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    Dia da Tauromaquia: "Artisticamente à parte...ganhou a Festa"


    No passado sábado, dia 23, a Praça de Toiros do Campo Pequeno, foi palco e ponto de encontro para todos os que quiseram fazer parte do Dia da Tauromaquia. Uma iniciativa "siamesa" do Bullfest de 2017, à qual e bem, aportuguesaram o nome. 

    Com inúmeras actividades dedicadas à Festa Brava, onde não faltaram baptismos de equitação, insufláveis, demonstrações de toureio e de pegas, e até uma mascote "Mané" vestida de toirito bravo, foram atractivos suficientes para que muitos dos presentes não tivessem mais que meio metro de altura. 

    E é isso que se quer com estas iniciativas, atrair os mais novos, cativá-los, explicar-lhes que a Tauromaquia não é o "bicho-papão" que alguns "pensadores" do séc XXI pretendem insinuar só porque sim.

    Mas o Dia da Tauromaquia foi mais que isso. Foi também um dia de variedade de tradições e culturas, com a presença do Forcão, dos Recortadores, do Fado, da Dança, Equitação e, claro está, do Toureio.

    Do Festival Taurino que encerrou este dia, fica realmente a casa cheia de gente e o ambiente vivido (capaz de ter mais gente que muitas das corridas do abono lisboeta) e a homenagem póstuma e sentida a Joaquim Bastinhas, que decorreu após as cortesias. 

    Do resto, fica a boa vontade, a disposição mas também alguma carência de qualidade artística, a quem (a alguns cavaleiros) castigou o facto de serem lides a duo, enquanto a outros isso até foi a sorte deles, pois o facto de ter outro colega na arena tapou-lhes a falta de recursos. Já aos do toureio a pé, muitas vezes foram os novilhos que complicaram.

    Lidaram por colleras os cavaleiros António Telles e o sobrinho João Ribeiro Telles; Rui Salvador, que deu uma valente queda, com Francisco Palha; Luís Rouxinol e Filipe Gonçalves; Rui Fernandes com João Moura Jr.. Todos os artistas revelaram muita disposição mas nisto das lides a duo, quem perde é o aficionado que se priva de assistir a uma actuação com principio, meio e fim. Ainda assim, todas as parelhas foram laureadas com sonoros aplausos, destacando-se quase sempre de entre os seus pares, os mais velhos aos mais novos.

    Nas pegas, e de entre uma selecção de cabos e forcados, foram chamados a pegar o cabo dos Amadores de Redondo, Hugo Figueira, que só à quarta tentativa consumou; Márcio Chapa, cabo dos Amadores da Tertúlia do Montijo, pegou à primeira; João Paulo Damásio, forcado dos Amadores do Montijo consumou à terceira; e Manuel Pires, cabo dos Amadores do Ramo Grande, da ilha Terceira, consumou à primeira com boa ajuda de Pedro Coelho dos Reis, cabo do Aposento da Chamusca, que praticamente coadjuvou em todas as outras pegas.

    A pé também muito nos faltou. O matador António João Ferreira teve pela frente uma rês pouco confiada e com a qual pouco haveria a fazer; Nuno Casquinha desembaraçou-se com o seu oponente; e Manuel Dias Gomes cumpriu com a rês a vir de mais a menos.

    Lidaram-se a cavalo reses de Passanha, David Ribeiro Telles, Prudêncio da Silva e Romão Tenório, e a pé de Calejo Pires, Condessa do Sobral e Falé Filipe, todos de diferentes comportamentos e condições.

    Iniciou-se o festejo com um minuto de silêncio em memória de todos os agentes da Festa que faleceram nos últimos meses, assim como com a entrega por parte da Associação Nacional de Grupos de Forcados (ANGF) ao Museu Taurino do Campo Pequeno, do Galardão Prestígio que recebeu em 2017 e ainda um Forcado, em memória de todos os forcados falecidos na arena.

    E assim terminou um dia que, artisticamente à parte, foi um sucesso e com isso, ganhou a Festa...


    Patrícia Sardinha