Santarém: casa 'cheia' em tarde ventosa

NATURALES
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Uma tarde ventosa mas soalheira deu à Monumental de Santarém um clima ameno para esta sua primeira e única corrida da temporada. Uma casa que não precisa de apresentações, capitaneada pela Associação “Praça Maior” conseguiu à imagem da época anterior trazer classe e categoria a esta que é a maior praça do país, o resultado foi... Mais uma casa cheia, neste caso, mesmo esgotada (perante as atuais condicionantes).

Um duelo de duas das mais prestigiadas ganadarias portuguesas, Murteira Grave e Veiga Teixeira rematado por três das figuras do toureiro nacional António Ribeiro Telles, João Moura Jr e Francisco Palha, atuam ainda e dando ainda mais valor ao espectáculo, dois dos mais antigos grupos do país, o Grupo Forcados Amadores de Santarém e o Grupo Forcados Amadores de Montemor.

Quando tudo apontaria para uma grande tarde toiros, eis que... “tudo o vento levou”, metaforicamente falando, claro. Ontem em Santarém, faltou emoção e quando falta emoção, que me perdoem a rudez, mas, falta tudo. Bem me podem dizer que é difícil transmitir em Santarém, que a arena é grande e tudo parece mais “de largo”, mas, um toiro bravo e encostado é sempre um toiro bravo e casto e desses houve poucos ou nenhuns.

Mas é precisamente pelos toiros que irei começar, falando dos Murteira Grave, faltou-lhes mais transmissão. Ainda assim serviram e estavam bem apresentados, destacando-se o Inquieto, bravo, que possibilitou reuniões de praça a praça.

Quanto aos Veiga Teixeira, de apresentação irrepreensível, foram três toiros que vieram a cumprir os serviços mínimos, mais complicado o último.

Nas lides a cavalo, foi mais uma tarde como tantas outras...

Abordando por ordem de hierarquia, sim porque há dessas coisas, e bem, na tauromaquia, António Ribeiro Telles andou como nós é habitual, assente no classicismo, encastado perante o seu público, mas a ter menos brilho devido à falta de transmissão dos toiros... Na retina ficou a porta gaiola no seu 1.º toiro e a série de curtos na sua segunda actuação!

Após o classicismo veio a escola Mourista. Pessoalmente gostei mais de ver João Moura no seu primeiro toiro, andou a preceito com ferros de verdade e a tourear a compreender o toiro, já no seu segundo, tinha o número da mourina que tanto empolga o público agendado e toda a lide ficou pendurada nessa espera ansiosa pela mourina. Terminou a lide realizando duas dessas sortes, sendo a primeira de grande emoção.

Termino com a irreverência da corrida, Francisco Palha, veio trazer a Santarém (ou tentar ) o sal que os toiros não trouxeram. Na retina ficam dois compridos em sorte gaiola e as sortes de praça a praça perante o Inquieto de Murteira Grave. O cavaleiro meteu a carne no assador cravando em ambas as atuações curtos de boa nota, mas a ir de mais menos.

Por fim, na arte de pegar toiros, andaram bem os dois grupos, a cumprir e a resolver as dificuldades que tiveram por diante.

Consumou o grupo de Santarém, António Taurino o seu primeiro toiro à primeira tentativa, Lourenço Ribeiro à terceira tentativa e Francisco Graciosa à primeira tentativa.

Já o grupo de Montemor, João da Câmara consumou o seu primeiro à primeira, António Calça Pina foi dobrado por Bernardo Dentinho que connsumou na sua primeira tentativa, e José Maria Vacas de Carvalho à segunda.



Francisco Potier Dias


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