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    "5ª Feira Nocturna": Espaço de Opinião IV

    Tem saudades das corridas de toiros às quintas-feiras no Campo Pequeno? 
    Pois agora que estamos no defeso, iremos colmatar essa saudade com os artigos de opinião de Pedro Guerreiro. Sempre frontais e pertinentes...para um defeso a dar que pensar!!

    ‘A  Tradição... Melhor que nunca!’

    Cultura – Acto, arte, ações de apreciamento de massas.

    Falar de cultura, é falar de tradição. Abordar o tema cultura é interligar história, aprofundar raízes. É descobrir o que fomos, quem somos. Cultura é a palavra que generaliza as várias formas de sentir e integrar uma sociedade consoante a nossa filosofia.

    Falar de cultura, é falar de tradição, e falar de tradição é falar de... Forcados!

    Em tempos idos, ditava D.Maria II no Séc. XIX um decreto que proibia os Toiros de Morte em Portugal. Caso pelo qual hoje ainda se ‘luta’, mercê de um escasso punhado de aficionados, mas que veio revigorar a palavra cultura e engrandecer a palavra tradição. Pois além da música e do Ronaldo, pouco se sabe de Portugal para além das fronteiras... Mas a Tauromaquia, por muito que a apelidem de barbárie, tem desde sempre apresentado um papel fulcral na fomentação das raízes lusas, do orgulho e pundonor Português. Valha-nos isso.

    Falar de Forcados é falar de forma minuciosa. É tentar descrever o que se sente, auxiliado pelo que se vê. Cada pega é um momento. Cada momento é diferente. Ser Forcado é ser romântico. Apaixonar-se por um momento de incógnitas, de incerteza, de frio e de arrepio. O conceito não existe. Existem as regras. A definição cabe a quem a sentir, e a conseguir expressar. Enfrentar o Rei de forma amadora, descomprometida e apaixonada é algo que nunca passará pela cabeça de quem jamais o fez. O respeito é equiparado a qualquer profissional do toureio, e o rigor que se exige também. O que é certo é que o Amadorismo com que se anunciam nada tem que ver com a forma como se representam em praça. E quantas vezes não fazemos o bilhete valer por eles?

    Quantas vezes um Espectáculo que dura em média 2/3 horas, apenas vale por 2,5 ou 10 minutos que dura uma pega?

    A evolução dos tempos permitiu a evolução dos modos, foi consequente na evolução progressiva do Toiro e permitiu uma difusão cultural abrangente a todo o mundo. Que motivo será de maior regozijo que ter uma tradição única e ‘sui generis’ difundida, admirada, respeitada e seguida? O Estandarte de Portugal eleva-se de forma categórica a cada representação da Arte, desprovida de qualquer instrumento, entregue à alma, ao corpo feito coragem, e ao barrete feito companheiro?

    Infelizmente, tenho em opinião que hoje muita gente que enverga por esta arte
      o faz por conveniência, por estatuto ou por simplesmente crer que será auxílio para arranjar namoro. Desenganem-se os que sentirão a Arte dessa maneira, os que crêem num mundo de glória, de flores, jantaradas e fotos nas cortesias. Ser Forcado ultrapassa qualquer razão ilógica para o ser. Porque para sê-lo há que ser predestinado, há que sentir e viver em torno de um espírito único. A escola, a camaradagem, o companheirismo e a vida.

    Na presente temporada foi feita a tentativa (justa e merecida) de voltar a integrar o nome de todos os elementos do Grupo a actuar na Corrida no cartaz das mesmas. Aplaude-se, pois apesar de aparecerem (maioritariamente) no fim dos cartazes, tanta vez são motivo de chamariz, de ganho empresarial e lucro para o Aficionado que desfruta de momentos como uma pega. Porque como tudo aqui escasseia, foram escasseando essas iniciativas, e terminámos a temporada praticamente como se não tivesse sido feita qualquer alteração nesse aspecto. Situação a ponderar e a colmatar na temporada que se adivinha.

    Porque se podia levar aqui todo o tempo a escrever sobre eles, ou sobre um momento de curta duração que faz exultar a emoção e a inspiração, as ganas e a felicidade, a paixão e o taurinismo.

    ‘Quem te nega que és toureiro? ’D. Maria Tereza Grave 


    Pedro Guerreiro