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    1ª da Feira da Moita: Pouco ficou para a história



    A Praça de Toiros Daniel do Nascimento recebeu no dia 15 de Setembro a primeira corrida da Feira Taurina da temporada de 2022.

    No início do espectáculo guardou-se um sentido e emocionante minuto de silêncio em memória de Fernando Quintela, quando se comemoram 5 anos da colhida que retirou a vida ao valoroso forcado dos Amadores de Alcochete.

    O cartel apresentado contava com António Telles, Gilberto Filipe, João Moura Jr, João Telles Jr, João Salgueiro e Paco Velasquez. Pelos homens das jaquetas de ramagens apresentava-se, como é tradição, o Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, encerrando-sedesta feita com 6 toiros de Passanha Sobral, numa noite de muito boa nota, com cinco pegas ao primeiro intento e com uma ao segundo.

    Do ponto vista ganadero, viajou desde a Herdade Barbas de Lebre um curro de toiros variado de hechuras e de capas, de trapio irrepreensível. A nível de comportamento há a destacar sobretudo o bom toiro lidado em terceiro lugar, sendo que, na globalidade faltou raça e transmissão aos toiros, sobretudo na parte final das lides.

    Abriu praça o mais aparatoso dos Sobral, toiro nº44,flavo de pelagem, com um peso de 511kgs. Toiro baixo, rematadíssimo de carnes e com uma cara impressionante, ouvindo-se alguns aplausos aquando da saída do astado à arena. Saiu com mobilidade, prontitude e fijeza. António Telles atingiu os melhores momentos da sua actuação nos ferros compridos. Esteve bem no desenho da sorte do segundo, a dar vantagens, e no terceiro, novamente a deixar o toiro vir de largo e a protagonizar um emocionante momento em que fez uma pirueta com a montada antes de receber a investida do Sobral. Nos curtos a actuação acabou por vir a menos, faltando entendimento entre o toiro e o cavaleiro, ficando a sensação que não foram aproveitadas todas as virtudes do toiro.

    Para a cara do primeiro foi o cabo, Leonardo Mathias, que aguentou mais uma pronta arrancada do toiro, a recuar pouco e a conseguir fechar-se de forma irrepreensível, com o grupo a ajudar de forma eficaz. Boa pega!

    Volta à arena autorizada para ambos.

    Em segundo lugar saiu o nº 56, com um peso de 515kgs. Toiro preto listão, bragado corrido, mais alto, menos bem feito de hechuras, muito bem armado também. Saiu reservado e distraído, a esperar imenso no momento do ferro, mas a empregar-se e a transmitir no momento da reunião. Com o decorrer da lide veio a menos, procurando os terrenos das tábuas. Gilberto Filipe acabou por não ter, certamente, a actuação sonhada. Não conseguiu acoplar-se à difícil investida do toiro, com as sortes a resultarem pouco ajustadas. Apesar da fraca condição de lide do toiro repetiram-se as intervenções dos bandarilheiros entre cada ferro, factor que acabou por contribuir também para retirar andamento ao Sobral.

    Para a cara do segundo toiro da noite foi Tiago Valério, esteve muito bem a citar e a carregar a sorte, com o toiro a empregar-se no momento da reunião e com o forcado a não conseguir fechar-se. Na segunda tentativa conseguiu corrigir esse aspecto, beneficiando também de uma boa primeira ajuda de Diogo Gromicho, consumando-se a pega.

    Volta à arena autorizada para ambos, com o cavaleiro a optar, e bem, por não dar.

    Em terceiro lugar saiu o toiro nº 39, preto, bragado meano e axiblanco, bem feito e bonito de cara, um “taco” como se designa na gíria taurina. Saiu com mobilidade e alegria a perseguir as montadas, a vir de largo nos compridos e com transmissão no momento do ferro. Bom toiro! João Moura Jr abriu a actuação com um bom ferro em sorte gaiola e voltou a estar bem no segundo, a dar vantagens ao toiro. Nos curtos decidiu atacar o toiro, conseguindo deixar dois bons ferros montando o Juventus. Com o Hóstil andou ligado com o toiro e fechou a actuação com uma Mourina, com menos impacto do que no início da actuação. Foi uma boa lide, mas ficou a sensação que poderia ter atingido patamares mais elevados, ficando a faltar dar mais vantagens ao toiro nos curtos.

    João Freitas, forcado escolhido para pegar o terceiro da corrida, esteve valoroso a aguentar a pronta arrancada do toiro, não conseguindo fechar-se da melhor forma, mas a beneficiar de uma enorme primeira ajuda, consumando-se a pega com o grupo a ajudar bem.

    Volta autorizada para ambos, com o primeiro-ajuda, e muito bem, a ser chamado a dar a volta também.

    Em quarto lugar saiu o nº34, com um peso de 500kgs, toiro negro, baixo, musculado e bonito de cara. Saiu algo distraído, evidenciando algumas dificuldades de locomoção, que melhoraram com o decorrer da lide. Veio a mais com o decorrer da lide, acabando por cumprir. João Telles teve uma actuação discreta, tendo bons momentos montando o Gaiato, destacando-se o primeiro ferro curto, onde recebeu a investida do toiro de forma templada e conseguiu cravar no momento certo. Mais tarde, no Ilusionista, não conseguiu chegar ao público como é seu apanágio.

    Para a cara do terceiro Sobral foi Diogo Gromicho. Esteve bem a citar, decidido a carregar a sorte, a conseguir fechar-se bem na cara do toiro e aguentar os derrotes até que o grupo conseguiu consumar a sorte. Mais uma boa pega!

    Volta autorizada para ambos, com o público a exigir que o forcado voltasse aos médios.

    Em quinto lugar saiu da porta dos sustos, o nº53. Toiro castanho, bragado meano e axiblanco, rematado de carnes, tremendamente sério por diante, um “tio” como se designa na gíria taurina, que foi aplaudido pelos aficionados quando saiu à arena. Foi um toiro com fijeza, mas reservado e a esperar muito no momento do ferro, sem se empregar verdadeiramente. João Salgueiro da Costa teve uma passagem discreta pela Moita. Tentou dar importância aos compridos e ir de frente nos curtos, com destaque para o quarto curto, conseguindo um bom ferro, a entrar com verdade pelos terrenos do toiro.

    ​Para a cara do quinto Sobral foi Martim Cosme. Esteve algo precipitado a citar e descomposto no momento de carregar a sorte. Conseguiu fechar-se bem na cara do toiro e consumar a pega, beneficiando novamente de uma boa primeira ajuda.

    ​Volta autorizada para ambos.

    ​Para fechar a noite saiu o nº36, com 470kgs, toiro negro raiado, salpicado e bragado, muito bem feito de hechuras e muito bonito de cara, mais um “taco”. Saiu com mobilidade e a querer colocar bem a cara nos capotes, faltando-lhe raça e transmissão no decorrer da lide. Paco Velasquez teve uma actuação esforçada, onde tentou fazer as coisas bem feitas, mas onde faltou emoção para chegar ao público. Destacaram-se sobretudo os dois primeiros curtos.

    ​Para fechar a noite pelo Aposento da Moita foi André Silva. Esteve algo precipitado a citar e a carregar a sorte, acabando por desfazer a sorte duas vezes, com o toiro a não arrancar. Melhor posteriormente, a conseguir aguentar a tarda investida do toiro e a consumar-se a pega ao primeiro intento.

    ​Dirigiu a corrida Tiago Tavares, assessorado por Carlos Santos e com a presença do Cornetim José Henriques.


    Diogo Felício