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    Crónica: "Reaparição e Triunfo de Francisco Palha em Salvaterra"



    A Praça de Toiros de Salvaterra de Magos recebeu, no passado domingo, dia 8 de maio, a 6ª Corrida dos Agricultores de Tomate do Ribatejo.

    No início do espectáculo guardou-se um minuto de silêncio em memória de José Samuel Lupi, Vasco Taborda e de Francisco Martins.

    O cartel tinha como principal destaque o concurso de ganadarias, com as divisas Casa Prudêncio, Veiga Teixeira, António Silva, Passanha, Canas Vigouroux e São Marcos, que substituía o berrendo de Fernando Palha (que se inutilizou), a disputarem os troféus de Apresentação e Bravura. A nível equestre marcaram presença Luís Rouxinol, Francisco Palha, que regressava às arenas após a colhida sofrida em Vila Franca de Xira no ano passado, e António Telles, filho.

    Abriu praça o astado de São Marcos, com o nº119 e com 520kgs. Toiro fino, muito bonito de hechuras e bem posto de cara. Saiu com mobilidade, a investir com qualidade nos capotes. Foi um toiro com fijeza, que tinha emoção no momento do ferro e que veio a mais com o decorrer da lide. Bom toiro! Luís Rouxinol conseguiu ter bons momentos na brega, destacando-se também o primeiro ferro curto, aquele em que conseguiu uma reunião mais ajustada. No entanto, a lide acabou por ficar apenas em plano agradável, ficando alguns furos abaixo do seu oponente.

    Para a cara do primeiro da tarde foi Salvador Almeida, dos Amadores de Santarém. Muito bem a citar e a receber a pronta investida do toiro. Bem o grupo a ajudar e a pega consumou-se à primeira tentativa.

    Volta à arena autorizada para ambos.

    O segundo da tarde, da ganadaria de Canas Vigouroux, ferrado com o nº 62, com o peso de 565kgs, era um toiro alto, solto de carnes, sério por diante, mas longe de ser um toiro bonito. Saiu distraído, fazendo dois estranhos no capote do bandarilheiro, metendo-se por dentro. Foi um exemplar que se deixou tourear, sem nunca se empregar verdadeiramente. Francisco Palha esteve bem nos compridos, com sortes bem desenhadas e a cravar no momento certo. Nos curtos esteve em bom plano a bregar e a ir de frente para o toiro no momento dos ferros, tentando pôr a emoção que faltava ao astado, destacando-se os dois primeiros. Lide séria e agradável do ginete.

    Para a cara do Canas foi Tiago Gonçalves, dos Amadores de Coruche. Esteve precipitado a citar, mas redimiu-se pela forma valorosa como aguentou a investida do toiro, que meteu a cara de forma violenta e a derrotar na viagem, com o grupo a ajudar bem e a concluir a pega.

    Volta autorizada para ambos.

    Em terceiro lugar saiu o toiro de Veiga Teixeira, nº 675, com 570kgs. Um exemplar baixo, musculado e de cara aberta. Saiu com mobilidade, fijeza, faltando-lhe, no entanto, transmissão no momento do ferro, acabando também por vir a menos com o decorrer da lide. António Telles, filho, esteve pouco acertado nos compridos, tomando por exemplo o terceiro ferro, em que abriu em demasia a trajectória e o ferro ficou mal colocado. Nos curtos apontou boas maneiras, estando bem a bregar, especialmente no início da lide. Destaque positivo para os dois últimos ferros curtos, a ir de frente e com verdade.

    Para a cara do Teixeira foi Francisco Paulos, dos Amadores de Santarém. Esteve bem a citar, carregando cedo a sorte, bem a recuar e a fechar-se na cara do toiro, com o grupo novamente eficaz a ajudar.

    Para abrir a segunda parte da corrida saiu o toiro da ganadaria Prudêncio, nº323, com 610kgs, um exemplar alto, volumoso, badanudo e de cara aberta. Saiu com mobilidade, investido com as mãos por diante nos capotes, perseguindo a montada com o típico tranco do encaste murube. Acabou por cumprir bem dentro do que é esperado deste encaste, tendo fijeza, mas carecendo de emoção. Luís Rouxinol voltou a ter uma actuação discreta, existindo alguns bons momentos montado no Douro, sobretudo na brega.

    Pelos Amadores de Coruche foi cara o forcado João Prates, que esteve bem a citar e a aguentar na cara do toiro, tendo dificuldade no momento da reunião, ficando pendurado num dos pitons do toiro, beneficiando de uma enorme primeira ajuda, que garantiu que a pega se consumava ao primeiro intento.

    Volta autorizada para ambos, com o público a exigir, e bem, volta também para o primeiro ajuda do grupo.

    Em quinto lugar saiu o toiro de António Silva, com o º 141 e com 590kgs. Um toiro alto, “cuesta arriba”, muito bem armado. Dada a sua morfologia custava-lhe humilhar no momento da investida. Foi um toiro com muita mobilidade, pronto na investida e com transmissão no momento do ferro, faltando-lhe, no entanto, fijeza. Francisco Palha esteve muito bem nos compridos, mas foi nos curtos que a actuação atingiu o seu ponto mais alto. Soube dar vantagens ao toiro, medindo de forma acertada as distâncias, e soube templar as investidas do astado, resultando em vários ferros de nota muito elevada. Grande lide!

    Para fechar a tarde dos Amadores de Santarém foi o forcado Francisco Graciosa. Uma vez mais o Silva foi pronto, arrancando de praça a praça, com o forcado a saber aguentar na cara do toiro, a recuar e a fechar-se da melhor forma, com o grupo coeso a ajudar, fechando a tarde com três pegas à primeira.

    O sexto toiro pertenceu à ganadaria Passanha, com o nº5, pesando 620kgs. Toiro volumoso, badanudo, mais forte por diante e bem posto de cara. Teve como melhor característica ser pronto na investida, faltando-lhe, contudo, transmissão no momento do ferro. António Telles teve dificuldade em entender o seu oponente, demonstrando-se precipitado e ansioso, especialmente após um forte toque na montada, no momento do quinto ferro curto.

    Para fechar a tarde foi cara o forcado António Tomás, pelos Amadores de Coruche. Esteve bem a citar, a esperar pela arrancada do toiro. Esteve valoroso a receber a investida e a aguentar os derrotes durante a viagem com o grupo a ser eficaz e a consumar a pega. Boa prestação do grupo, fechando com três pegas à primeira tentativa o importante compromisso em Salvaterra.

    Volta autorizada para ambos, com o cavaleiro inicialmente a recusar-se, e bem, a sair à arena, mas depois cedendo à pressão do público e dando a volta com o forcado.

    Relativamente aos prémios em disputa o júri atribuiu o prémio Bravura ao astado de António Silva, prémio que se considera justo, ainda que as qualidades do toiro tenham sido muito potenciadas pelo cavaleiro que lhe tocou em sorte. Quanto ao prémio apresentação não se premiou o toiro mais bonito morfologicamente, atribuindo-se o prémio ao toiro de Passanha. Destaque para o toiro de São Marcos, que, pelas suas hechuras e comportamento, poderia ter vencido os dois prémios em disputa.

    Dirigiu a corrida Marco Cardoso, com um critério algo permissivo, assessorado por José Luis Cruz e com a presença do cornetim José Henriques.


    Diogo Felício