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    Crónica de Évora: Temporada fecha com chave d'ouro


    Como já vem sendo hábito, coube a Évora a ultima corrida do ano. Num cartel composto por cavaleiros consagrados, pouco rodados e jovens promessas, em praça apresentaram-se Rui Salvador, Luís Rouxinol, Gilberto Filipe, Brito Paes, David Gomes e o cavaleiro praticante António Prates.

    Quem se deslocou no domingo a Évora assistiu a uma boa corrida de toiros, fechando a temporada com chave de ouro.

    Abriu praça Rui Salvador que este ano teve praticamente que refazer toda a quadra. Em Évora coube-lhe em sorte um toiro que pouco transmitia, que não permitiu o cavaleiro luzir. O maestro de Tomar teve que lhe pisar terrenos para lhe arrancar investida, proporcionando uma lide agradável.

    A Luís Rouxinol calhou-lhe o melhor exemplar da corrida e o maestro de Pegões aproveitou a suas boas qualidades de lide. Após o receber de forma superior nos compridos, foi nos curtos que a lide veio a mais, ou não tivesse sacado uma das estrelas da companhia, o cavalo Douro. Teve muito bem na brega com ladeios justos e colocando o toiro em sorte lá foi cravando com correção. Terminou a sua temporada com os habituais ferro de palmo e o par de bandarilhas.

    Coube a Gilberto Filipe fechar a primeira parte da corrida. Gilberto é um equitador de excelência com provas dadas e mais recentemente com um prémio Mundial de Equitação de Trabalho na Tailândia e talvez por isso seja um cavaleiro com pouca praça. Em Évora teve uma passagem discreta com algum desacerto na colocação da ferragem. Embora concedida, o cavaleiro recusou dar volta à praça.

    A segunda parte da corrida iniciou-se com o cavaleiro Brito Paes, também um equitador de excelência, mas também com pouca praça, nomeadamente este ano. Iniciou muito bem a sua função com dois bons ferros compridos. Nos curtos a lide andou em tom agradável lidando com correção, pena no final a colocação do ferro de palmo só se tenha concretizado à terceira tentativa após os dois primeiros ficarem por terra.

    David Gomes, outro cavaleiro com provas dadas na equitação de trabalho e também ele um reconhecido equitador. Este ano David doutorou-se em Vila Franca e a partir daí realizou uma temporada de qualidade, repartindo as suas actuações entre Portugal e Espanha. David Gomes possui o cavalo Campo Pequeno com ferro de João Dinis e que tem sido bastante cobiçado, sendo com esta montada que o cavaleiro da Malveira alcançou um importante triunfo, selando a sua temporada com chave de ouro. Iniciou a lide indo buscar o toiro à porta dos curros. Nos curtos com o Campo Pequeno teve momentos de genialidade com destaque para o quarto ferro, perante um toiro reservado, mas que o cavaleiro deu a volta.

    Fechou praça e a temporada o jovem António Prates. Cavaleiro de dinastia e com um numero muito considerável de corridas lidadas para um cavaleiro praticante. Provou que tem todas as condições para se tornar cavaleiro de alternativa em 2019. Recebeu bem o toiro sem o recurso a bandarilheiros. Nos curtos entrou decidido a terminar a temporada em triunfo e conseguiu. Esteve bem na brega com ladeios justos e cravando de frente. Terminou a lide com sortes ao piton contrário, embora com imprimindo alguma velocidade. Ladeou por ambos os pitons e colocou a praça de pé.

    Em praça os grupos de Évora e Alcochete tiveram uma noite “limpa”, com os toiros a não dificultarem e os forcados a não complicarem.

    Por Évora pegaram à primeira José Maria Passanha, José Maria Caeiro e Miguel Direito.

    Por Alcochete pegaram António Cardoso, com brinde ao céu, à primeira tentativa. Seguiram-se Manuel Pinto à segunda com um pegão que lhe valeu merecidamente duas voltas à praça e João Canas à segunda tentativa.

    Quanto ao curro de Passanha Sobral, confesso que tinha algum ceticismo sobre os seus exemplares, mas reconheço que contribuíram para um bom espectáculo, dando um bom jogo na sua generalidade.

    Luís Gamito