Confirma-se!
Foi um sucesso de audiências o programa de debates "Prós e Contras" da passada segunda-feira na RTP 1.
Que o diga Pedro Delgado Alves, deputado socialista que, segundo o jornal Expresso de hoje, está a estudar uma proposta para que as corridas de toiros em Portugal passem a recorrer ao "velcro", tal como acontece nas "touradas americanas". Uma "americanice" portanto...
Ora Pedro Delgado Alves, chateado que estava em casa por causa do provável 'chumbo' do IVA da Tauromaquia manter-se nos 23%, e porque por diversas vezes manifestou a sua tendência anti-taurina, assistiu certamente ao programa do canal 1 e aprendeu uma nova palavra: "velcro"!
A história do velcro surgiu no programa de Fátima Campos Ferreira, a propósito do testemunho vindo da plateia por parte de António Filipe Gomes, residente em Toronto (Canadá), país que tal como os EUA, não têm tradição taurina secular, mas que permitem a realização do espectáculo taurino desde que os festejos sejam incruentos (sem derramamento de sangue). Sendo que o emigrante fez questão de esclarecer que esse tipo de corridas na realidade "são uma representação da arte" que é verdadeiramente praticada em Portugal.
Então, Pedro Delgado Alves coadjuvado pelo "primeiro ajuda" Tiago Barbosa Ribeiro, decidiram explorar a ideia, garantindo o primeiro que "não há ainda um projecto – e não é um projecto do Partido Socialista, é uma iniciativa de estudo e de avaliação de uma possibilidade de realização de espectáculos tauromáquicos sem haver a utilização de bandarilhas, como se faz noutros países”.
Ideia contrária aquela que alguns órgãos de comunicação social querem hoje fazer passar, aproveitando o jornalismo sensacionalista para avançar que o projecto não só está feito como apresentado...
Impossível, pois Delgado Alves e Barbosa Ribeiro, ainda agora estão a "treinar" a pontaria com dardos ao velcro para testar a viabilidade do projecto.
Mas perdão, o a partir de agora senhor Presidente da Junta, já que Pedro Delgado Alves acumula com o cargo de deputado o de executivo maior na freguesia do Lumiar, é agora um estudioso, qual estudante a defender a tese de doutoramento, e a ele cabe a missão de averiguar esta mudança num espectáculo com séculos de existência, legalizado, regulamentado, manifestamente de cariz cultural, com regras bem definidas e ao qual não pode um deputado, nem um Estado Democrático vir definir como deve ou não ser praticado.
Acresce que, no seguimento de um estudo científico que atesta que o toiro sofre menos stress durante a lide, se verifica também a possibilidade da mesma estar relacionada com o facto de ao ser 'picado', o toiro liberte mais beta-endorfina, hormona que atenua a dor e o stress. Um tema que ainda carece de mais investigação e conclusões mas que os cientistas acreditam ter viabilidade.
Enquanto isso, o senhor Presidente da Junta, e também deputado, percorrerá por estes dias o Martim Moniz na busca de velcro para montar o "seu" projecto...
Fotografia: DR/dezanove.pt