os novos donos também… Assim, cremos!