"Desde a Bancada... Um único e simples objectivo"

NATURALES
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Começo por desejar a todos um feliz e muito taurino 2021. Que neste novo ano possamos voltar em força às nossas praças, sobrevivendo a esta pandemia que teima em não dar tréguas, bem como aos - embora menos importantes - ataques constantes anti-taurinos.

Mas para 2021 gostava de definir – e comprometendo-me a fazer tudo por cumprir – um único e simples [e talvez um pouco utópico] objetivo: união.

Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa união significa conformidade de esforços ou pensamentos, harmonia. Acredito que é exatamente neste ponto que temos sido um tanto ou quanto fraquinhos nos últimos tempos. Verdade seja dita, quando nos toca, por exemplo, ser solidários – falo de campanhas de recolha de brinquedos, campanhas de recolhas de sangue, festivais de beneficência, etc – dizemos “Sim, estamos cá”. Aplaudo e orgulho-me desta nossa veia humana e solidária.

Ainda assim, creio que ainda temos um longo trabalho pela frente até conseguirmos ser um grupo unido e que luta pelos mesmos interesses. É sempre difícil agradar a gregos e a troianos, mas temos todos uma paixão comum: a tauromaquia. O que nos une deveria ser mais forte do que muitos “diz que disse” que vão, a pouco e pouco, apodrecendo e empobrecendo aquilo que queremos enaltecer e dar a conhecer às próximas gerações.

Frases feitas como “A união faz a força” fazem todo o sentido porque um dia, quando conseguirmos fazer da união a nossa principal arma, vencer determinadas batalhas vai parecer uma tarefa fácil.

Mas outras frases como “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” perdem todo o seu encanto porque depois da obra nascer existem sempre uns quantos indivíduos na linha partida preparadíssimos para desfazer a obra. Nesta nossa realidade, quando alguém faz, existe sempre outro alguém que tem gosto em desfazer. Ao invés de se fazer uma obra ainda maior, só se tenta deitar por terra o pouco que se vai fazendo.

Há uns dias pus-me a pensar sobre esta nossa desunião e conversei com amigos sobre o assunto.

Desde “Invejas e umbigos” ou trata-se de “Uma festa de egos em que a grande maioria vive das aparências”, passando por “Ego elevado” ou “Só nos mexemos quando nos pisam” foram algumas das justificações que me deram para o estado em que estamos.

Podemos fazer a diferença neste 2021? Podemos! Somos a geração da mudança, não somos velhos do restelo, presos a ideias antigas e a estereótipos. Façamos algo! Precisamos de estar quando nos pedem, precisamos de aparecer, precisamos de fazer, precisamos de ser reconhecidos e não diferenciados, precisamos de não ter vergonha, precisamos de ajudar quando achamos que está incompleto, precisamos de sugerir quando julgamos ter a solução, precisamos de fazer críticas construtivas, precisamos de não alimentar “diz que disse”, egos e jogos de bastidores. Mas precisamos, acima de tudo, de nos afirmar numa só voz, de falar a mesma língua, precisamos de estar unidos – desde o ganadero, ao campino, ao aficionado, o forcado, o recortador, o embolador, o toureiro, o veterinário, ...

Gostos e preferências à parte, aquilo que nos une é muito mais forte do que o que nos separa.

Quem é que, para além de mim, se compromete a tentar cumprir este objetivo?

Lisa Valadares Silva

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