Boa tarde de toureio em Almeirim

NATURALES
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Bem apresentados, com trapio e presença irrepreensível, os toiros de Santa Maria não facilitaram a vida aos toureiros, com as complicações típicas do encaste e da idade, obrigando os toureiros a sacarem de todos os seus recursos para lhes darem a volta. Mais prejudicado no lote foi Diogo Peseiro, o mais recente matador de toiros português e que se apresentava na sua terra natal.

A corrida teve início com a lide de Manuel Ribeiro Telles Bastos que esteve em bom plano, fiel ao seu conceito clássico, conseguindo impor-se paulatinamente a um toiro de curtas investidas e ao qual deixou boa ferragem. Foi um bom começo de tarde.

O segundo foi para João Ribeiro Telles que também se exibiu em bom plano, escolhendo bem os terrenos e deixando ferragem meritória, com destaque para o último curto montando o "Ilusionista".

Mas se as coisas tinham começado a aquecer com as duas primeiras lides a cavalo, foi no terceiro que o ambiente foi ao rubro mercê da entrega e bom toureio de Borja Jiménez frente a um toiro de 4 anos e muita presença que teve as suas qualidades mas que foi muito bem toureado. 

Bem com o capote, Borja deu show com a muleta em séries bem construídas, como saber e com sabor, templando as investidas e dominando o toiro ante as ovações do público. Foi uma actuação pletórica de faculdades e bom gosto toureiro, premiada com 2 voltas à arena. O seu segundo, que foi 5º da ordem, trouxe mais complicações mas o matador de Espartinas recebeu-o com uma larga afarolada de joelhos e bom toureio de capote. Aos poucos, com a muleta, foi conseguindo obrigar o toiro, metendo-o nos voos da rubra flanela e construindo momentos de muito interesse. Toureou em Almeirim como o teria feito em qualquer praça importante do lado de lá da fronteira e o público soube reconhecer a sua entrega e bom toureio.

Diogo Peseiro apresentou-se como matador na sua terra. Os seus toiros tiveram quase nula potabilidade, pouca vontade de investir desde logo e nos iniciais lances de capote. Preencheu ambos os tércios de bandarilhas e esteve muito esforçado e entregue com a muleta tentando o possível e o impossível para construir faena, o que o público entendeu e premiou com palmas e voltas. Foi notória a sua entrega e o seu querer triunfar.

A corrida encerrou com a lide a duo entre Manuel e João Telles, frente a um imponente toiro com 630 kilos e que teve alguma qualidade e frente ao qual conseguiram bom entendimento e deixaram boa ferragem, com destaque para o último da tarde a cargo de Manuel Telles.

Os Forcados Amadores do Aposento da Moita pegaram de caras por intermédio de João Freitas, à 2ª, André Silva também à 2ª e Luis Canto Moniz à 1ª.

Dirigiu a corrida Marco Cardoso, assessorado pelo veterinário José Luís Cruz.


Fotografia: Pedro Batalha
Texto: António Lúcio 
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