Opinião: "A política só do Não"

NATURALES
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Há por aí, há coisa de 10 anos, um novo pensamento político-cultural em Portugal, o pensamento do Não.

Pode haver Tauromaquia ? Não.
Pode haver Corridas de Toiros? Não.
Pode haver liberdade Cultural em Portugal? Não, se for contra a nossa ideologia.
Pode haver argumentos que não os baseados na ofensa fácil ? Não.
Pode haver quem pense diferente de nós, mas tenha igualmente legitimidade de assim pensar ? Não.

Esta política entrou no nossos sistema pela mão do BE, sendo apropriada por outros movimentos políticos, tendo neste momento o seu maior bastião no “Pan”- Partido Adepto do Não. O PAN, que viu na luta anti-Tauromáquica e no animalismo extremobo seu espaço eleitoral, tem vindo ao longo dos tempos a passar por diversas fases.
A primeira enquanto não tinha assento parlamentar em que promoveu o ódio e a divergência social nas redes sociais dando voz aos “Direitos dos animais”. Neste período, até conseguiu prestar algum serviço público e colher alguns apoios, muito pelo (efectiva) necessidade e mudança de ideias das pessoas perante os animais, mas, ainda assim, sofrendo pesadas derrotas sempre que se extremava... mas não percebeu a ideia.

Na segunda fase e embalado no pouco trabalho positivo, conseguiu com uma forte base eleitoral Urbana, eleger um deputado. Aqui começou a verdadeira descoberta do PAN, infelizmente quase sempre pela negativa, seja pela incapacidade de respeito e tolerância para com a história cultural do país, seja pelo extremar de posições que fomenta gerando ódios entre os portugueses , seja e para mim o mais grave, por se desviar do fundamento do seu partido e no parlamento remeter-se a uma função de bengala e mesmo nesta função, abstendo-se em grande parte das votações demonstrando estar no parlamento, apenas e só, para discutir o que lhe convém, desprezando a vida diária do país não querendo comprometer-se com o mesmo, salvo se, e apenas se, conseguir enfiar a sua agenda ideológica.

Por fim, a terceira fase, a que assistimos atualmente, a fase da “transparência”, ao conseguir aumentar a sua base parlamentar, novamente com base num plano eleitoral demagógico e setorial, apontou para si diariamente muitos microfones. Num primeiro momento, este facto seria naturalmente positivo e de facto era complicado não o ser...

mas, não se trataria do PAN, esta exposição mediática trouxe ao de cima os podres do PAN e a factual fraqueza ideológica e argumentativa das suas políticas. No último ano e meio e em especial, nesta fase conturbada e que o país tentar levantar-se da luta contra o COVID-19, vemos o PAN a elevar a fasquia do aproveitamento político. E eleva a fasquia na medida em que, aproveita o cofinamento obrigatório ter gerado a suspensão do inico da época tauromáquica para lançar notícias e declarações demagógicas sobre o setor aproveitando a preocupação da população com outros assuntos, o que permite uma resposta menos eficaz a tais declarações acabando quase por passar por “uma mentira contada 100x quase parece verdade”, mesmo assim, não chegou. Mas mais, o PAN aproveitou a fragilidade do atual governo, proveniente da crise social e económica que o COVID pode lançar sobre o país, para a custa do sustento de inúmeros portugueses e do desrespeito pela liberdade Cultural dos mesmos, uma vez mais, colocar o interesse partidário e da agenda política acima do interesse do País, isto é aproveitamento político, mas daquele rasca, inadmissível e acima de tudo, Muito Pouco Ético.

Felizmente, como se viu na página do PAN, mesmo com todas estas jogadas e politiquices, nem no seu meio favorito, o Facebook, onde abundam grupos e grupinhos de mobilização, onde abundam perfis falsos até enjoar, posso facultar 100 com grande facilidade, onde abunda a desinformação total, conseguiu sobrepor-se ao direito mais amado de Portugal, a Liberdade. Sim a liberdade que se apregoa a 25 de abril, inclui inúmeras vertentes, uma delas a Cultural.

Os Portugueses, são culturalmente livres e devem continuar a ser, quer isto agrade a todos ou não. Toda e qualquer luta política que por desespero centre a sua ação na censura e na limitação de direitos só pode, Num Estado democrático como o Nosso, ter uma resposta, a Humilhação, a Descredibilização, mas, sobretudo a exposição pública, desintegração e “condenação” de tais práticas, venham elas de que quadrante político vierem.

É tão grave um político prometer prisão a quem se expressa nas redes sociais, como, um político exigir a repressão e limitação da liberdade laboral e cultural de qualquer cidadão.

Pela liberdade Cultural, pela Diversidade Cultural, Pela Cultura Portuguesa e Pelos Toiros, Sempre.

Francisco Potier Meireles.
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