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    Reportagem da 3ª corrida da Feira da Moita 2010

    Moita, 15 de Setembro, 2010


    Crónica
    Por: Patrícia Sardinha

    O Banho


    Às vezes depositamos esperanças em certos cartéis porque achamos que têm o seu quê de interesse e depois no final da corrida, verificamos que são aqueles onde apanhamos os maiores banhos de desilusão.

    Com um dia já a pedir contas ao Outono, a terceira corrida da Feira Taurina da Moita contou com cerca de ½ casa para assistir a uma corrida só de matadores. Desta vez ninguém fugiu e mal não seria se o tivessem feito, dada a pouca presença e falta de raça do curro de toiros de Falé Filipe, que não primou pela apresentação.

    O Maestro Vítor Mendes é figura de respeito por tudo o que a sua carreira representa no panorama taurino, não só em Portugal mas a nível mundial e as ganas de querer triunfar com 52 anos quase que se assemelham às de quem tem ainda toda a juventude, mas a verdade é que ganas só não chegam. E há pormenores que pesam já nas actuações de Vítor Mendes, a cabeça, a sabedoria estão lá…mas vai faltando o corpo. No seu primeiro toiro com 446 kg, andou clássico de capote, partilhou o tércio de bandarilhas com os alternantes e quando pegou na muleta fez-se silêncio. Pôs mando, evidenciou técnica mas faltou transmissão e a rês justíssima de forças, não facilitou. Ainda se recriou em desplantes, mas o director de corrida não foi em cantigas e não lhe concedeu música. No seu segundo toiro, com 519 kg voltou a não romper a faena, com uma rês brusca nas investidas e que o matador acabava por mandar muito por fora.

    Juan José Padilla teve disposição e entrega mas não teve toiros para brilhar como merecia e como o seu toureio necessita. Ainda assim teve as duas actuações menos sonsas da noite. Primeiro frente a um toiro com 489 kg onde na muleta se exibiu em sortes variadas e evidenciando o seu porte artista. No seu segundo, com 464 kg, e o melhorzito da corrida, voltou a demonstrar valor logo com o capote recebendo o toiro de rodillas. Na muleta viram-se as tandas mais bem conseguidas da noite, em redondo, por ambas as mãos.

    Luís Vital “Procuna” não teve sorte com o seu lote e portanto pouco haverá para contar. No seu primeiro com 448 kg, de fraca apresentação, a fugir para tábuas, pouco pôde brilhar Procuna que ainda se arrimou a dar-lhe uns passes isolados. No segundo do seu lote, com 486 kg, reservado, acabou por estender uma actuação que pouco tinha para ver com muletazos de pouca ligação e pouca transmissão. Pouca sorte de Procuna na sua terra.

    Dirigiu a corrida o sr. Manuel Jacinto, assessorado pelo veterinário João Maria Nobre, numa noite em que apesar da corrida terminar cedo, se fez longa e só faltou chover para o banho ser maior.