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    Crónica: “Padrinho” Mour(inas)a Jr. triunfa em tarde de alternativa de Soller Garcia


    Foi com a alternativa de João Soller Garcia que a Arena d´Évora deu por terminada a sua temporada, com uma corrida de toiros que mais parecia um encontro de amigos, perante uma praça praticamente cheia, com o regresso às arenas de Manuel Lupi e do próprio João Soller Garcia, que em tempos chegou a conquistar um troféu de melhor cavaleiro em Évora.

    De salutar também a presença do Real Grupo de Forcados de Moura que juntamente com Évora, honraram em muito as jaquetas de ramagens que envergam.

    Para o término da temporada em Évora foi inicialmente anunciado um curro de toiros Pinto Barreiros, que aparentemente dada a pouca apresentação, foram e muito bem substituídos por exemplares Passanha e Charrua.

    Como manda a tradição em dia de alternativa abriu praça o cavaleiro que se “doutorou”. João Soller Garcia que recebeu um toiro alto de “agulhas” de Charrua com 587 kg sem passar pelos bandarilheiros com o cavaleiro a aguentar a sua investida. Colocou dois compridos de dificuldade acrescida, pois o toiro teimava em não se fixar nos médios perseguindo a montada.

    Nos curtos a lide teve bons momentos com destaque para o segundo curto cravado com ligeira batida ao piton contrário sem que o toiro “saísse da sorte”. Adornou a lide com ladeios justos e de muita transmissão ás bancadas. Terminou com um ferro de palmo e a mostrar que tem boas condições para marcar algumas presenças mais assíduas nas nossas arenas.

    Filipe Gonçalves veio a Évora apostado a triunfar e “jogou forte a sua primeira cartada”, com uma emocionante porta gaiola diante um Passanha de 500 kg e com boas condições de lide. Nos curtos a lide andou em bom plano com sortes cambiadas, quanto a mim com câmbios muito denunciados, rematados com piruetas. Sofreu ainda um toque forte na montada aquando a colocação do quarto ferro, com o toiro a esperar pela montada e a derrotar o cavalo.

    Fechou a primeira parte da corrida o “padrinho” João Moura Jr. que veio a Évora confirmar todo o êxito que obteve durante a temporada, foi para mim o grande triunfador da tarde. Teve por diante um excelente Passanha de 563Kg que valeu a chamada do ganadero à praça, aqui representado justamente pelo maioral da ganadaria.

    Cumpriu nos ferros compridos e iniciou a serie dos curtos com ferros de praça a praça, partindo para cima do toiro para cravar com ligeiros cambios, permitindo um toque na montada no segundo curto. Foi aí que o cavaleiro recorreu a uma nova montada e colocou dois ferros com as “suas” mourinas de levantar praça, rematando com ladeios justo em terrenos de fora.

    Abriu para na segunda parte da corrida o “regressado” Manuel Lupi em dia de festa do seu amigo “Bão”, diante o toiro mais pesado de 589Kg da divisa Charrua. Embora muito pouco rodado o cavaleiro andou “asseado”, recebendo bem o toiro e depois iniciando a serie dos curtos com uma sorte cambiada. Lupi andou muito ligado com o toiro preocupado em fazer “as coisas” como mandam as regras não defraudando o público.

    João Ribeiro Telles recebeu um toiro Charrua de 548Kg dobrando-se no centro da arena e colocando dois bons ferros compridos. Nos curtos protagonizou uma lide templada com cites de praça a praça, mas apesar dos esforços do cavaleiro foi uma lide , na minha opinião, de pouca transmissão mas repleta de correção. No final o ganadero teve chamada à praça.

    Fechou praça o “benjamim” da família Moura. Miguel teve algumas dificuldades em dar a volta ao último Passanha da tarde com 451Kg. Iniciou a função com uma porta gaiola com o toiro a sair a passo e só a fixar-se e a arrancar para a montada uns metros à frente da saída dos curros. Nos curtos permitiu alguns toques na montada, numa lide em que se notou alguma indefinição do cavaleiro na lide a “dar” ao toiro. No final a lide subiu de tom terminando com um bom ferro de palmo.

    Quanto ao capitulo das pegas a tarde teve dificuldades acrescidas que ambos os grupos conseguir contrariar terminando a temporada em plano elevado.

    Por Évora pegaram José Maria Caeiro à terceira tentativa, António Torres e Ricardo Sousa ambos à primeira tentativa. Por Moura pegaram João Cabrita à primeira tentativa, o cabo Valter Rico pegou também à primeira tentativa após dobrar Cláudio Pereira que recolheu à enfermaria e Rui Branquinho à primeira tentativa.

    Para terminar um destaque a ambas as ganadarias que em muito contribuíram para uma boa tarde de toiros, com a ganadaria Charrua a justificar a sua presença após mais de 20 anos de ausência de Évora.

    Por: Luís Gamito