A corrida do passado dia 13 de Agosto, que se realizou em Salvaterra de Magos, provou que, como se costuma dizer em bom português, isto não é como começa, e sim como acaba.
Três toiros de António Silva e três Veiga Teixeiras, onde estava em disputa o prémio Melhor Ganadaria, que foi ganho por Veiga Teixeira, e para os lidar, Luís Rouxinol, João Ribeiro Telles e Francisco Palha. Pouco ambiente, o que era de se esperar com bilhetes a 40 euros. Depois querem que as praças esgotem.
Luís Rouxinol teve por diante dois toiros complicados mas diferentes. O primeiro, de António não permitiu o êxito ao cavaleiro de Pegões, pois saiu solto, andarilho e adiantava-se uma barbaridade, o que causou imensos problemas, principalmente na cravagem dos ferros. Luís, e bem, optou por não dar a volta. No seu segundo, Rouxinol afinou e cantou como só ele sabe! Tourear a cavalo é aquilo que Luís Rouxinol fez! O manso, porém encastado, de Veiga Teixeira, não foi pêra doce, mas Luís não deu mãos a medir, e esteve por cima do oponente. Foi uma lide para aficionados, sem grandes números mas com um toureio maduro, preparado e de saber, de eleger os melhores terrenos, cravar de alto a baixo e adornar-se com arte! Na assinatura da sua lide, cravou um bom par de bandarilhas. Se esta lide não lhe tiver dado 2 ou 3 contratos, não sei o que andam os empresários a fazer.
João Ribeiro Telles andou irregular diante do seu primeiro, um Silva de péssima apresentação, mas que andou voluntarioso. Tanto registou bons ferros, como ferros menos ortodoxos, com viagens menos retas e a consentir toques. No segundo, o mais bem apresentado da corrida, de Veiga Teixeira, João Ribeiro Telles bregou funcionalmente, porém sem chegar muito ás bancadas. Onde se viu mais toureio foi nos ferros e no recorte. O Veiga Teixeira esteve colaborante e entregue, e João Ribeiro Telles aproveitou a ocasião para sacar o Ilusionista e pisar-lhe os terrenos para deixar dois vibrantes ferros ao pitón contrário.
Francisco Palha teve que bailar com a mais feia em Salvaterra, tendo estado melhor a lidar do que a cravar. No seu primeiro, um negro bragado, calçadito atrás e de rabo branco, de António Silva, não houve assertividade na cravagem dos ferros, com ferros descaídos e precipitados. No segundo, um mansorrão e bruto de Veiga Teixeira, o que tinha tudo para ser uma lide de aficionados, foi deitada por terra pela insistência em alongar a lide e pôr mais um, ainda para mais sem pedido da bancada. Injustificável. Obviamente foi difícil sair daquele "trinta e um”, e só cravou depois de duas passagens em falso. Mais uma vez, isto não é começa, é como acaba.
Quanto às jaquetas de ramagens, pelos Amadores de Alcochete, foram caras Nuno Timótio e Tiago Cação, à primeira, e Leandro Bravo à terceira. Pelo Aposento da Moita, foram caras Martim Cosme à primeira, André Silva à terceira, e João Ventura à primeira.
O espetáculo foi dirigido pelo delegado Marco Cardoso, que foi acessorado pelo médico veterinário Dr. José Luís Cruz.
João Carvalho
