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    ENTREVISTA "Casa do Toureio": O que nos distingue será a qualidade e a seriedade com que iremos gerir as carreiras dos nossos artistas"


    Apresentaram-se com pompa e circunstância no passado mês de Dezembro, com uma ideia inovadora e em modo profissional, longe do e-mail de circunstância para dar a conhecer novos apoderamentos. Distanciam-se desse perfil simplista com um projecto arrojado, que pretende "oferecer qualidade e profissionalismo", quer às empresas, quer aos artistas que representam.

    Falamos da 'CASA DO TOUREIO', uma equipa liderada por RUI GATO RODRIGUES que numa breve conversa com o NATURALES nos explicou melhor este novo conceito de agenciar artistas em Portugal.


    Rui Gato Rodrigues: "Existem poucos profissionais na questão do apoderamento, e nós pretendemos ser os melhores profissionais neste sector."

    Em primeiro lugar, como nasceu a ideia deste projecto da 'Casa do Toureio'?
    Este projecto, nasce de uma ideia minha, e pelo conhecimento que tenho vindo a adquirir ao longo dos últimos anos, o que permitiu identificar várias lacunas, às quais este projecto vai tentar responder, através dos serviços disponibilizados às Empresas, como o Licenciamento e Documentação de Espectáculos, a disponibilização de Equipas Médicas, bem como a atenção que iremos prestar aos Artistas que representamos. Após madurar esta ideia, convidei o António Santos e o Miguel Ortega Cláudio, para integrarem a equipa ao que eles acederam, o que muito me congratula. No entanto, mais pessoas fazem parte deste projecto, dirigindo cada área com muita responsabilidade e dedicação.


    E no que se distingue a 'Casa do Toureio' do habitual conceito de apoderamento conhecido e praticado?
    O que nos distingue, espero que seja a qualidade e a seriedade com que iremos gerir as carreiras dos nossos artistas. Temos ideias inovadoras que serão postas em prática e que darão outra imagem ao público em geral, pois queremos que os artistas que representamos, sejam reconhecidos quer pela afición quer pelo comum dos cidadãos. Em Portugal, o Cavaleiro ou o Matador, tem pouca projecção, nós iremos cuidar da imagem de uma forma diferente. Depois, lá dentro de Praça, será a vez dos Artistas darem o seu melhor e demonstrarem que merecem esse público reconhecimento.

    Aliás, vocês apresentaram-se como "um projecto que pretende oferecer qualidade e profissionalismo, quer às empresas, quer aos artistas que representam". Sentem que existe pouco profissionalismo na forma como se gere a carreira dos artistas actualmente?
    Não diria pouco profissionalismo, diria que existem poucos profissionais na questão do apoderamento, e nós pretendemos ser os melhores profissionais neste sector. A ideia de ter nutricionista, preparador físico e um director artístico para o Toureio a Pé, como o matador Vicente Bejarano, parece-me que já por si marca a diferença, na forma como vamos funcionar.

    Que maiores carências verificam na Festa dos Toiros hoje em dia?
    Figuras que encham as Praças, e é para isso que vamos trabalhar, não toureando duas corridas em dois dias seguidos num raio de 30 km, preparando mental e fisicamente os nossos artistas, cuidando da sua imagem...
    Para se ser Figura há que trabalhar muito, e nós iremos ajudá-los a melhorar todos os dias para que atinjam esse patamar. 



     "É intenção, tanto nossa, como do João Salgueiro da Costa, que 2016 seja o ano da sua alternativa"

    Vão representar, por enquanto, quatro jovens toureiros: João Salgueiro da Costa, Francisco e António Núncio e o matador Paco Velásquez. Porquê estes quatro para começar e é intenção aumentar o leque de artistas a curto prazo?
    Precisamente porque são quatro jovens, que demonstram ambição e querem ser Figuras. Para este ano não vislumbramos mais nenhuma entrada, queremos conseguir dar a atenção necessária a cada um deles. Além disso só apoderaremos quem tenha ambição e queira trabalhar para atingir o topo no seio da Tauromaquia.

    É também um gesto de arrimo e coragem o facto de apoderarem um matador de toiros, uma vertente por vezes mal tratada nesta nossa Festa dos Toiros. É vossa intenção com este apoderamento, concretamente ao Paco Velasquez, que foi líder do esclafón em 2015, poder incluir e incentivar cada vez mais o toureio a pé nos espectáculos taurinos?
    É nossa intenção, cimentar a posição do Paco Velásquez como primeiro do escalafón tal como aconteceu em 2015. Acreditamos no toureio a pé e nos matadores portugueses, e se as empresas que detêm as praças onde existe essa tradição, como no Campo Pequeno,Vila Franca, Moita ou Abiul quiserem também dar oportunidade ao Paco de demonstrar o seu valor, seria um grande empurrão para que outras praças apostassem na corrida mista ou apeada. Veja-se que nas praças onde o Paco toureou em 2015 como na Idanha, Cuba ou Amieira, registaram-se excelentes entradas de público...

    No caso concreto do João Salgueiro da Costa, esta será a 9ª temporada dele como cavaleiro praticante. Poderemos esperar a alternativa dele para este ano?
    Já houve conversações nesse sentido, e é intenção, tanto nossa, como do João, que 2016 seja o ano da sua alternativa. O João quer ser o melhor de todos e para que isso aconteça, a alternativa é uma etapa que tem que ser atingida.

    Mas este projecto não serve só para gestão da carreira de toureiros, vocês apresentam também propostas na assessoria a promotores de espectáculos. Existe aqui a possibilidade de também vocês organizarem e montarem corridas?
    Neste momento, o aspecto da organização e montagem de Corridas, não está nos nossos horizontes. Facultaremos apenas assessoria quer no tratamento de documentação e licenciamento, quer na disponibilização de Equipas Médicas.

    E acham que a Festa terá capacidade para conviver e adaptar-se com algumas das inovadoras medidas que implementam?
    A Festa adapta-se, não tenho dúvidas, é uma questão de as pessoas que fazem parte deste meio, estarem atentas ao nosso trabalho. A seriedade e o profissionalismo, mais tarde ou mais cedo dão os seus frutos.

    O Rui Gato Rodrigues, para além deste projecto mantém a par com o Vasco Durão, a gestão de praças de toiros (Amieira e Reguengos) através da empresa 'Verdadeira Festa'. São projectos distintos...vai haver aqui alguma interacção entre ambos? Ou vão tentar manter a máxima independência?
    São projectos distintos, empresas distintas. A minha amizade com o Vasco, permite-me conseguir distinguir os dois projectos. Obviamente que se for intenção da Verdadeira Festa contratar algum dos artistas que a Casa do Toureio apodera, ou contratar alguns dos nossos serviços, será com todo o prazer que se farão negócios.

    É vossa intenção que a 'Casa do Toureio' possa vir a ser uma versão portuguesa de uma 'Casa Chopera', por exemplo? Gerirem a carreira de grandes figuras e quiçá de praças de toiros?
    Existem excelentes projectos noutros países, quer em Espanha quer no México, nós queremos ser referência em Portugal. Gerir a carreira de grandes figuras, poderá ser um passo que venha a seguir, queremos primeiro fazer dos nossos Toureiros "Figuras", é essa a nossa ambição e é para isso que em conjunto iremos trabalhar.




    Fotografias: Florindo Piteira
    Texto: Patrícia Sardinha