A vila de Mourão foi um ano mais
palco da inauguração da época taurina em Portugal. Desta feita, calhando a um
sábado e sem previsão de chuva, a praça esgotou.
O 1 de Fevereiro já é um “marco”
no calendário taurino, todos querem vir, e a verdade é que mais uma vez transformou-se
a castiça Praça de Toiros Dr. Libânio Esquível, num local de festa mas acima de
tudo, de imensa afición.
Houve de tudo: exigência, “festividade”
a mais em momentos menos ortodoxos, muita entrega dos artistas, bons novilhos, bom
toureio e um jovem maestro, que por 2 ou 3 vezes tomou posse da “batuta”, e levantou
bancadas dando ainda mais ênfase a uma tarde de sucesso.
Artisticamente, o bom jogo
prestado pelos novilhos de Murteira Grave, animais com investida e nobres, foi
importante para acrescer o destacado desempenho dos artistas nesta tarde. As reses saíram
díspares de apresentação, mas a servir tendo em conta a categoria do festejo
e da praça. Alguns acusaram pouca força e isso foi até motivo para que se
achasse que um deles devesse ser devolvido aos currais, vindo o sobrero.
No campo do toureio a pé, Manuel
Jesús “El Cid” foi autor de uma faena sóbria e de domínio frente ao primeiro; o
francês Juan Leal praticou um toureio em redondo; Juan Ortega teve que sacar ofício
perante um novilho que pedia cuidado devido à pouca força mas que também lhe exigia
mais atenção, fazendo crescente a sua actuação e na qual foi evidente o seu
corte toureiro; o português Juanito viu-se com o maior e mais “velho” (com o
algarismo 7 enquanto os outros levavam o 8) murteira grave do festejo. Isso não
foi impeditivo para que o jovem demonstrasse a maturidade do seu toureio numa
faena de entrega, argumentos e disposição.
A cavalo, Manuel Telles Bastos
cumpriu sem muito se empregar, enquanto que Salgueiro da Costa deixou o público
de pé perante uma lide de valor e na qual demonstrou que mantém as boas
condições e o bom conceito para fazer uma grande época em 2020. Mais valor se
lhe atribuí quando se sabe, que a muitos dos nossos cavaleiros, pesa o tamanho
da arena e o estado do piso em Mourão.
Nas pegas, Ruben Torrado por duas vezes não
conseguiu consumar, saindo lesionado e sido dobrado por Albino Martins, que no seu segundo
intento consumou a sesgo; e Fábio Caeiro que pegou à primeira sem problema.
Dirigiu o festival o delegado
técnico Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário Matias Guilherme, numa
tarde em que foi dada a entoação para uma boa Temporada.