Crise no PAN: André Silva sai contestado pelos fundadores do partido
André Silva vai deixar o PAN e o lugar de deputado na Assembleia da República. Alega motivos pessoais mas fundadores do partido tecem-lhe críticas e querem um Partido centrado no "animalismo". Facções internas lutam agora pelo poder no PAN.
O presidente do PAN, André Silva, anunciou no passado domingo que vai abandonar as suas funções executivas no partido e o lugar de deputado na Assembleia da República, invocando motivos pessoais e a defesa do princípio da limitação de mandatos.
No entanto, há quem considere que esses não são os reais argumentos para o afastamento de André Silva do PAN e nos corredores do partido denuncia-se "o excesso de protagonismo de uma determinada facção e aposta-se que as saídas não ficarão por aqui".
Fundadores do Partido Animais Natureza, consideram que o projecto foi desvirtuado e que quem esteve na sua génese foi “completamente posto de lado” enquanto assistiam à "palhacização" do PAN, como o apoio que André Silva deu (e promoveu) à candidatura presidencial de Ana Gomes.
Estas desavenças aportam para uma origem numa “corrente Norte”, já que o partido deu os primeiros passos nesta região do país e, até hoje, há quem nas estruturas não concorde com o estabelecimento da sede em Lisboa.
E a crise dentro do PAN vai além da saída de André Silva. A deputada Inês Sousa Real, poderá estar a preparar uma eventual candidatura à liderança do partido mas o seu perfil não convence alguns dos fundadores do partido que a consideram "uma extensão de André Silva".
Um dos fundadores do PAN, Pedro Taborda, é um dos que também coloca “em cima da mesa” a possibilidade de apresentar uma lista à liderança, e um dos que mais insiste que o PAN precisa de uma "mudança radical de rumo“ e centrar-se no animalismo.
Fonte e Fotografia: Observador.pt