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    "Desde a Bancada... Ontem, hoje e amanhã"

     



    Uns pela pandemia, outros pela idade e outros simplesmente porque alguém/algo assim quis.

    O tempo avança e aquelas que são as referências da tauromaquia para muitas gerações vão desaparecendo. Não desaparecem da memória, dos escritos e dos registos fotográficos. Mas, de alguma forma, deixam-nos. Quem serão as referências das próximas gerações? Estarão elas a afirmar-se neste momento? Ou será que as próximas gerações vão dar importância a isto das “referências”?

    A geração que tem fácil acesso a toda a informação, que tudo está à distância de uma pesquisa no smartphone. A geração em que a rede social pesa tanto ou mais que a vida social. Uma geração diferente mas não menos capaz e importante. Como é que os trazemos para o nosso “mundo” e como é que lhes damos referências?

    Muitos dedos dão apontados à marca Touradas (@touradas) e muitas vezes alguns posts e descrições parecem demasiado levianos, mas à parte disto, a importância das redes sociais e a comunicação com gerações mais jovens têm de ser feitas, efetivamente, por esta via. A @touradas tem uma grande representação nas redes e atinge aquele que é o público-alvo – parabéns! Mas não será que depois vamos ter bancadas cheias de jovens agarrados ao telemóvel e à espera que uma objetiva os capte para mais tarde “postar” nas redes? Não será isto demasiado superficial? Até pode ser, mas a realidade é que saem de casa para ir aos toiros, a verdade é que se juntam com amigos para ir a uma corrida e isto é um desafio ganho numa altura em que existe tanta desinformação e tanta tentativa de denegrir a imagem da tauromaquia.

    E depois das redes e depois das fotografias o que fica? Não sei! De 3h de espetáculo algo deve ficar, nem que seja os aplausos e a pega. Cabe às gerações mais antigas, aos mais sábios, passar conhecimento aos mais novos. Certo é que alguns não querem perder tempo em aprender e creem ter já todo o conhecimento necessário. Mas ainda há os que querem! Ainda há quem queira perceber e interpretar o que vê!

    Vamos esperar que tudo isto volte à normalidade e aí pegue-se nesses que ainda querem aprender e organize-se algo para os levar ao campo, para lhes passar conhecimento prático e teórico. Tão boas foram as iniciativas do Grupo Tauromáquico Sector 1 que permitiram que todos os que tinham sede de conhecimento aprendessem nos cursos e fóruns de formação taurina, tão bom que se promova também turismo rural com a vertente tauromáquica, tão bom que se criem marcas de acessórios e vestuário de inspiração taurina, tão bom que se promova nas redes sociais alguns diretos (via instagram e facebook) com quizz e conversas em tom “Tertuliano”. Isto é mesmo importante que aconteça, principalmente em tempos como aqueles que agora vivemos.

    E referências terão certamente: as que já existem, as que se afirmam atualmente e sempre aquelas que já existiram.

    Ontem, hoje e amanhã existirão sempre público, referências e valores na nossa festa! Caberá a cada um ser mais um sentado numa bancada ou ser um aficionado que preserva aquilo que tão bom temos na nossa festa.

    Lisa Valadares Silva