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    Crónica "Évora honrou o 'Grande Chefe' em tarde de triunfo de Guilhermo"


    A corrida de São Pedro em Évora é daquelas onde o forcado é rei. Especialmente na corrida deste ano que homenageou a título póstumo o antigo cabo dos Forcados Amadores de Évora, João Pedro Oliveira pai, já que o filho é hoje o actual cabo.

    Na Arena de Évora antigos e actuais forcados fizeram questão de estarem presentes e participar nesta bonita e sentida homenagem com um "até sempre grande chefe".

    A par dos Amadores de Évora em praça três cavaleiros de dinastia: Marcos Bastinhas que atravessa um momento ascendente na temporada, Miguel Moura que tem procurado afirmar-se entre os “grandes” e Guilhermo Hermoso de Mendoza que soma consecutivas portas grandes em Espanha e que se estreou em Portugal precisamente em Évora.

    Foram lidados toiros da ganadaria Francisco Romão Tenório, todos eles com cinco anos de idade, uma ganadaria de deixou muito boa imagem no concurso de ganadarias de Évora esta temporada. Um curro que pediu contas aos artista, e excepto o quinto da ordem, todos eles deram mostras de bravura, embora dispares de apresentação.

    Antes das cortesias foi descerrada no pátio de quadrilhas uma placa em homenagem a João Pedro Oliveira e aguardado um minuto de silêncio acompanhado por uma sentida marcha fúnebre superiormente interpretada pela Banda Filarmónica Mouranense.

    Abriu praça Marcos Bastinhas perante um toiro de 510kg. Recebeu o toiro dobrando-se pelo piton esquerdo. Colocou o primeiro ferro após duas passagens em falso. Nos curtos tentou levar a lide com sortes cambiadas mas a permitir consecutivos toques na montada no momento da reunião. Música no penúltimo ferro terminando a lide sem o triunfo desejado.

    Na lide do quarto da ordem, Marcos esteve bem na ferragem comprida embora permitindo um toque no segundo ferro. Nos curtos veio apostado no triunfo. Colocou emoção na ferragem curta com sortes cambiadas rematadas com ladeios passando num espaço mínimo entre toiro e trincheira, mas sem chegar a patamares superiores. Mudou de novo de montada para rematar a lide com um ferro de palmo e o tradicional par de bandarilhas à segunda tentativa. No final evidente descontentamento do cavaleiro, com reconhecimento do publico ao esforço do mesmo.

    Miguel Moura no segundo toiro da tarde de 480kg, recebeu-o com uma sorte de gaiola que não resultou logo à saída do toiro porque o cavaleiro falhou a cravagem, aproveitou logo de seguida com grande classe a investida do toiro para colocar o ferro. Nos curtos uma lide centrada em sortes frontais rematadas com ladeios justos na cara do toiro. Rematou a lide com um bom ferro de palmo.

    O quinto toiro com 500kg não fez jus ao ditado “não há quinto que seja mau”. Iniciou com uma excelente sorte de gaiola. Nos curtos um manso que se refugiou em tábuas obrigando a sucessivas passagens em falso e sortes a sesgo com o cavaleiro a aproveitar a escassa investida. Um toiro que só investia com franqueza na possibilidade de colhida.

    Guilhermo Hermoso de Mendoza fez a sua estreia este ano em Portugal diante de um toiro de 520kg. Recebeu bem o toiro com dois compridos de nota alta. Nos curtos uma lide de puro rejoneio. Ferros cravados com ligeiras batidas ao piton contrário sem tirar o toiro da sorte e depois muito bem rematadas com galope a duas pistas cambiando na cara do toiro.

    Fechou praça o jovem rejoneador navarro diante um toiro de Francisco Romão Tenório de 530kg. Uma lide diferente da primeira, com mais características do “nosso” toureio. Recebeu o toiro dobrando-se com ele no centro do ruedo e cravou dois bons compridos. Nos curtos a entender na perfeição a investida do toiro e a dar-lhe a lide indicada com sortes frontais bem preparadas e rematadas. Terminou a lide em triunfo com o público aplaudindo a compasso com a banda. O mais destacado da terna de cavaleiros.

    Quantos às pegas a tarde foi de rever velhas glórias a mostrar que quem sabe nunca esquece. Abriu praça o cabo João Pedro Oliveira à primeira tentativa, num brinde à mãe, irmãs, esposa e ao Céu. Luís Miguel, António Alfacinha, antigo cabo também à primeira. Francisco Garcia pegou à terceira tentativa e Gonçalo Pires e José Maria Caeiro pegaram à primeira tentativa. Uma tarde de festa, glória e eficácia dos Forcados Amadores de Évora.

    Ao intervalo foi oferecido a partitura e escutado o pasodoble Forcados Amadores de Évora da autoria do maestro da banda mouranense.


    Luís Gamito