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    Crónica do Montijo: "Rouxinol Jr. cantou e encantou"


    Com uma tarde fresca e as nuvens a esconderem o sol, assistiu-se na Praça Monumental do Montijo, Amadeu Augusto dos Santos, a uma corrida de toiros onde os jovens deram cartas e um Rouxinol, o Júnior, 'cantou' e encantou.

    Correram-se toiros de Ascensão Vaz, encaste Cabral Ascensão e Parladé, bem apresentados e de um modo geral cumpridores.

    Com quase ¾ das bancadas ocupadas, coube a Rui Salvador iniciar a função, tendo-lhe cabido um toiro com 470 Kg mas o mais difícil da tarde e foi preciso porfiar muito para deixar a ferragem da ordem. Nos compridos viram-se dois ferros à tira e nos curtos ferros regulares porque o toiro também não dava para brilhar. No final da lide não lhe foi concedida volta pelo director de corrida, senhor Manuel Gama.

    Ricardo Figueiredo, cabo dos Forcados Amadores do Montijo mandou que fosse Élio Lopes a pegar este toiro. O toiro arrancou de pronto mal viu o forcado mas foi a passo. O forcado, com a voz veio-lhe compondo a investida, estando calmo e valente na cara do seu oponente, fechando o grupo uma pega com direito a volta.

    Gilberto Filipe vem-se afirmando e parece que está cada vez melhor. O toiro inicialmente ganhou querenças junto aos curros e nem um comprido à laia de lança de lá o tirava. Com o auxílio de um bandarilheiro colocou-se o morlaco no centro da praça e o toiro parecia outro. Embora de investidas curtas, teve pela frente um profissional que soube aproveitar os poucos passos para fazer faena. Numa sorte que parecia não ter escapatória cravou um ferro de frente e rematou “pelo corredor”, arriscando a colhida e terminando com um ferro cheiro de verdade no centro da arena. O senhor director atribuiu volta ao cavaleiro.

    José Manuel Pires da Costa - que fazia aqui a sua última corrida como cabo do Grupo de Forcados do Aposento da Moita – designou Ruben Serafim, para a pega deste toiro. O opositor arrancou de largo sem fazer feios e a pega concretizou-se rija, no seio do grupo.

    António Brito Paes está um toureiro! Sem os quiébros exagerados de outros tempos, chega-se ao toiro e toureia em curto, enquanto de largo o faz com cavalos exemplarmente arranjados. Dá gosto ver. Com um comprido à tira e outro a quarteio, com os tempos bem marcados, assim se cumpriu o primeiro tércio; em seguida faz uma brega bem vistosa e com sentido de lide e dos terrenos, crava os curtos da ordem que chegam ao público; por fim, qual cereja no topo do bolo: um violino no corredor que põe a praça de pé. Uma lide vistosa premiada com volta à arena.

    Para pegar saltou João Paulo dos rapazes do Montijo. Pega eficiente que até pareceu fácil com direito a volta.

    Após o intervalo vinham os mais novos e que gente nova aí está. Tudo gente com ganas de ganhar terreno aos consagrados.

    Primeiro, António d’Almeida começou com dois ferros à tira, fazendo tudo certinho, medindo as investidas mas em crescendo. Nos curtos foi subindo a nota mas sempre querendo fazer bem feito. Note-se o cuidado em fazer bem. Para terminar sacou outro cavalo e deixa dois ferros com dois quiebros que levantam a praça terminando com muito ambiente. Gostei de ver. Actuação premiada com volta à arena.

    Pelos rapazes das jaquetas de ramagens da Moita, saltou Salvador Pinto Coelho que fez uma pega limpa com muita garra premiada com volta.

    A seguir vinha um Rouxinol, o Júnior.. E que "passarão" daqui vai sair. Com o sentido de lide, com a experiência e a mestria que alia a uma simplicidade desconcertante, este ginete vai longe. Hoje, no Montijo, esteve em grande sempre com as sortes bem medidas e rematadas superiormente, sabendo dos terrenos e do temple e não cedendo ao fácil, foi subindo, terminando com um palmito para regozijo do conclave. Esta lide também teve direito a volta à arena.

    Por parte dos forcados do Montijo, saltou Zé Pedro que foi desfeiteado no seu primeiro intento não aguentando um derrote violento mas à segunda com um querer do tamanho do mundo foi para ficar e ficou e teve direito a volta.

    A senhora do cartaz, Mara Pimenta, vinha para fechar a corrida e que fechou-a bem, tendo começado com três ferros compridos à tira e depois de mudar de montada, deu a ideia de lutar um bocado com o cavalo, mas assim que se puseram de acordo, foi ver bem tourear e via-se no seu semblante que estava feliz com o modo como as coisas estavam a correr. Terrenos bem escolhidos e cravagens simples e eficazes; o director também achou que ela se saiu bem e concedeu-lhe volta à arena.

    Martim Oliveira, da Moita, terminou a actuação dos forcados. A arena já muito revolvida não facilitou a vida ao rapaz das ramagens e só à terceira conseguiu concretizar uma pega de bonito recorte.

    Com gente nova assim a festa está garantida, assim outras forças ajudem a cuidar dela.




    Texto por: Rui Loução