Crónica: “Mourão deu a entoação para a Temporada 2020”

NATURALES
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A vila de Mourão foi um ano mais palco da inauguração da época taurina em Portugal. Desta feita, calhando a um sábado e sem previsão de chuva, a praça esgotou.

O 1 de Fevereiro já é um “marco” no calendário taurino, todos querem vir, e a verdade é que mais uma vez transformou-se a castiça Praça de Toiros Dr. Libânio Esquível, num local de festa mas acima de tudo, de imensa afición.

Houve de tudo: exigência, “festividade” a mais em momentos menos ortodoxos, muita entrega dos artistas, bons novilhos, bom toureio e um jovem maestro, que por 2 ou 3 vezes tomou posse da “batuta”, e levantou bancadas dando ainda mais ênfase a uma tarde de sucesso.

Artisticamente, o bom jogo prestado pelos novilhos de Murteira Grave, animais com investida e nobres, foi importante para acrescer o destacado desempenho dos artistas nesta tarde. As reses saíram díspares de apresentação, mas a servir tendo em conta a categoria do festejo e da praça. Alguns acusaram pouca força e isso foi até motivo para que se achasse que um deles devesse ser devolvido aos currais, vindo o sobrero.

No campo do toureio a pé, Manuel Jesús “El Cid” foi autor de uma faena sóbria e de domínio frente ao primeiro; o francês Juan Leal praticou um toureio em redondo; Juan Ortega teve que sacar ofício perante um novilho que pedia cuidado devido à pouca força mas que também lhe exigia mais atenção, fazendo crescente a sua actuação e na qual foi evidente o seu corte toureiro; o português Juanito viu-se com o maior e mais “velho” (com o algarismo 7 enquanto os outros levavam o 8) murteira grave do festejo. Isso não foi impeditivo para que o jovem demonstrasse a maturidade do seu toureio numa faena de entrega, argumentos e disposição.

A cavalo, Manuel Telles Bastos cumpriu sem muito se empregar, enquanto que Salgueiro da Costa deixou o público de pé perante uma lide de valor e na qual demonstrou que mantém as boas condições e o bom conceito para fazer uma grande época em 2020. Mais valor se lhe atribuí quando se sabe, que a muitos dos nossos cavaleiros, pesa o tamanho da arena e o estado do piso em Mourão.

Nas pegas, Ruben Torrado por duas vezes não conseguiu consumar, saindo lesionado e sido dobrado por Albino Martins, que no seu segundo intento consumou a sesgo; e Fábio Caeiro que pegou à primeira sem problema.

Dirigiu o festival o delegado técnico Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário Matias Guilherme, numa tarde em que foi dada a entoação para uma boa Temporada.


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