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    Évora: António Telles filho o mais destacado da tarde

     


    O quarto e penúltimo espetáculo da Arena d´Évora, tinha bastantes motivos para se ir aos toiros, um cartel diferente a dar oportunidade a três jovens cavaleiros, sendo o mais velho com a alternativa há pouco mais de um ano.

    Uma das grandes motivações dos três jovens que estiveram em praça, era que o triunfador da tarde irá marcar presença na edição de 2024 do Concurso de Ganadarias de Évora.

    Numa tarde de cartel atípico, a ganadaria também foi uma novidade, já que se estreava em Portugal a divisa espanhola de Adolfo Martin.

    Abriu praça Joaquim Brito Paes, diante de um toiro de mau tipo de 540Kg. Um toiro que desde a saída até ao final da lide, demonstrou não ter condições de lide.

    Brito Paes iniciou-se com uma sorte gaiola pouco conseguida sem uma saída franca do toiro. Segundo comprido muito frontal a não ficar no toiro e o terceiro no “en su sitio”. Nos curtos o toiro revelou o seu mau tipo sem investir e a defender-se do cavalo quando carregava a sorte, refugiando-se em tábuas, só permitindo a muito custo a colocação de duas bandarilhas.

    No seu segundo toiro, tentou de novo a Sorte de Gaiola, mas esta foi muito bem conseguida,aguentando a posterior investida do toiro levando-o na garupa do cavalo. Cravou um segundo ferro comprido também muito bom. Nos curtos sacou uma estrela da quadra com ferro da casa. Iniciou com sortes cambiadas consentido um toque no segundo ferro, mas com bonitos remates com ladeios justos. No terceiro ferro o toiro alcançou de novo o cavalo no momento da reunião, motivando a troca de montada. Terminou a lide com mais dois ferros, a não acrescentar nada mais à sua atuação.

    O mais novo cavaleiro de alternativa da dinastia da Torrinha, António Ribeiro Telles filho, iniciou a função diante um toiro de 480kg. Cravou três bons compridos a abrir. Nos curtos lidou “como gente grande” diante um toiro que se deixou tourear. António escolheu bem os terrenos do oponente e cravou de frente com toda a correção animando as bancadas.

    Diante do quarto toiro da ganadaria espanhola Adolfo Martin, António esteve muito bem a receber o toiro cravando três bons ferros compridos. Nos curtos uma lide à primeira vista morna, mas muito pelo contrário, de grande “mestria”, perante um toiro que denotava alguma tendência para tábuas. O jovem cavaleiro andou sempre ligado ao toiro, toureando no verdadeiro sentido da palavra, cravando de frente com sortes muito bem preparadas e rematadas.

    Fechava a terna o ainda cavaleiro praticante Tristão Ribeiro Telles. Iniciou a lide com dois ferros compridos traseiros. Nos curtos uma lide templada colocando o toiro em sorte com a montada, pisando terrenos de compromisso e cravando de frente de praça a praça com toda a correção e emoção.

    Tristão fechou praça com mais uma lide de boa nota. Irrepreensível nos dois compridos que colocou. Nos curtos uma lide de bom nível. Levou o toiro na montada para o deixar na sorte e cravar ferros de praça a praça, destacando-se o terceiro e quinto ferro.

    No capítulo das pegas, os astados espanhóis não foram fáceis, mas ambos os grupos mostraram porque são uma referência nacional.

    Por Montemor-o-Novo, pegaram de cernelha o cabo António Pena Monteiro e Francisco Borges a rabejar, na dobra de Francisco Godinho. Uma pega de dificuldade acrescida, porque o toiro praticamente não estava lidado a cavalo e não se fixava para a cernelha.

    Pegaram ainda por Montemor, Francisco Borges à segunda e José Maria Torres à primeira tentativa.

    Por Évora pegaram João Maria Cristóvão à segunda, António Prazeres e Ricardo Sousa à primeira tentativa.

    Quanto à divisa espanhola de Adolfo Martin, à exceção do primeiro toiro, todos os outros cumpriram e proporcionaram um bom espetáculo aos aficionados.

    No final António Ribeiro Telles Filho ganhou o direito a estar no Concurso de Ganadarias de 2024 em Évora e os Amadores de Évora venceram o troféu de melhor grupo em praça.

    Texto e Fotografia: Luís Gamito