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    Ana Rita: "Infelizmente, só os triunfos não chegam"

      
    É o que se pode chamar de uma mulher com garra. Ana Rita, quis ser cavaleira tauromáquica num mundo maioritariamente de homens e conseguiu-o. No entanto, tem sido em Espanha que praticamente tem toureado nos últimos anos, onde os triunfos, as saídas em ombros e os elogios da crítica, não lhe têm contudo rendido presença nos cartéis do seu país.

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    Longe já vai o dia 5 de Agosto de 2011, o da sua alternativa. Mas foi em 2003 que se apresentou pela primeira vez na arena. Quase 16 anos de toureio. Se é muito tempo? "Pode-se dizer que sim, é mais de metade da minha vida mas não me arrependo de nada das minhas escolhas e do caminho percorrido até hoje.". 

    Um caminho que começou porque "sempre tive um cavalo em casa e sempre me encantou tudo o que estava ligado a este mundo", até porque nas corridas a que assistia "sentia o meu coração bater a mil à hora e o meu desejo era fazer o que os cavaleiros faziam e poder pisar uma arena e tourear".

    E desse dia tão especial o da alternativa, "o que mais recordo é que foi um dos dias mais felizes da minha vida, um sonho de menina quase impossível e ali, tornado realidade". E por isso, Ana Rita será sempre agradecida a quem lhe tornou real o sonho, "O meu maestro e padrinho de alternativa, Manuel Jorge de Oliveira e o seu irmão Luís Filipe Oliveira".

    Não sendo um percurso fácil, para mais sendo mulher, acreditou sempre que depois da alternativa se iriam abrir mais portas. Mas assim não foi. "Com a alternativa que tive, era o que deveria ter acontecido mas este mundo não é fácil", até porque, "infelizmente, só os triunfos não chegam, o que é uma pena para nós jovens que lutamos com tanto amor pela nossa tradição"


    É em Espanha onde mais tem actuado nos últimos anos,até "porque se assim não fosse, possivelmente já seria cavaleira e o meu sonho não passaria disso mesmo, de um sonho". E será que os aficionados espanhóis lhe dão mais valor que os portugueses?! "Não! Sinto que me dão muito valor tanto em Portugal como em Espanha. Aliás tenho muitos seguidores que vão de Portugal propositadamente para me verem actuar em Espanha, o que é gratificante e sinal que os aficionados não me esqueceram e estão comigo a cada momento". 

    Apesar de todos os triunfos que tem obtido em Espanha, as portas parecem continuar fechadas em Portugal: "Tenho de ter paciência, tudo a seu tempo virá! E o que tiver de ser nosso, será...". 


    Em Espanha falta apenas a presença nas grandes Feiras: "Trabalho todos os dias para que isso aconteça e espero que esse dia chegue e quanto mais rápido melhor."

    Contudo, será a Ana Rita a inaugurar a temporada em Portugal este ano, já no próximo dia 1 de Fevereiro em Mourão, o que para a cavaleira é: "Motivo de muito orgulho. É um sinal que o povo português me segue e quer a minha presença num dos, se não o mais importante, festival da temporada portuguesa.".

    A Ana Rita tem revelado ser uma mulher de garra, não terá receio de nada? "Claro que sim! O meu maior receio é defraudar o público, porque é ele que paga o bilhete e quer um bom espectáculo.". E para isso, a jovem conta com uma quadra vasta "Neste momento disponho de 12 cavalos: 3 de saída, 6 de bandarilhas, 3 cavalos de último tércio. De saída, o Homero, Eder e Figo; de bandarilhas, a Engraçada, Ás de Ouros, Estribilho, Ibérico, Jaguar; e de último tércio, o Castuera, Garret e Fandi.".

    Para a nova temporada, e para além do Festival em Mourão, só tem agendados festejos além fronteiras.

    Falar de si própria, e do seu toureio, considera ser muito difícil, ainda assim adianta "sou uma cavaleira muito alegre em praça e que tento sempre fazer as coisas bem feitas, de frente ao estribo. E depois de fazer o "tradicional", e como mandam as regras, gosto de colocar um bocado de alegria e variedade com os meus violinos que são muito do agrado do público.". 

    Diz admirar todos os cavaleiros "porque todos têm muito valor, pois não é fácil pôr-se diante de um toiro.". E considera que já viveu o cartel de sonho, o da sua alternativa, principalmente pelo simples facto de ter presente o mestre Manuel Jorge de Oliveira.

    Para 2019, Ana Rita deseja que "juntos consigamos manter a nossa tradição bem viva e que eu consiga entrar nas grandes feiras.".