Quando tu idealizas uma coisa e quase consegues fazer, ficas com aquele gostinho agridoce, o estômago a tremer, mas vale sempre pela adrenalina do momento que é o que nos move.
A foto que hoje escolhi é uma foto há muito idealizada, mas que ainda não está completa, até já escolhi a parede para a por um dia, enfim há-de aparecer a oportunidade.
Dia 30 de Outubro de 2016 acordei às cinco da manhã para um dia inteiro de Afición, cheio de sonhos fotográficos. Eram seis da manhã estava junto a Arena de Évora, fiquei-me de encontrar aí com o meu amigo António Cecílio, no auge dos seus 82 anos apareceu me a correr ainda assim não se atrasasse, foi a respirar fundo até Montemor, ainda pensei que tinha que voltar para o Hospital.
Ao chegarmos à Herdade Pedrogão já estava o maioral Zé Maria a preparar as Montadas para ir buscar os Touros ao campo, falei então com o Ganadero Sr. António Teixeira sobre a fotografia que queria tirar, pôs me logo a vontade, então lá fiquei deitado no chão, no meio da estrada, no caminho dos touros, protegido pelos portões que faziam o corte da estrada e encaminhavam os Touros para os currais. Perguntei ao ganadeiro se eles não vinham embater nos portões, já que era uma curva a noventa graus, ao qual me respondeu que seria a primeira vez. A ideia era tirar a fotografia aos touros a correr para mim, mas como o Touro é que manda na festa, não quiseram entrar na manga sozinhos nesse dia e tiveram que ir buscar os cabrestos, o resultado final não foi o pretendido pois os cabrestos é que vinham na frente, ficou uma emoção muito forte ver cinco ou seis toneladas de pura natureza viva de bravura, vir a correr direito a mim, viraram ali mesmo onde eu estava, deu para sentir a sua respiração o tremor do chão enfim algo inexplicável. Nesse dia fui ainda ao descarrego e sorteio na praça, acompanhei a fardação dos Amadores de Évora que pegavam em solitário e por fim uma Grande corrida de encerramento de Temporada em Évora.
Um bem-haja Taurino
Até ao Próximo Domingo
Florindo Piteira